A Volta ao Mundo em 80 Dias
A Volta ao Mundo em 80 Dias

A Volta ao Mundo em 80 Dias

A voltao ao mundo em 80 dias

Título: A Volta ao Mundo em 80 Dias
Autor: Júlio Verne
Editora: Principis
Páginas: 304

Resumo do livro A Volta ao Mundo em 80 Dias

Júlio Verne foi um dos maiores escritores da história. É considerado um dos fundadores do gênero ficção científica, com histórias que levaram o Homem ao espaço, ao centro da Terra, às profundezas do oceano e a tantos outros lugares inimagináveis para a época em que foram escritos. Até hoje, Júlio Verne é um dos escritores cuja obra foi mais traduzida em toda a história, com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 100 livros.

A Volta ao Mundo em 80 Dias – História

Nesse clássico da literatura mundial, conhecemos o distinto cidadão inglês Phileas Fogg, homem metódico e de poucas palavras e ações, que todos os dias ia ao Reform Club passar o dia jogando uíste, ler os jornais e fazer as refeições. De quem pouco ou nada se sabia: apenas que era rico e que economizava palavras. Phileas Fogg mantinha uma rotina seguida à risca, estando sempre na mesma hora nos mesmos lugares. Justamente por um atraso de seu mordomo, Phileas decidiu procurar por outra pessoa que pudesse lhe auxiliar. É quando conheceu  Jean Passepartout, um francês que se mostrou, logo no início, disposto a seguir à risca a rotina de seu novo patrão.

E logo no primeiro dia de Passepartout, Phileas Fogg, ao conversar com outros gentleman’s sobre uma notícia nos jornais, apostou uma grande soma em dinheiro afirmando que conseguiria dar a volta ao mundo em 80 dias ou menos, utilizando todos os meios de transporte disponíveis.

“Um bom inglês não brinca jamais, quando se trata de uma coisa tão séria quanto uma aposta, respondeu Phileas Fogg. Eu aposto vinte mil libras contra quem quiser que farei a volta ao mundo em oitenta dias ou menos, ou seja, mil novecentas e vinte horas ou cento e quinze mil e duzentos minutos. Aceitam?”

Traçando sua rota, Fogg começaria em Londres e depois passaria por Paris (França), Brindisi (Itália), Suez (Egito), Bombaim e Calcutá (Índia), Cingapura, Hong Kong (então protetorado inglês), Yokohama (Japão), São Francisco e Nova York (Estados Unidos), Liverpool e Londres (Inglaterra), onde finalizaria a viagem onde começou. 

Mas ao mesmo tempo em que Fogg e seu novo mordomo se dirigiam ao primeiro estágio da viagem, de Londres a Paris, corria a notícia de que um grande assalto havia ocorrido no maior Banco da Inglaterra. Segundo as notícias, uma grande quantia em dinheiro havia sido roubada por um homem misterioso, que estava foragido. Não foi difícil para a polícia inglesa associar a viagem repentina de Phileas Fogg ao assalto ao Banco. O detetive Fix recebeu essa notícia em Suez, no Egito, e foi encarregado de seguir o distinto cavalheiro, agora suspeito, para coletar provas e prendê-lo, se houvesse necessidade. 

“A locomotiva, dirigida pelo braço de um maquinista inglês e aquecida com carvão inglês, lançava sua fumaça sobre as plantações de algodão, de café, de noz moscada, de cravo e de pimenta. O vapor se contorcia em espirais ao redor de grupos de palmeiras, por entre os quais apareciam pitorescos bungalows, alguns viharis, espécie de monastérios abandonados, e templos maravilhosos que enriqueciam a inigualável ornamentação da arquitetura indiana.”

A aventura seguiu pelo Canal de Suez em direção ao sub-continente indiano. Fogg, Passepartout e Fix, no encalço dos dois primeiros, partiram de Bombaim para Calcutá de trem, porém, sem que os aventureiros soubessem, a viagem foi interrompida pois a estrada que ligava as duas cidades ainda não estava acabada. Não contanto com esse atraso, Phileas Fogg não se deixou desanimar e tratou de procurar outro meio de transporte que o pudesse levar até a próxima cidade, onde finalmente poderiam concluir o trajeto até Calcutá. Qual meio de transporte que ele poderiam conseguir na Índia do século XIX? Nada mais natural do que um elefante!

E assim, montados nas costas daquele animal de tamanho colossal, Passepartout e Fogg deram continuidade à viagem. Mas, como é sabido por todos que em toda boa aventura é necessário a presença feminina, Phileas Fogg e seu mordomo se depararam com um estranho ritual nativo no coração da selva indiana. Eles descobriram com o guia indiano que uma mulher seria sacrificada. Como era o costume ancestral da religião, caso uma mulher se tornasse viúva, deveria ser queimada viva, para que sua alma acompanhasse a de seu finado esposo. Para um inglês, acostumado com outra cultura, esse ritual absolutamente lógico para os indianos, não passava de assassinato. E disposto a evitar uma injustiça, Fogg e Passepartout conseguiram salvar a mulher, chamada Aouda. Ela se tornava, assim, mais uma companheira de viagem de Phileas Fogg.

