Título: As Quinze Primeiras Vidas de Harry August
Autora: Claire North
Editora: Bertrand Brasil
Páginas: 448
Resumo do livro As Quinze Primeiras Vidas de Harry August
Imagine viver em círculos? Onde a cada nascimento você se lembrasse das vidas anteriores. Esse é o enredo de: As Quinze Primeiras Vidas de Harry August.
As Quinze Primeiras Vidas de Harry August – História
Harry August nasceu no interior da Inglaterra, no dia de ano novo, em 1919. Filho de um estupro, perdeu a mãe no parto e foi criado pelos seus tios biológicos, fato que soube apenas algumas vidas depois. A sua primeira vida foi como a de qualquer pessoa de sua idade. Viu a pobreza bater à porta da família após a Crise de 1929; participou dos campos de batalha da Segunda Guerra Mundial; acompanhou com tensão a crise dos mísseis da Guerra Fria, e viu o século XX terminar com a chegada de inúmeros avanços tecnológicos jamais pensados pelo ser humano.
“A impressão é de que o máximo que sabemos fazer com o tempo é desperdiçá-lo.”
É a partir da segunda vida que a história de Harry muda. Aos 7 anos de idade ele passou a se lembrar de tudo o que viveu na vida anterior. Uma mistura de apreensão e desespero por não entender o que estava acontecendo. Sem saber se comunicar foi considerado louco, internado em um sanatório e se suicidou aos 13 anos. Na terceira vida, conseguiu compreender que algo estava acontecendo e ao invés de se desesperar com suas memórias, passou a tentar entendê-las.
Já na fase adulta descobriu que fazia parte de um seleto grupo de seres humanos que se lembravam de suas vidas anteriores: os kalachakras, palavra que vem do sânscrito e significa “tempo-ciclo”; ou ainda ouroboranos. Ouroboro, é uma criatura mitológica representada por uma serpente que engole a própria cauda, formando um verdadeiro círculo, dando a ideia do ciclo da vida.
“Se considerarmos a ignorância uma forma de inocência e a solidão uma forma de se distanciar das preocupações, minha primeira vida teve um tipo de felicidade, por mais que não tivesse um objetivo concreto. Mas, já sabendo de tudo o que havia vivido antes, eu não poderia viver aquela nova vida da mesma forma.”
Harry conheceu também o Clube Cronos. Um clube fundado há mais de 3000 anos e que tinha como objetivo manter as informações sobre a humanidade seguras e longe de conflitos. A lógica do conhecimento passado entre os membros do Clube era a seguinte: ao nascer em 1900 e ter as suas memórias restabelecidas, um kalachakra passa o conhecimento do seu futuro ao senhor que logo morrerá, mas que nascerá novamente no início do século anterior com aquele conhecimento. Dessa forma, o conhecimento transita tanto para o passado, quanto para o futuro!
E quais os riscos dessa troca de informações? Quando Harry nasceu em 1919 ele detinha o conhecimento de diversas tecnologias que só iriam surgir muito tempo depois, como internet, microondas, aviões a jato, e aparelhos de celular. Esse conhecimento poderia mudar o rumo da história se usado em benefício próprio, adiantando o processo de extinção da humanidade em centenas de anos. E como ele logo descobriu, sempre apareciam kalachakras mal-intencionados ao longo da História.
“Eu poderia dizer que passado é passado, que nada gera consequências e que cansei de uma vida em que nada que eu faça tem qualquer significado para outra pessoa além de mim mesmo, e que com o passar dos anos eu venho ficando cada vez mais insensível, oco e vazio por dentro, que pulo de situação em situação como se fosse um fantasma que visita um túmulo antigo para descobrir a explicação sobre a morte, e que nessa busca não encontrei nada.”
As Quinze Primeiras Vidas de Harry August – Conclusão
Apesar de conter trechos de ação e espionagem, com Harry caçando um kalachakra dissidente, evitando que este destruísse a raça humana ainda no século XX, As Quinze Primeiras Vidas de Harry August traz também muita reflexão. Vivendo uma única vida, que seria o “normal” para todos nós, é impossível saber o que nos espera no futuro. Então, não temos como mudá-lo no presente para que ele ocorra diferente ou até mesmo não ocorra. A imprevisibilidade da vida é o que a torna tão atraente e misteriosa. Por outro lado, se soubéssemos o que nos aguarda estaríamos mais aptos para enfrentar os problemas.
Harry sabia que morreria de metástase. Ele sempre morria disso, e não havia o que fazer. Ele procurou ajuda científica e até conseguiu prorrogar o processo, mas nunca evitá-lo. Também procurou ajuda espiritual, passando uma de suas vidas ao redor do mundo conhecendo crenças e religiões. Inevitavelmente, quando idoso, morria de metástase. Esse livro nos ensina que todo o conhecimento do mundo nos tornaria vazios, e que a passagem irremediável do tempo nos ensina que o que importa de verdade não é o início ou final de nossa jornada, mas sim o caminho que percorremos ao longo da vida.
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As Quinze Primeiras Vidas de Harry August
Até a próxima!