1789 – A Inconfidência Mineira
1789 – A Inconfidência Mineira

1789 – A Inconfidência Mineira

1789

Título: 1789 – A Inconfidência Mineira 
Autor: José Martino
Editora: Excalibur
Páginas: 315

Resumo do livro 1789 – A Inconfidência Mineira

1789 – A Inconfidência Mineira tem o objetivo de apresentar um importante fato da História do Brasil através de duas perspectivas. A primeira é contextualizando o movimento inconfidente dentro das relações entre Portugal e Espanha no final do século XVIII, e portanto, detalhando as principais características dos personagens envolvidos, direta e indiretamente, no movimento. A outra perspectiva traz ao leitor o ambiente onde tudo ocorreu. Assim, temas como vestuário, lazer, alimentação, finanças, são detalhados para trazer uma ambientação da capitania de Minas Gerais do final do século XVII.

1789 – A Inconfidência Mineira – História

Quando o ouro foi descoberto na região de Minas Gerais, a princípio pelos bandeirantes paulistas, houve um fluxo enorme de pessoas para a região em busca de riqueza. Estamos no início do século XVIII e a atual região de Minas Gerais fazia parte da Capitania de São Paulo. Em uma época onde o ouro era a maior riqueza em circulação, é fácil imaginar o que essa descoberta gerou.

Foram tantas pessoas que se dirigiram para Minas que a Coroa portuguesa precisou baixar um decreto proibindo que portugueses embarcassem para o Brasil para esse fim. Além de estabelecer postos de controle nos caminhos que levavam à Minas para controlar o volume de pessoas que se movimentavam naquela direção.

“A nova lei estabelecia uma cota mínima a ser paga por ano: cem arrobas de ouro. Caso este valor não fosse atingido, a Coroa lançava a Derrama, uma contribuição coletiva, rateada entre todos os moradores da capitania, mineradores ou não, para cobrir os prejuízos do rei.”

Com as minas de ouro cada vez produzindo mais, aumentou o números de habitantes e como consequência o número de cidades. Na mesma medida aumentou a quantidade dos impostos reais cobrados sobre os habitantes de Minas. A região alcançou tanta importância que a Coroa alçou a região à capitania e estabeleceu caminhos oficiais para escoar a produção aurífera para Portugal. Portugal aumentou o controle estabelecendo o seu aparato burocrático e militar na capitania. Surgiam os regimentos reais, casas de fundição, ouvidoria real e todo aparato político.

Isso fez crescer em Minas uma elite abastada financeira e intelectualmente. Vários homens retornavam à Minas após terem se formado na Universidade de Coimbra, com acesso a informações que se tornaram fundamentais para o movimento inconfidente. Contudo, sendo um elemento natural finito, a produção de ouro começou a decair a partir da metade do século XVIII. Em contrapartida, a Coroa cada vez cobrava mais impostos, usurpando todos os habitantes da capitania. Com os seus interesses pessoais e financeiros em jogo, naturalmente os mais inteligentes logo se uniram em torno dos ideais de liberdade.

“A verdade era uma só. Em meados do século XVIII, com o natural esgotamento das lavras, a capitania das Minas passou a sentir mais intensamente todas as restrições impostas pela Coroa.”

O que os unia era a necessidade de diminuir suas dívidas com a Coroa portuguesa. Estavam diretamente envolvidos: militares de alta patente, como Domingos de Abreu Vieira, ricos fazendeiros e donos de minas de ouro, como Francisco de Oliveira Lopes, ricos contratantes, como João Rodrigues de Macedo, advogados e poetas, como Claudio Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, o ex-ouvidor da capitania Tomáz Antonio Gonzaga e militares de baixa patente, como Tiradentes.

O movimento teria início quando o governo decretasse a Derrama (imposto que recaía sobre todos os habitantes para pagar a diferença entre a produção de ouro e a quantidade de 100 arrobas). Com medo do que poderia acontecer, e para salvar a própria pele, alguns inconfidentes delataram o movimento ao Visconde de Barbacena, então governador da capitania. Barbacena logo mandou prender os acusados e os enviou para o Rio de Janeiro. 

“Sabendo dos boatos que corriam na cidade a respeito do levante, Barbacena decide suspender a derrama. Isto foi o tiro de misericórdia no movimento inconfidente.”

Na capital da colônia os acusados sofreram extensos interrogatórios e torturas. O que ficou relatado nos Autos da Devassa (processo aberto pela Coroa), foi que após vários interrogatórios Tiradentes assumiu toda a culpa do movimento. Após 3 anos das prisões, e com todos sendo condenados à morte pelo crime de lesa-majestade, uma nova sentença foi proferida: os réus civis e militares seriam enviados em degredo perpétuo para as colônias portuguesas na África, os clérigos seriam enviados para Portugal, e somente Tiradentes seria morto por forca, para servir de exemplo aos demais súditos.

Tiradentes morreu no dia 21 de abril de 1792. Foi esquartejado e teve partes de seu corpo penduradas ao longo da estrada entre Rio de Janeiro e Vila Rica. Sua cabeça ficou exposta na praça principal de Vila Rica. Sua casa foi destruída e o terreno salgado para que nada mais crescesse ali.

1789 – A Inconfidência Mineira – Conclusão

A história da inconfidência mineira é um tema ainda controverso na História do Brasil. Controverso pois não existe unanimidade entre os estudiosos sobre os verdadeiros papeis desempenhados pelos participantes e muito menos um consenso acerca das suas motivações. A principal fonte histórica é o registro do processo que a Coroa portuguesa abriu para julgar e punir os sediosos, a Devassa. Mas a versão oficial dos vencedores não deve ser usada como fonte única para análise de algum evento histórico. Ficamos com as suposições e as visões românticas que permeiam o imaginário brasileiro há mais de 200 anos.

Indico o filme Inconfidência Mineira, de 1948.

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