Coriolano
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Coriolano

Título: Coriolano Autor: William Shakespeare Editora: Ridendo Castigat Mores Páginas: 114

Resumo do livro Coriolano

Shakespeare escreveu essa peça nos mesmos anos em que escreveu Antônio e Cleópatra. Essas duas peças são as suas últimas tragédias. O autor se inspirou em um personagem histórico real: o general romano Caio Márcio Coriolano.

Coriolano – História

A peça começa com um clima tenso e tumultuado em Roma. A cidade está enfrentando uma crise: o povo está faminto devido à falta de grãos, e a tensão entre a classe plebeia e os patrícios (a aristocracia) está no auge. O povo, indignado, acusa Caio Márcio pela falta de grãos, e criticam a aristocracia de acumularem provisões e negligenciarem suas necessidades. Esse descontentamento leva à revolta, e os cidadãos estão prontos para se amotinar.

É nesse cenário que somos apresentados a Caio Márcio. Ele é um general romano conhecido por seu desprezo pelos plebeus e sua atitude arrogante. Para ele, os plebeus são ingratos e indignos de compaixão, o que aumenta ainda mais as tensões entre ele e o povo. Para o general os plebeus não são dignos dos grãos por causa de sua falta de serviço militar.

“Márcio – Sois o opróbio de Roma, sois rebanho… Que as úlceras e as chagas vos emplastrem, para que vos torneis aborrecidos antes mesmo de terdes sido vistos, e cada um a infecção transmista aos outros, contra o vento, a uma milha de distância. Almas de pato com feitio de homens!”

É nesse cenário conturbado que Roma, fragilizada internamente e com divisões sociais profundas, recebe a notícia da guerra com os volscos. Os volscos eram um povo itálico que frequentemente entrava em conflito com Roma por questões territoriais e de influência na região. Eles buscavam expandir seu domínio e resistir à crescente hegemonia romana.

Roma, por sua vez, estava defendendo sua posição estratégica e sua honra. A cidade de Corioli, que era um importante reduto dos volscos, tornou-se o foco do conflito. Para Roma, conquistar Corioli significava não apenas enfraquecer os volscos, mas também reafirmar sua supremacia militar e política na região. Assim, de um lado estava o general Caio Márcio e seu exército poderoso, de outro o general volsco Tullus Aufidius.

“Coriolano – Preferira que ao sol o crânio todo me arranhassem, quando soasse o alarma, a aqui sentar-me sem fazer coisa alguma e ouvir meus nadas transformados em monstros assombrosos.”

Caio Márcio, apesar de ferido, demonstrou uma coragem extraordinária na batalha contra os volscos, o que lhe garantiu a vitória e o título de “Coriolano”, por ter derrotado a cidade de Corioli. Após a batalha, ele retornou para Roma como um herói. Sua bravura e liderança foram amplamente reconhecidas, e ele foi recebido com grande celebração e aclamação pública. Como recompensa por seus feitos, o cônsul oferece a Coriolano uma parte significativa do tesouro capturado dos volscos.

No entanto, ele recusa a recompensa material, pedindo apenas a liberdade de um prisioneiro que era seu amigo. Esse gesto de generosidade aumenta ainda mais sua popularidade entre os soldados e o povo. Além disso, Coriolano decidiu concorrer para o cargo de cônsul, ganhando apoio do senado. No entanto, sua postura política conservadora e seu desprezo pela plebe geraram conflitos. Ele propôs que os grãos, que eram escassos na época, fossem distribuídos apenas se os direitos da plebe fossem revogados, o que causou grande indignação entre os cidadãos comuns.

“Coriolano – Vil matilha de cães, cujo mau hálito odeio como o pântano empestado, e cuja simpatia estimo tanto quanto o cadáver insepulto e podre que deixa o ar corrompido e irrespirável: sou eu que vos desterro, e aqui vos deixo com vossa inconsistência.”

Então, entram em ação Bruto e Sicínio, tribunos do povo, representantes eleitos para defender os interesses da plebe romana. Eles decidem incitar um motim plebeu em oposição à nomeação de Coriolano. Este fica furioso e um faz uma dura crítica ao governo popular, especialmente a ideia de que o poder político seja compartilhado com a plebe. Ele acredita que o povo comum é incapaz de tomar decisões sábias e que a democracia enfraquece a autoridade e a estabilidade do Estado. Para ele, o governo deve ser liderado por uma elite de patrícios, que possuem a educação e a experiência necessárias para governar.

Por conta dessa opinião, Coriolano é banido de Roma. Ele então se volta para seus antigos inimigos, os volscos. Para se vingar, Croiolano decide invadir Roma com a ajuda do exército volsco, mas é persuadido pela sua mãe. Então, Coriolano é tratado como traidor pelos volscos. Aufídio, que havia sido derrotado no campo de batalha, também saiu com sua honra ferida diante da traição de Coriolano. Aproveitou a chance que teve e saciou sua sede de vingança assassinando Coriolano.

Coriolano – Conclusão

A peça explora as tensões entre a aristocracia e a plebe, destacando os desafios de governar uma sociedade dividida. Shakespeare questiona os limites da democracia e da autoridade elitista. Coriolano é um exemplo clássico de um herói trágico cujo orgulho e inflexibilidade levam à sua queda. Isso reflete como virtudes podem se transformar em defeitos fatais. Shakespeare apresenta um olhar crítico sobre a política, mostrando como interesses pessoais e ideologias podem influenciar decisões que afetam toda a sociedade. Além disso, a peça examina os dilemas de lealdade, tanto no contexto familiar quanto político, e como a traição pode surgir de conflitos internos e externos. Acima de tudo, Shakespeare analisa o ser humano: apesar de sua força e bravura, Coriolano é vulnerável às emoções humanas, como ressentimento e desejo de vingança, mostrando que mesmo os mais poderosos são moldados por suas fraquezas.

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