Título: Crátilo
Autor: Platão
Editora: Mimética
Páginas: 86
Resumo do livro Crátilo
O diálogo Crátilo se insere no período socrático da obra de Platão. Durante essa fase os textos de Platão dão ênfase aos pensamentos do personagem Sócrates, sempre na busca por respostas às indagações de seus interlocutores. Esse diálogo inicia uma discussão sobre “o que é conhecer” que terá continuidade no diálogo Teeteto. Crátilo é o diálogo onde Sócrates debate sobre a origem dos nomes, ou ainda, sobre a correção dos nomes.
Crátilo – História
Sócrates é interpelado por Hermógenes e Crátilo a dizer se os nomes são convencionais ou naturais. Ou seja, pede-se que Sócrates elucide a seguinte questão: a linguagem é um sistema de signos arbitrários ou as palavras possuem uma relação intrínseca com as coisas às quais elas se relacionam?
De início, Sócrates diz que da mesma forma como um artista escolhe as cores certas para compor seu quadro, o criador de palavras usa a composição correta de letras para significar aquilo que é o objeto ao qual precisa nomear. Hermógenes, ao contrário, afirma que os nomes existem por força de costumes e convenções, e que por isso, poderiam ser modificados, adotando novos significados, de acordo com as circunstâncias.
“Sócrates – O nome é, então, um instrumento de ensino e de distinção da entidade, da mesma maneira que a lançadeira o é da teia.”
Sócrates refuta esse argumento, dizendo que da mesma forma como existem homens nobres e homens sem caráter, existem discursos verdadeiros e falsos. Diz a verdade aquele que faz um discurso verdadeiro e diz uma mentira aquele que faz um discurso falso. Se os nomes pudessem ser modificados facilmente, não faria sentido chamar de cavalo aquilo que chamamos de homem, e vice versa. Estaríamos proferindo um discurso falso modificando os nomes das coisas. Sócrates diz que as coisas precisam ser nomeadas respeitando sua própria natureza e em acordo com essa.
“Sócrates – Os nomes têm uma correção por natureza, e que nem todos os homens sabem pôr o nome adequado a uma coisa qualquer.”
Assim como um artesão usará a melhor lançadeira e a mais adequada ao seu propósito para tecer, e um pintor usará as cores mais adequadas ao seu quadro, os homens também precisam utilizar os melhores e mais adequados nomes para nomear as coisas ao seu redor. Utilizamos assim, os nomes criados pelo que Sócrates chama de legislador de nomes, o único capaz de possuir a arte de nomear corretamente as coisas.
Então Hermógenes começa a perguntar a Sócrates sobre a origem de nomes diversos. Desde os deuses do Olimpo, passando por sentimentos, e outros nomes mais abstratos, como espirito, pensamento e conhecimento. Sócrates vai, um a um, mostrando à Hermógenes as origens dos nomes. Busca pela origem de tudo aquilo que Hermógenes pergunta, dizendo que os nomes existem por uma motivação e com uma finalidade, pensada por quem assim atribuiu.
“Sócrates – O nome homem significa que os outros animais são incapazes de investigar aquilo para onde olham, ou de o analisar ou de o examinar, mas que o homem olha e, simultaneamente, examina e raciocina sobre o que vê.”
Crátilo – Conclusão
Os diálogos de Platão possuem uma característica fascinante. São atemporais. Sócrates conversando com Hermógenes na Grécia antiga ainda faz sentido. Ainda discute e ensina sobre a busca pelas origens das coisas. Sabemos hoje a raiz das palavras, mas Sócrates nos ensina a buscar a origem de outras coisas. Quando estamos tristes, ou mesmo felizes, mas também angustiados ou agradecidos, devemos procurar a origem dessas condições. Buscar a raiz de onde esses sentimentos floresceram. Fazer essa pesquisa, essa busca completa pela origem das coisas, certamente nos fará ver que tudo tem um propósito e segue um caminho. Os nomes possuem sua correção na natureza, assim como os sentimentos possuem correção dentro de nós.
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