A Queda
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A Queda

A Queda

Título: A Queda
Autor: Albert Camus
Editora: BestBolso
Páginas: 83

Resumo do livro A Queda

A Queda foi publicado em 1956 e é a última obra de ficção completa do autor. Um livro denso. Não em páginas, mas em palavras e significados. É possível perguntar, não ouvir a resposta, mas sabê-la? Para Albert Camus, sim.

A Queda – História

A Queda é um diálogo em forma de monólogo. Somos apresentados a Jean-Baptiste Clamence, juiz-penitente domiciliado em Amsterdã, que conhece um sujeito “sem-nome” no bar Mexico-City, que ficava no cais da cidade. Logo, Clamence passou a desfiar sua vida, cheia de altos e baixos, através das páginas. Mas seria Clamence um louco delirando em um hospício? Seria ele um homem confessando-se ao padre? Ou um melancólico abrindo-se diante do espelho? Seria Clamence um moribundo contando sua vida como último suspiro? Ou, talvez, Clamence estaria falando com seu outro eu?

Todas as respostas estão corretas, ou erradas, mas tudo depende de onde o leitor está. A história possui conotações diferentes, que dependem do espírito do leitor. 

“Quando pensamos muito sobre o homem, por trabalho ou vocação, às vezes sentimos nostalgia dos primatas. Estes não tinham segundas intenções.”

Clamence era advogado de defesa de grandes assassinos, que com sua boa fala e persuasão, conseguia ganhar até os mais improváveis casos. Mas, apesar disso, era cortês e generoso com todos que pudesse: com cegos, idosos, animais e outros cidadãos necessitados. Porém, sem uma explicação lógica, algo dentro dele mudou, e ele se viu envolto em um mundo de austeridade e desesperança que o transformaram em um homem opressor, egoísta e niilista.

Clamence buscou saída para suas aflições nas prostitutas e no álcool, mas sempre retornou à solidão e à angústia. Todos os dias quando acordava e lembrava de seus excessos na noite anterior, Clamence percebia que estava diante do abismo da existência. E para piorar a sua realidade, Clamence começou a perceber que o abismo olhava de volta para ele. Ele começou a entender que estava despindo sua alma pouco a pouco, morrendo por dentro antes que seu corpo físico padecesse.

“Nenhum homem é hipócrita nos seus prazeres.”

Como um bom francês colonial, já que era argelino de nascimento, Camus coloca em Clamence sua opinião sobre os franceses: adoradores de jornais e de fornicação. Tendo passado sua infância argelina sob o signo da fome, do calor e da presença opressora francesa é fácil identificar o motivo das críticas.

Sobre Amsterdã, Clamence fez uma comparação entre os canais circulares com os círculos do inferno, numa alusão ao livro A Divina Comédia. Ele diz, inclusive, que a sociedade atual, e eu me pergunto se é a sociedade dele ou a nossa, está, definitivamente, no purgatório. O livro é uma viagem interior densa por uma estrada repleta de curvas. A consciência de si no mundo em que habitava fez Clamence descobrir que sua vida era estar presente sem estar. Era uma não-existência, ou um vazio existencial.

“Não espere pelo juízo final. Ele se realiza todos os dias.”

A Queda – Conclusão

A queda existencial de Clamence tem uma meta de trazer à memória a própria queda de Adão diante do paraíso. Além disso, é inegável que ao utilizar o monólogo para fazer o personagem conversar diretamente com o leitor, Albert Camus invoca o personagem principal de Memórias do Subsolo, de Fiodor Dostoiévski. Porém, Camus escreve em primeira pessoa, fazendo com que o leitor se sinta parte da história, uma testemunha que acompanhará o auge e a queda de Clamence nos mais íntimos sentimentos do personagem. 

O livro abre um mundo de reflexões sobre nós mesmos: o que é existir? É a pergunta que o livro deixa sem resposta. Antes de dizer como se vive, reflita sobre o que é viver. 

Uma referência que não posso deixar de fazer é ao filme Fight Club. Justamente por encontrar nesse filme a luta contra o pior de nossos demônios: nós mesmos. 

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Até a próxima!