Título: A Divina Comédia – Paraíso
Autor: Dante Alighieri
Editora: Principis
Páginas: 240
Resumo do livro A Divina Comédia – Paraíso
A Divina Comédia foi escrita por Dante Alighieri no início do século XIV e é considerada uma das maiores obras da literatura mundial. Originalmente chamada apenas de Comédia, recebeu o adjetivo Divina posteriormente por Giovanni Boccaccio. A obra é um poema épico dividido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Dante narra sua jornada espiritual, guiado pelo poeta romano Virgílio, passando pelos círculos do Inferno, subindo o Purgatório e, finalmente, chegando ao Paraíso. O poema é uma alegoria da busca pela redenção e pelo conhecimento divino.
A Divina Comédia – Paraíso – História
No Paraíso, Dante é guiado por Beatriz através das nove esferas celestes, cada uma representando um grau de perfeição espiritual e uma virtude específica. Essas esferas não são apenas locais físicos, mas estados de alma, níveis de proximidade com Deus e manifestações da ordem divina. A jornada começa na esfera da Lua, onde estão as almas que, embora virtuosas, foram inconstantes em seus votos religiosos. Essas almas cederam à pressão externa e não mantiveram seus compromissos espirituais. A Lua, com sua luz variável, simboliza essa oscilação da vontade. Aqui, Dante aprende que a verdadeira fidelidade exige firmeza mesmo diante das adversidades.
Na segunda esfera, Mercúrio, encontram-se aqueles que praticaram o bem, mas com o desejo de reconhecimento e glória. São almas que agiram com justiça, mas cuja motivação estava parcialmente voltada para a fama. Mercúrio, associado à eloquência e à política, representa essa busca por prestígio. Dante compreende que a virtude mais elevada é aquela que se realiza por amor a Deus, e não por vaidade.
“Lúcido, espesso, sólido e polido Vulto,qual nuvam, nos cobrir parece, Quse diamante pelo Sol ferido.”
A terceira esfera é Vênus, onde habitam os amantes virtuosos. Essas almas viveram o amor de forma intensa, mas ordenada, sem se deixar dominar pelos desejos carnais. Vênus, planeta do amor, simboliza a força do afeto quando guiado pela razão. Aqui, Dante percebe que o amor, quando puro, é uma via legítima para a elevação espiritual.
A quarta esfera é o Sol, morada dos sábios e teólogos. É um espaço de luz intensa, onde o conhecimento e a sabedoria brilham como reflexos da verdade divina. Dante encontra figuras como Tomás de Aquino e Boécio, que representam a união entre fé e razão. O Sol simboliza a iluminação intelectual que conduz à contemplação de Deus, e Dante entende que a sabedoria é um dom que deve ser compartilhado para o bem comum.
“Do reino em cada plaga refulgente Somos, do reino todo mundo ao grado E do Rei, que à sua lei nos molda a mente.”
Na quinta esfera, Marte, estão os guerreiros da fé, aqueles que lutaram e até morreram por Cristo. São almas marcadas pela coragem e pelo sacrifício, como os cruzados e mártires. Marte, planeta da guerra, aqui representa a luta espiritual e a fortaleza moral. Dante vê uma cruz luminosa formada por essas almas, e compreende que a verdadeira batalha é aquela travada em nome da justiça e da fé.
A sexta esfera é Júpiter, onde residem os governantes justos. São reis e líderes que exerceram o poder com equidade e compaixão. Júpiter, símbolo da justiça e da ordem, abriga almas que souberam equilibrar autoridade e virtude. Dante contempla uma águia formada por essas almas, representando a visão penetrante e justa do bom governante. Aqui, ele aprende que o poder só é legítimo quando serve ao bem comum.
“Se da verdade eu for remisso amigo, Morrer temo dos homens pelo olvido, Que o tempo de hoje hão de chamar antigo.”
Na sétima esfera, Saturno, estão os contemplativos, monges e eremitas que dedicaram suas vidas à oração e à meditação. Saturno, planeta lento e silencioso, simboliza a profundidade da vida interior. Dante encontra São Bento e outros mestres da contemplação, e compreende que o silêncio e a introspecção são caminhos para a união com o divino.
A oitava esfera é o Firmamento, onde brilham as estrelas fixas. Aqui estão os triunfantes na fé, como os apóstolos e santos que encarnaram as virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Dante é examinado por São Pedro, São Tiago e São João, que testam sua compreensão dessas virtudes. Essa esfera representa a estabilidade da verdade revelada e a glória dos que viveram plenamente segundo os ensinamentos cristãos.
“Sua existência em crença é só firmada, Em que se fundamenta alta Esperança: Substância, pois, tem sido intitulada.”
A nona esfera é o Primum Mobile, o Primeiro Motor, que move todas as outras esferas. É o céu dos anjos e das inteligências celestes, que executam a vontade divina. Aqui, Dante contempla a ordem do universo e a hierarquia angelical. Esta esfera é a mais próxima de Deus em termos de movimento, pois é a mais veloz, impulsionada diretamente pelo amor divino.
Por fim, Dante chega ao Empíreo, que está além do tempo e do espaço. É a morada de Deus, da Virgem Maria, dos anjos e dos bem-aventurados. Aqui, ele contempla a Rosa Celestial, uma visão mística da comunhão dos santos, onde cada alma ocupa seu lugar eterno. No clímax da obra, Dante tem uma visão direta da Trindade, e compreende, ainda que por um instante, a unidade entre o amor, a razão e o mistério divino. A jornada termina com a célebre afirmação de que é o amor que move o sol e as outras estrelas — a força suprema que sustenta todo o cosmos.
A Divina Comédia – Paraíso – Conclusão
O Paraíso representa o ápice da jornada espiritual de Dante, onde a alma, purificada e iluminada, alcança a contemplação da verdade eterna. Ao contrário das partes anteriores, marcadas por sofrimento e esforço, o Paraíso é um espaço de luz, música e harmonia, onde o amor divino é a força que move todas as coisas.
Mais do que uma descrição do céu cristão, o Paraíso é uma alegoria da busca humana pelo conhecimento, pela fé e pela união com o absoluto. A presença de Beatriz simboliza a sabedoria que guia a alma, e a visão final da Trindade representa a realização plena do espírito. A obra convida o leitor a refletir sobre a beleza da criação, a ordem do universo e a possibilidade de redenção por meio do amor e da razão.
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