“Toda essa parte do alto Bundelkund, pouco frequentada por viajantes, é habitada por uma população fanática, endurecida nas práticas mais terríveis da religião hindu. A dominação dos ingleses não pôde se estabelecer regularmente sobre um território submetido à influência dos rajás, que eram difíceis de alcançar em seus inacessíveis refúgios dos Víndias.”

Após cruzar a Índia, o grupo seguiu rumo a Hong Kong via Cingapura. Novamente o autor nos apresenta um panorama geográfico espetacular, com a descrição detalhada da fauna e da flora, além dos acidentes geográficos mais importantes das diversas ilhas que surgiam no horizonte. Em Hong Kong, na época protetorado inglês conseguido após uma guerra entre a Inglaterra e a China, Fogg, Passepartout e Aouda se depararam com uma cidade comercial, que recebia diariamente navios ingleses, holandeses, franceses e americanos. Mas também conheceram o que de pior a cidade tinha para mostrar: o Ópio. 

O próximo estágio era a cidade de Yokohama, no Japão. Novamente, Fogg encontra um atraso inesperado, já que o detetive Fix conseguiu ludibriar Passepartout com álcool e fez com esse se separasse de Phileas e Aouda. A consequência foi o atraso de Fogg e Aouda, que acabaram perdendo o paquete que seguiria para Yokohama. Passepartout, acreditando que seus amigos estavam à bordo, rumou no navio certo em direção à cidade japonesa. Contudo, com uma dose de sorte e com dinheiro para oferecer, Phileas Fogg e Aouda conseguiram um barco que os levasse até o ponto onde poderiam embarcar rumo ao próximo passo: a Califórnia, nos Estados Unidos.

“Hong Kong é apenas uma ilha, cuja posse foi assegurada à Inglaterra pelo tratado de Nankin, depois da guerra de 1842. Em poucos anos, o gênio colonizador da Grã-Bretanha ali havia fundado uma cidade importante e criado um porto, o porto Victoria. Esta ilha está situada na embocadura do rio de Cantão, e apenas sessenta milhas a separam da cidade portuguesa de Macau, construída na outra margem.”

Em solo americano, Fogg, Passepartout, Aouda e Fix seguiram de trem até Nova York, encontrando pelo caminho os mais famosos clichês das histórias do velho oeste. Cruzaram uma ponte que estava em risco de desabar; conheceram a história dos Mórmons e lutaram corpo a corpo com os índios Sioux. O detetive Fix, que nesse momento já havia se aproximado de Fogg e Passepartout, aguardava ansiosamente tocar novamente em solo inglês para enfim prender o cavalheiro. Novamente, cruzaram um oceano, agora o Atlântico, rumo a Liverpool. A histórica viagem chegava próxima ao fim dentro do tempo da aposta. Até que, já desembarcados, Fix deu voz de prisão a Fogg sob a alegação de que ele era o ladrão do banco da Inglaterra.

Na prisão, Phileas Fogg chegou à conclusão de que perdera a aposta, já que ainda lhe faltavam 6 horas de trem até o Reform Club para concluir a viagem. Contando novamente com sorte, Fogg foi solto da cadeia por Passepartout, que trouxe a notícia de que, enquanto estavam fora da Inglaterra, o verdadeiro assaltante havia sido capturado e preso. E por um erro de cálculo nos dias, devido ao fuso horário mundial e à direção tomada por Fogg na viagem, rumando sempre para o leste, ainda havia 24 horas para o término da aposta. Para encerrar a história com mais um clichê das histórias de aventura, Aouda aceitou a proposta de casamento de Phileas Fogg.

“Assim pois  Phileas Fogg tinha ganho sua aposta. Tinha feito em oitenta dias a viagem ao redor do mundo! Tinha empregado para fazê-la todos os meios de transporte, paquete, railways, carruagens, iates, navios mercantes, trenós, elefante.”

A Volta ao Mundo em 80 Dias – Conclusão

O livro, além de contar uma incrível aventura ao redor do mundo, apresenta uma particular visão do mundo do século XIX na ótica de um inglês. Estando no auge do colonialismo europeu, não é de se estranhar o tom de superioridade com que os personagens se referem aos povos subjugados. Egípcios, indianos, chineses, japoneses e americanos, todos são inferiores perante a genialidade e a sabedoria inglesas. A Inglaterra havia levado para esses países rudimentares o progresso e o futuro. Havia levado a organização e a pontualidade britânicas para um mundo desordenado e caótico dos sub-povos colonizados.

A Volta ao Mundo em 80 Dias é um livro de aventura espetacular! Mostra não apenas uma viagem pelos continentes como também apresenta ao leitor mais crítico a particular visão de mundo do século XIX.

Indico o filme Around the World in Eighty Days, 1956. Uma das melhores adaptações do livro.

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Até a próxima!

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