Título: Dom Quixote
Autor: Miguel de Cervantes
Editora: Ediouro
Páginas: 484
Resumo do livro Dom Quixote
Considerado um dos maiores marcos da literatura ocidental, Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, é frequentemente apontado como o primeiro romance moderno. Publicado em duas partes — a primeira em 1605 e a segunda em 1615 —, o livro rompe com as convenções dos romances de cavalaria e inaugura uma nova forma de narrar, mais complexa, irônica e profundamente humana. Sua influência atravessa séculos, inspirando escritores, filósofos, artistas e pensadores em diferentes tradições culturais. A obra de Cervantes não apenas desconstrói os modelos literários que a precedem, mas também oferece uma meditação rica e ambígua sobre a realidade, a ficção, a loucura e o idealismo.
Dom Quixote – História
A história começa com a apresentação do protagonista, um fidalgo pobre da região de La Mancha, chamado Alonso Quijano. Leitor compulsivo de livros de cavalaria, ele passava dias e noites imerso em histórias de cavaleiros, gigantes, magos e donzelas em perigo. Com o tempo, sua mente se desequilibrou, e ele decidiu tornar-se um cavaleiro andante, o cavaleiro da triste figura. Para isso, adotou o nome Dom Quixote de la Mancha, batizou seu cavalo magro de Rocinante, e escolheu uma camponesa, Aldonza Lorenzo, como sua dama, dando-lhe o nome nobre de Dulcineia del Toboso. Além de fabricar uma armadura improvisada com peças antigas e enferrujadas.
Dom Quixote saiu pelo mundo em busca de feitos heroicos e, especialmente, de sua amada idealizada, Dulcineia. No entanto, o mundo que encontra é bem diferente daquele dos livros que leu, e o leitor é apresentado ao descompasso entre sonho e realidade. Essa fase introduz a crítica de Cervantes ao impacto da literatura idealizada de cavalaria sobre a mente humana e o contraste entre ilusão e realidade.
“A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens.”
Dom Quixote fez sua primeira incursão como cavaleiro andante indo sozinho ao mundo em busca de aventuras. Seu objetivo inicial era ser oficialmente armado cavaleiro, pois ainda não o era. Ele chegou a uma estalagem, que ele acreditava ser um castelo, e o estalajadeiro, percebendo a loucura, faz uma cerimônia caricata para armá-lo cavaleiro. Durante essa jornada ele interferiu em uma briga entre um lavrador e um menino, acreditando estar salvando o garoto de um injusto castigo, mas o menino acabou apanhando ainda mais. E envolveu-se em outras situações ridículas por sua incapacidade de distinguir realidade e ficção.
Depois de se recuperar, o cavaleiro da triste figura saiu novamente, agora acompanhado por um escudeiro: Sancho Pança, um camponês ingênuo, mas esperto, que aceitou a proposta de seguir o cavaleiro em troca da promessa de governar uma ilha. Essa segunda jornada é mais longa e rica em aventuras e se torna o núcleo da narrativa. Nesta fase ocorrem os episódios mais famosos: Dom Quixote atacou moinhos acreditando que são gigantes malvados. Essa cena se tornou símbolo da luta contra inimigos imaginários. Sancho tentou alertá-lo, mas em vão. O episódio mostra o embate entre o idealismo de Dom Quixote e o senso prático de Sancho.
Dom Quixote atacou um rebanho acreditando tratar-se de um exército inimigo. Os pastores o espancaram, e ele justificou a surra como uma obra de encantamento. Ele também viu frades transportando uma senhora em uma liteira e acreditou que se tratava de um sequestro. Atacou os religiosos e acabou ferido por um escudeiro.
“Quem muito lê e muito anda, muito vê e muito sabe.”
A primeira parte intercala a jornada dos protagonistas com histórias secundárias ou novelas intercaladas, muitas vezes narradas por personagens que eles encontraram pelo caminho. Cervantes usa essas histórias para variar o ritmo narrativo, ampliar o universo do romance e explorar temas como amor, honra e identidade. À medida que as aventuras se acumulam, os danos físicos e morais aumentam. Um grupo de personagens: um cura, um barbeiro e outros amigos de Dom Quixote decide trazê-lo de volta à realidade. Eles montam uma farsa, fingindo que ele é um cavaleiro encantado e levam-no de volta à sua aldeia dentro de uma gaiola, alegando que é preciso romper o feitiço. Dom Quixote aceita, crendo estar sendo parte de uma grande missão.
No final dessa primeira parte, Dom Quixote voltou para casa fisicamente machucado, mas ainda convencido de sua identidade de cavaleiro andante. E continuou determinado a encontrar sua amada Dulcineia del Toboso.
Dom Quixote – Conclusão
Toda a primeira parte gira em torno da tensão entre o mundo real e o mundo ficcional que Dom Quixote constrói com base em sua leitura. Ele interpreta o mundo segundo os valores de um tempo passado e idealizado, ignorando o presente. Cervantes cria uma obra de humor refinado, com sátiras ao estilo cavaleiresco e com críticas sociais, mas também revela a solidão e a miséria do protagonista. A loucura de Dom Quixote não é apenas ridícula — é também melancólica e solitária. A primeira parte desse clássico é uma meditação profunda sobre o ser humano, os limites da razão, os perigos do fanatismo literário e a luta entre o ideal e o real. Com uma estrutura episódica, Cervantes apresenta uma sucessão de fracassos heroicos que, paradoxalmente, transformam Dom Quixote em um dos personagens mais grandiosos da literatura universal.
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