Quem foi Charles Dickens
Charles Dickens nasceu em Portsmouth, Inglaterra, em 7 de fevereiro de 1812, sendo o segundo de oito filhos. Sua infância foi marcada por dificuldades financeiras, pois seu pai, John Dickens, era mau sucedido financeiramente. A família enfrentou períodos de endividamento e Charles foi forçado a trabalhar em uma fábrica de graxa aos doze anos, experiência que deixou uma marca profunda em sua visão da sociedade e das condições de trabalho. Apesar das adversidades, sua sorte mudou quando seu pai herdou uma soma considerável, permitindo que Charles recebesse educação formal. Ele frequentou a Wellington House Academy e mais tarde trabalhou como estenógrafo no Tribunal do Reino para, eventualmente, começar a escrever sob o pseudônimo “Boz.”
A carreira literária de Dickens ganhou destaque com a publicação de “The Pickwick Papers” em 1836, uma série mensal que rapidamente se tornou um sucesso. Seu estilo único de escrita, caracterizado por personagens vívidos e uma mistura de humor e crítica social, conquistou o público leitor. Nos anos seguintes, Dickens produziu uma série de romances que se tornaram clássicos, incluindo “Oliver Twist” (1837-1839), “David Copperfield” (1849-1850) e “A Tale of Two Cities” (1859). Seu trabalho não apenas cativou os leitores, mas também refletiu as condições sociais da época, destacando questões como a pobreza, desigualdade e a exploração de crianças no trabalho.
Dickens também era um notável defensor da justiça social e criticava abertamente as injustiças de sua sociedade. Sua novela “A Christmas Carol” (1843) é um exemplo emblemático de seu compromisso social, abordando temas como a compaixão, generosidade e redenção durante a época natalina. Além de suas contribuições literárias, Dickens era um prolífico palestrante e realizou leituras públicas de suas obras, conquistando uma base de fãs leais. Ele visitou os Estados Unidos em 1842 e novamente em 1867-1868, onde fez leituras de suas obras e participou de eventos literários.
A vida pessoal de Dickens foi tumultuada. Ele se casou com Catherine Hogarth em 1836, com quem teve dez filhos. No entanto, o casamento acabou em divórcio em 1858, um evento que gerou considerável escândalo na sociedade vitoriana. Dickens continuou a escrever e realizar leituras públicas após o divórcio, mantendo sua posição proeminente na cena literária. Ele faleceu em 9 de junho de 1870, deixando um legado duradouro na literatura inglesa. Seus trabalhos continuam a ser estudados, adaptados e apreciados, destacando sua habilidade única de capturar a essência da condição humana e social em sua escrita atemporal.
Por que Charles Dickens é importante
Charles Dickens revolucionou a literatura do século XIX ao abordar temas sociais complexos e injustiças da sociedade vitoriana em suas obras. Seis temas importantes que permeiam suas obras e contribuíram para sua revolução literária incluem:
Crítica Social e Condição dos Pobres
Dickens era um crítico ardente das desigualdades sociais e da exploração dos pobres na Inglaterra vitoriana. Suas obras frequentemente retratam as duras condições de vida dos menos afortunados, destacando a pobreza, as condições de trabalho desumanas e a falta de oportunidades para as classes mais baixas. “Oliver Twist” e “David Copperfield”, por exemplo, apresentam personagens provenientes de ambientes empobrecidos, fornecendo uma visão contundente das dificuldades enfrentadas pelos menos privilegiados.
O Desenvolvimento do Indivíduo
Muitas obras de Dickens exploram o desenvolvimento e a evolução dos personagens ao longo do tempo. “David Copperfield”, considerado semiautobiográfico, segue a jornada de crescimento do protagonista desde a infância até a maturidade. Dickens foi inovador ao destacar a importância do desenvolvimento emocional e moral dos personagens, oferecendo aos leitores uma visão mais profunda das complexidades da natureza humana.
