A Tragédia do Rei Ricardo II
A Tragédia do Rei Ricardo II

A Tragédia do Rei Ricardo II

A tragédia do rei ricardo II

Título: A Tragédia do Rei Ricardo II
Autor: William Shakespeare
Editora: Ridendo Castigat Mores
Páginas: 152

Resumo do livro A Tragédia do Rei Ricardo II

Obra do gênero drama histórico, escrita aproximadamente em 1595, essa peça conta a vida e a morte do Rei Ricardo II, e é a primeira peça de uma tetralogia que acompanha a vida dos sucessores de Ricardo II, Henrique IV e Henrique V.  Essa peça é a única de Shakespeare que retrata a deposição de um Rei, e acaba mostrando a derrocada de um governo despótico e usurpador.

“Rei Ricardo – Não devemos soltar rédeas à cólera; os extremos se destroem: leões domam leopardos.”

Shakespeare se vale da verdadeira história de Ricardo II para dar a seus personagens sentimentos e ações instigantes. Segundo historiadores, em 1399, depois da morte de João de Gante, o rei deserdou o primo Henrique de Bolingbroke, que retornou anos depois para reivindicar o trono depois da morte de seu pai.

A Tragédia do Rei Ricardo II – História

Em sua versão, Shakespeare mostra um rei benevolente com seu primo Bolingbroke e seu duelista Mowbray. Comute o duelo em exílio aos dois, evitando que um membro da família real morra em combate. Apesar disso, Ricardo II, nessa peça, oscila entre a benevolência e o despotismo, pois foi logo tomado de ganância quando o pai de Bolingbroke morreu, e ele tomou todos as suas riquezas para invadir a vizinha Irlanda.

“Duquesa – O que nos homens baixos tem nome de paciência, é covardia pálida nas pessoas de alto sangue.”

Quando Bolingbroke retornou para retomar as riquezas de seu pai, encontrou um país dividido entre a subserviência à divindade da realeza e o sentimento de reprovação dos atos do Rei. Henrique de Bolingbroke conseguiu o apoio de duques próximos ao Rei e quando esse retornou nada lhe restava a não ser entregar a coroa ao seu primo que passou a se chamar Henrique IV. Preso em cativeiro, Ricardo II passou a limpo sua vida de realeza, maldizendo suas atitudes, revendo seus próprios sentimentos e se arrependendo de ações terríveis que cometeu. Ao final, Ricardo II se viu preso e açoitado por seus algozes. Em um momento de fúria e auto-defesa acabou sendo morto dentro de sua cela.

“Rei Ricardo – Biltres! Serpentes! Réprobos! Danados sem salvação possível! Cães, dispostos sempre a rojar aos pés de todo mundo! Víboras aquecidas no meu peito, que o coração me pungem! Oh! Três Judas, cada um mais traiçoeiro do que Judas!”

A Tragédia do Rei Ricardo II – Conclusão

O ponto alto dessa peça é quando Ricardo II é preso. A partir desse momento, o personagem se mostra arrependido e possui monólogos recheados de reflexões sobre a vida e a morte. Esses monólogos, com pitadas de loucura, nos fazem lembrar que atitudes erradas são cometidas por nós a todo momento, algumas por força de nossas próprias vontades, outras por força do acaso. E mais: o arrependimento é inerente ao ser humano, só nos resta saber conviver com ele.

É digno de nota, também, o diálogo entre o Rei e sua esposa no momento da despedida, quando o Rei será encarcerado. Palavras doces de resignação diante do destino fúnebre que se aproximava. Lindas palavras de um amor inconteste. Mais uma peça de Shakespeare para se deleitar e para refletir sobre a sua própria existência.

“Rei Ricardo – Malgastei todo meu tempo; o tempo ora me gasta, porque me vejo transformado agora no relógio do tempo. Os pensamentos são minutos, que com suspiros batem no quadrante dos olhos, onde se acha sempre meu dedo, à guisa de ponteiro para marcar as horas e limpá-las de lágrimas.”

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