A Velhice Saudável
A Velhice Saudável

A Velhice Saudável

Velhice saudável

Título: A Velhice Saudável
Autor: Cícero
Editora: Escala
Páginas: 112

Resumo do livro A Velhice Saudável

Marco Túlio Cícero foi um advogado, político, escritor, orador e filósofo da República Romana eleito cônsul em 63 a.C. Foi um dos maiores oradores e escritores em prosa da Roma Antiga. Sua influência na língua latina foi tão imensa que acredita-se que toda a história subsequente da prosa, não apenas no latim como nas línguas europeias, seja ou uma reação a seu estilo ou uma tentativa de retornar a ele. Embora tenha sido um dotado orador e um advogado de sucesso Cícero acreditava que sua carreira política era sua conquista mais importante.

A Velhice Saudável – História

Cícero encontra seu amigo, Tito Ático, recém chegado de Atenas. Entre os variados temas que o encontro sugere, Cícero resolve elencar a velhice como o assunto ideal para o momento. Ele pensa assim uma vez que ambos se encontram à caminho dela. Ele então elabora um texto que remete a uma conversa entre o idoso Marco Catão, Lélio e Cipião. Dessa forma, as palavras e pensamentos de Cícero se fazem ouvir através do personagem Catão.

A velhice é tratada sob o enfoque do estoicismo que apregoa que tudo seja aceito conforme a natureza determina. A sabedoria consiste em saber contornar os incômodos, mas, em se tratando da vida avançada, o conforto maior advém de um passado transcorrido em clima de honestidade no agir e no pensar. Os incômodos e desconfortos da velhice são compensados pela dignidade de quem honrou a vida pela pauta do bem. Segundo Cícero, uma velhice torna-se intolerável quando o homem se afasta das atividades, apresentando debilidade corporal, privação de volúpias e aproximação de pensamentos sobre a morte.

“Procede da natureza o percurso certo para a existência que transita pelo próprio traçado, sendo que cada etapa da idade, oportunamente, recebe dela o que lhe convém.”

Com referência à debilidade conexa com a idade avançada, Cícero destaca o problema da diminuição do poder da memória. Assegura que o poder da memória só decresce se não for cultivada. Além disso, a busca de algo novo encanta a vida, seja do jovem, seja do idoso. Essa abertura receptiva faz da velhice um magistério simpático para a juventude, ainda mais quando ela percebe que também o velho está aprendendo.

Quanto ao vigor físico, Cícero aceita que ela decresce, mas, em compensação, seu vigor ético-moral reforça-se, já que a velhice, amadurecida em sabedoria, torna-se polo de atração para a juventude ávida de aprendizagem. O importante para o idoso não é desfrutar de vigor físico com exuberância. O imperativo é saber como ocupar o tempo, sem decair na ociosidade.

“Não são os cabelos brancos e as rugas que conferem, por si só, imediata autoridade, mas é a idade vivida na honestidade que recebe os frutos do merecimento.

Outra acusação contra a velhice reside na sua incompatibilidade com os prazeres físicos do corpo. Cícero reconhece na volúpia a fonte dos impulsos em busca de prazer sensitivo. No ser humano, a razão sobrepõe-se à volúpia e controla seus impulsos e atrativos. Se a volúpia pode gerar libertinagem, a razão conduz o comportamento para o plano elevado das virtudes morais. Nessa oposição à força compulsiva dos prazeres, a velhice, com sua experiência, facilmente levanta a taça da vitória.

Dizem que o velho, por via de regra, é lerdo, irascível e impaciente. Cícero distingue então entre velhice e educação. Aqueles defeitos são antes marcas de uma educação deficitária e não algo típico da velhice. Por fim, existe o problema da morte. Perante ela só existem duas alternativas: ou pensar que ela é o fim de tudo ou que a mesma abre a porta da eternidade. Assim, a morte ou acena para o nada ou para a felicidade eterna. A morte não pode ser considerada um mal da velhice, já que ela também ameaça os jovens. Em todo caso, o sábio não teme a morte.

“Se eu me engano, já que professo a imortalidade da alma, então erro com muito prazer. Enquanto viver, recusarei sempre ser privado desse erro que me é tão felicitante.”

Nessa obra ainda há, no final, outro texto de Cícero: O Sonho de Cipião. Esse texto originalmente faz parte de outra grande obra de Cícero: A República. Contudo, aqui aparece como um complemento ao texto da velhice saudável. Cícero conta um fictício sonho que Cipião teve com seu avô, o famoso general romano Cipião Africano. Africano profetiza para o neto uma vida cheia de dificuldades na família e na carreira política.

Porém logo o faz contemplar a perfeita ordem do cosmos e a música das esferas, descrevendo a geografia da Terra e os diferentes costumes dos povos. Colocando a Terra contra esse cenário grandioso e infinito, Africano demonstra a Cipião a insignificância das glórias humanas, que são pequenas, fugazes e vãs, ensinando-o a preferir os valores mais altos e eternos e desprezar a fama e louvor humano, mas sem fazê-lo abandonar o desempenho dos seus deveres práticos.

A Velhice Saudável – Conclusão

Além de ser uma defesa da moralidade pessoal, da virtude cívica e dos valores do estoicismo, esses textos têm como objetivo principal afirmar a imortalidade da alma. Ao mesmo tempo, pregam a existência de um único Deus e de um paraíso como recompensa das boas obras. Além disso, incorpora elementos do idealismo platônico e do misticismo órfico-pitagórico. Unindo retórica e filosofia, foram escritos quando Cícero já era um homem experiente em negócios de Estado.

Os textos fazem uma adaptação de tradições greco-helenísticas para a mentalidade romana que foi muito influente em sua época. Por fim, Cícero conclui que a velhice é gratificante pelas múltiplas perspectivas que ela descortina para nossos olhos. E que não há o que temer diante da passagem inexorável do tempo.

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