Título: Críton
Autor: Platão
Páginas: 96
Resumo do livro Críton
Após ser julgado e condenado a pena de morte, conforme visto no diálogo Apologia de Sócrates, Sócrates deixou os juízes e foi para a prisão, mas teve que esperar mais de um mês no cárcere, pois uma lei vedava as execuções capitais durante a viagem votativa de um navio sagrado a Delos. Este navio sagrado se encaminhava todos os anos à ilha natal de Apolo para celebrar a ajuda que o Deus Apolo havia dado a Teseu para vencer um minotauro que obrigou, durante anos, Atenas a pagar um cruel tributo. A lei exigia que nenhuma execução tivesse lugar antes do regresso do navio. Por isso, Sócrates ficou preso por 30 dias.
Durante estes 30 dias, Sócrates recebeu os seus amigos e conversou com eles. Uma manhã, o discípulo Críton foi ter com ele para fazer-lhe uma proposta de fuga. O diálogo com Críton e as decisões de Sócrates de se manter no cárcere estão presentes nesse diálogo platônico.
“Oxalá, Críton, fosse o povo capaz de praticar os maiores males, para ser capaz também dos maiores benefícios! Seria esplêndido. Não o é, porém, nem destes nem daqueles. Incapaz de dar o siso, bem como de tirá-lo, ele obra ao sabor do acaso.”
Críton, rico cidadão ateniense propôs a Sócrates uma fuga. Sócrates seria levado a uma cidade vizinha para ali passar o restante dos seus dias, cercados de amigos, discípulos e morando em uma cidade que, verdadeiramente, iria valorizar seus pensamentos e ensinamentos. Mas Sócrates disse não. E entabulou com Críton uma conversa sobre justiça e injustiça, leis e pátria.
Sócrates perguntou à Críton que tipo de cidadão seria ele se, após todos aqueles anos em que havia usufruído da cidadania ateniense, escolhesse fugir como um ladrão ou um assassino qualquer. O que diriam as pessoas na nova cidade, ou ainda, que tipo de valor dariam às suas palavras, quando soubessem que Sócrates havia burlado uma decisão baseada nas leis de Atenas. Então as Leis de Atenas não haviam servido para ele, Sócrates, por 70 anos?
“Portanto, reflete: não achas acertado dizer que nem a todas as opiniões dos homens se deve acatamento, mas a umas sim e outras não? E não às de todos, mas às de uns sim e às de outros não?”
Não havia Sócrates casado, criado e educado seus filhos sob as leis da cidade? Não haviam as leis da cidade servido de chão seguro para que Sócrates pudesse disseminar seus pensamentos e ensinamentos? E agora, iria ele dizer que essas mesmas leis não mais serviriam? Como pensar em ser justo se, com a fuga, Sócrates estaria cometendo uma injustiça para com os outros cidadãos atenienses?
Críton – Conclusão
Apesar de ser um diálogo curto, Sócrates nos ensina sobre ser justo mesmo quando as ações possam nos prejudicar. Para uma vida justa e com retidão de ações e palavras, há que ser justo, acima de tudo, consigo mesmo. Trate a si com justiça e tratará a todos da mesma forma. Como sempre, Platão nos ensina como se tornar uma pessoa melhor, como viver uma vida condizente com nossos pensamentos e ações.
“Ainda que tenhamos de experimentar momentos quer ainda mais dolorosos, quer mais suaves, o procedimento injusto, em qualquer hipóteses, não é sempre, para quem o tem, um mal e uma vergonha?”
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Críton
Até a próxima!
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