Título: A Incrível Viagem de Shackleton
Autor: Alfred Lansing
Editora: Sextante
Páginas: 400
Resumo do livro A Incrível Viagem de Shackleton
Uma expedição que pretendia atravessar o continente antártico transversalmente, passando pelo pólo magnético. Essa era a intenção de Ernest Shackleton quando partiu da Inglaterra em 1914. Como a conquista do pólo já havia sido feita, anos antes, restava a travessia longitudinal, que seria a primeira travessia terrestre do continente antártico, passando pelo pólo sul magnético. A Expedição Transantártica Imperial, como ficou conhecida, foi uma das maiores aventuras documentadas da humanidade. Um verdadeiro roteiro de livro de Julio Verne.
A Incrível Viagem de Shackleton – História
Ernest Shackleton já havia se aventurado na Antártica anteriormente, na tentativa de ser o primeiro ser humano a chegar ao polo sul. Com essa conquista sendo alcançada pelo explorador Roald Amundsen, restava a Shackleton tentar a travessia de todo o continente antártico. Batalhou por patrocínio e por investidores interessados na viagem. Finalmente, em agosto de 1914, partiu de Londres rumo ao hemisfério sul com mais de 20 homens, entre marinheiros, cientistas e médicos, e 70 cães.
De início a expedição não encontrou muitas adversidades. Clima ameno, para os padrões antárticos e mar aberto. Porém, essa calmaria não duraria muito. Logo, eles encontraram uma grande barreira de gelo. Tentaram atravessá-lo a todo custo, mas, em janeiro de 1915, o navio Endurance ficou preso no gelo. Os dias se passaram na tentativa desesperada da tripulação em soltar o navio e continuar a viagem. No início do outono, Shackleton entendeu que a situação não melhoraria. Ordenou a tripulação que fizesse os preparativos para passar o inverno antártico à bordo, preso no gelo.
“No entanto, o que mais deixava os homens angustiados eram os momentos em que o navio lhes lembrava uma imensa criatura que estivesse sendo sufocada, esforçando-se para respirar, os flancos arquejando sob o efeito da pressão que a estrangulava.”
Na primavera, não vendo outra saída, Shackleton ordenou que todos abandonassem o navio, montando um acampamento sobre a banquisa de gelo. A pressão do gelo aumentou. Impotentes diante da força da natureza, restou à Shackleton e seus homens assistirem, em novembro de 1915, o Endurance sucumbir ao gelo e ser tragado pelo mar. A partir de então, Shackleton entendeu que o objetivo inicial de atravessar a Antártica estava perdido, mas eles tinham outro grande desafio: se manterem vivos e voltarem para casa.
Shakleton e seus homens, além dos cães, das provisões e três barcos menores, ficaram acampados na placa de gelo durante todo o verão. Através de medições, perceberam que a banquisa se movimentava lentamente na direção das ilhas que ficam na borda do mar de Weddell. Porém, com o verão as temperaturas aumentaram e o gelo começou a derreter e quebrar. Os homens aproveitaram uma brecha no gelo e tentaram navegarm em direção às ilhas de Weddell. Durante esse trajeto, vários problemas levaram a expedição à acampar em outro banco de gelo. Finalmente, em abril de 1915, eles aproveitaram uma nova brecha no gelo e conseguiram alcançar a Ilha Elefante, na borda do mar de Weddell. Era terra firme, depois de 497 dias.
“A situação daquele grupo de homens era simples e aterrorizante e sua simplicidade. Se pretendiam de algum modo sair dali, teria que ser por sua própria conta.”
Na ilha, os homens organizaram um abrigo com pedaços de um dos barcos que ficou destruído. Shackleton tomou a difícil decisão de separar o grupo. No fundo, ele entendeu que ou ficavam na ilha Elefante e morriam todos, de fome ou de frio, ou um grupo partia para a ilha Geórgia do Sul a 1300 quilômetros de distância para pedir ajuda na estação baleeira permanente que havia nessa ilha. Shackleton e mais 5 tripulantes empreenderam a viagem. Passaram por um dos mais terríveis e traiçoeiros mares na Terra, o mar de Drake. Lutaram árduamente durante mais de 20 dias até avistarem as montanhas da Geórgia do Sul.
Porém, o sofrimento dos tripulantes estava longe de terminar. Devido as condições do mar e da precariedade do barco onde estavam, Shackleton e seus homens tiveram que aportar na primeira oportunidade que acharam. Porém, a estação baleeira estava do outro lado da ilha. Como não tinham condições de seguir por mar, resolveram atravessar a ilha a pé, em pleno inverno. O feito foi tão memorável que outra travessia da Geórgia do Sul só foi feita 40 anos depois. Quando chegaram à estação, Shackleton e seus homens foram recebidos como verdadeiros heróis. Um a um, todos os marinheiros e capitães da estação fizeram reverência à jornada épica de Shackleton.
“O cansaço, a falta de comida, o exercício e a tensão os enfraqueceram a tal ponto que quanto mais tentavam ficam imóveis mais tremiam – e era seu próprio tremor que os mantinham acordados. Era melhor remar. Shackleton acreditava que alguns de seus homens não sobreviveriam àquela noite.”
Contudo, Shackleton sabia que sua missão ainda não havia terminado. 22 tripulantes ainda estavam na ilha Elefante aguardando o resgate. Várias tentativas foram imediatamente feitas, mas o mar revolto e o gelo formado no outono impediu que esse resgate chegasse. Finalmente, em agosto de 1916, 3 meses após a sua saída, Shackleton conseguiu resgatar seus amigos na ilha Elefante. Por mais inimaginável que possa parecer, todos os membros da expedição retornaram para suas casas com vida, depois de terem passado por uma das aventuras mais incríveis da história da humanidade.
A Incrível Viagem de Shackleton – Conclusão
O livro conta em pormenores essa viagem espetacular, pois o autor teve contato com os diários que os homens mantinham. Todo os sofrimentos e privações foram documentados. Para cada acontecimento, o autor contou com o depoimento de vários homens, que escreveram à sua maneira, como se sentiram diante da força da natureza. A escassez de alimento, o desespero de estarem à deriva em cima de uma placa de gelo, a solidão invernal, a angústia do degelo. Esse livro é um relato impactante do poder da natureza e da insignificância do homem diante desse poder.
Shackleton chegou a organizar outra expedição à Antártica anos depois, mas morreu antes de executá-la, em janeiro de 1922. Ele está enterrado no cemitério da ilha Geórgia do Sul. Uma pesquisa feita em 2002 na comunidade britânica, elegeu os 100 maiores britânicos de todos os tempos. Shackleton ocupou a 11ª posição.
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