Título: A Casa do Canal
Autor: Simenon
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 173
Resumo do livro A Casa do Canal
Georges Simenon foi um profícuo romancista belga. Sob seu nome escreveu 192 romances, 158 novelas, além de obras autobiográficas e inúmeros artigos. Sob seus 27 pseudônimos escreveu mais de 176 romances, dezenas de novelas, contos e artigos. As tiragens acumuladas de seus livros atingem mais de 500 milhões de exemplares. É o autor belga, e o quarto autor de língua francesa, mais traduzido em todo o mundo. Seu personagem principal é o comissário Jules Maigret, presente em 75 novelas e 28 contos.
Através de sua obra, Simenon conta histórias de pessoas, povos e cidades. Pequenas histórias que se transcendem, porque tratam de temas universais. A Casa do Canal foi publicada em 1933.
A Casa do Canal – História
O livro conta a história de Edmée, uma jovem de dezesseis anos. A mãe morrera ao lhe dar a vida. O pai, médico em Bruxelas, depois de tê-la mimado por dezesseis anos, também falecera. Como Edmée era pobre, seu tutor decidira mandá-la viver na casa do tio em Neeroeteren, uma aldeia na província de Limburgo, na Bélgica, próxima a um canal.
Um tio que ela nunca vira e que era proprietário de centenas de hectares em Campine. Logo que chegou, Edmée passou por um contratempo. O tio acabara de falecer. Vítima de um ferimento causado por uma vaca. Assim, Edmée passaria a viver em uma casa com sua tia, seus primos, Mia, Fred e Jef e mais um par de crianças, filhos de Mia. Viviam de forma muito humilde, e levavam uma rotina de muito trabalho e de muita união. Pelo menos até aquele momento.
“Por três dias viveram no meio da desordem, da lama e das correntes de ar naquela casa fora de controle, onde somente Edmée se mantinha calma e distante, observando tudo.”
Os personagens demonstram personalidades muito bem definidas. Enquanto Fred toma para si o comando da propriedade e dos negócios da família, Jef se mantém taciturno, e continua a trabalhar com muito afinco. Mia, por seu lado, assume mais afazeres domésticos, ajudando cada vez mais sua mãe. Edmée assume uma posição dúbia. Ajuda em algumas questões domésticas, mas logo se aproxima de Jef, conversando com ele sobre coragem e liberdade.
Fred tentou se aproximar de Edmée, mas sem jeito com mulheres, tentou essa aproximação de forma muito forçada, mas sempre escondido dos outros membros da família. Em um desses momentos, Fred tentava algo com mais violência quando um garoto de 8 anos se aproximou. Temendo que esse menino contasse para todos o que viu, Fred o matou estrangulado. Com a ajuda de Jef, os irmãos enterraram o menino à margem do canal, e este se tornou o segredos dos três. Edmée não demonstrou muita empatia pela morte do menino, mantendo sua postura dúbia na trama.
“Agora Jef parecia diferente. Ele a olhava de esguelha, como olhava para todos. E até Fred, naquela manhã, depois que alguém lhe falar de Edmée de uma forma equivocada, lançara à prima um olhar diferente.”
A herança do tio finalmente seria repartida e todos da família poderiam procurar um local melhor para viver. Fred aproveitou que Jef ficava cada vez mais afastado da família e pediu a mão de Edmée em casamento. Ela viu, então, uma oportunidade de ter algum futuro melhor do que as mulheres que moravam em Neeroeteren. Aceitou o pedido e foi morar em Maaseik com Fred.
No final, Jef mostrou seu lado mais sanguíneo, mais temperamental. Não suportou o casamento de sua amada Edmée e decidiu por fim aquele casamento. Invadiu o apartamento do casal, teve uma única relação sexual com Edmée e a matou estrangulada Não podendo suportar o peso da culpa, pulou para a morte do terceiro andar do hospital psiquiátrico da polícia.
A Casa do Canal – Conclusão
O livro mostra o lado humano dos personagens. Seus sentimentos mais íntimos e aqueles sentimentos que os movem. O cenário é um tópico à parte, já que as intempéries do clima, com chuvas torrenciais e ventos ululantes, parecem tecer nos personagens mudanças de comportamento e atitudes impensadas. Um livro que prende o leitor do início ao fim, construindo em Edmée a motivação para acompanhar a leitura até o trágico final.
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