Retrato das Classes Médias
Enquanto a maioria dos romances da época focava nas classes altas da sociedade, Dickens trouxe à tona a vida da classe média e das classes trabalhadoras. Ele desafiou as convenções ao explorar as lutas e aspirações das pessoas comuns, oferecendo uma representação mais completa e equilibrada da sociedade da época.
A Crítica à Burocracia e Instituições:
A crítica de Dickens se estendeu às instituições sociais e burocráticas. Em “A Tale of Two Cities”, por exemplo, ele aborda a corrupção do sistema judiciário. Já em “Little Dorrit”, ele critica o sistema prisional. Dickens usava suas narrativas para expor as falhas nas instituições e promover a necessidade de reformas.
Redenção e Compaixão
Um tema recorrente nas obras de Dickens é a ideia da redenção e da capacidade de mudança. Personagens que começam como vilões muitas vezes têm a chance de se redimir. “A Christmas Carol” é um exemplo notável, em que Ebenezer Scrooge passa por uma transformação emocional e encontra a redenção por meio da compaixão e generosidade.
Crítica ao Materialismo e à Ganância
Dickens era um crítico ferrenho do materialismo e da ganância desenfreada que permeavam a sociedade de sua época. “A Christmas Carol” é particularmente emblemático desse tema, apresentando Scrooge como um símbolo da avareza e da falta de compaixão, enquanto enfatiza a importância de valores humanos sobre ganhos materiais.
Esses temas fundamentais, entre outros, tornaram as obras de Dickens não apenas entretenimento literário, mas também uma poderosa crítica social que transcendeu sua época e continuou a ressoar ao longo dos anos.
5 livros para gostar de Charles Dickens
Aqui estão cinco livros de Charles Dickens para quem quer conhecer o autor:
“Oliver Twist” (1837-1839)
A história segue o órfão Oliver Twist em suas jornadas pela sociedade inglesa do século XIX. Dickens expõe as injustiças sociais e a exploração dos pobres, proporcionando uma visão impactante da pobreza e da busca por identidade em meio à adversidade.
“David Copperfield” (1849-1850)
Narrado pelo próprio David, este romance semi-autobiográfico traça a vida do protagonista desde a infância até a maturidade. O livro explora o desenvolvimento pessoal, os desafios emocionais e as relações intergeracionais em uma sociedade em transformação.
“Um Conto de Duas Cidades” (1859)
Ambientado em Londres e Paris durante a Revolução Francesa, o romance apresenta histórias entrelaçadas de amor, sacrifício e redenção. Dickens captura vividamente o clima tumultuado da época e examina as complexidades das relações humanas em meio a eventos históricos significativos.
“Grandes Esperanças” (1860-1861)
A narrativa segue a vida de Pip, um órfão que ascende socialmente, explorando temas como ambição, classes sociais e a busca por identidade. Dickens tece uma trama envolvente que revela as consequências das escolhas e as complexidades das relações ao longo do tempo.
“Um Conto de Natal” (1843)
Um conto clássico de Natal, o livro segue Ebenezer Scrooge, um avarento, em uma jornada de redenção durante a véspera de Natal. Com elementos fantásticos e mensagens de compaixão e generosidade, Dickens cria uma história atemporal que destaca os valores humanos sobre a ganância material.
Dá série 5 livros para gostar, já publicamos:
- William Shakespeare
- Fiodor Dostoiévski
- Júlio Verne
- Agatha Christie
- Jane Austen
- George Orwell
- Machado de Assis
- Albert Camus
- Ernest Hemingway
- Virginia Woolf
- Charles Dickens
- Lev Tolstoi
- Simone de Beauvoir
- Edgar Allan Poe
- Umberto Eco
- Gabriel Garcia Marquez
- Johann Wolfgang von Goethe
- Anton Tchekhov
- Clarice Lispector
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No universo da literatura, cada página virada é um novo horizonte descoberto.
Até o próximo capítulo!
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