Elogio da Loucura
Elogio da Loucura

Elogio da Loucura

Capa Elogio da Loucura

Título: Elogio da Loucura
Autor: Erasmo de Rotterdam
Editora: Hemus
Páginas: 143

Resumo do livro Elogio da Loucura

Elogio da Loucura foi escrito em 1509 e publicado em 1511. Seu autor, Erasmo de Roterdam, foi um teólogo e filósofo holandês que viajou por toda a Europa e viveu durante um período de efervescência cultural, com mudanças nos costumes, pensamentos e religião que são sentidos até os dias atuais. Ele dedicou o livro ao seu amigo e também filósofo e autor, Thomas More, um dos grandes humanistas do Renascimento.

De início satírico, Elogio da Loucura vai tomando contornos mais sombrios e com maior tom de crítica, não poupando nem mesmo a Igreja. A Loucura se apresenta como uma deusa filha do deus Plutão, educada pela ignorância e pelo êxtase. Além disso, a Loucura possui como companheiros inseparáveis: o amor-próprio, a adulação; a volúpia; a irreflexão; a delícia; o esquecimento; o riso e o sono profundo. Com essa genealogia apresentada, a Loucura começa o seu julgamento.

“Já alguém escreveu, com muito senso, que ser deus é favorecer os mortais. Ora, se com razão se incluíram no números dos deuses aqueles que introduziram na sociedade o vinho, a cerveja e as demais vantagens dadas ao homem, porque motivo não devo eu ser proclamada e adorada como a principal das divindades, eu que a todos, com prodigalidade, dispenso eu só tantos benefícios?”

Elogio da Loucura – História

A ironia é compasso no qual o livro se desenvolve. A Loucura nos mostra que sem ela o Homem não conseguiria manter os amigos, já que precisa dela para desconsiderar certas atitudes; também não haveria casamento, uma vez que esse laço envolve e é alimentado pela adulação, pelas carícias, pela complacência, pela volúpia e pela simulação, todas elas acompanhantes e auxiliares da Loucura. A Loucura está personificada na mulher, que tem o poder de amenizar o humor áspero e melancólico do homem.

O Homem também não entraria bem na velhice sem a companhia da Loucura. Somente a Loucura para tirar o medo da morte daqueles que já a veem no horizonte. E somente a Loucura para manter a pureza e a inocência dos jovens até a idade adulta. Não é sem razão que somente  a Loucura prolonga a juventude e retarda a velhice.

“Finalmente, à medida que entra na velhice, mais se aproxima o homem da infância, de modo tal que deixa esse mundo como as crianças, sem desejar a vida e sem ter medo da morte. Se os mortais abandonassem completamente a sabedoria e apenas desejassem estar submetidos às minhas leis, é verdadeiro que não conheceriam a velhice e gozariam, venturosos, de uma eterna juventude.”

Contudo, as maiores críticas da Loucura estão direcionadas para a religião católica. De início, a Loucura ataca os próprios cristãos. Marcados pela hipocrisia, a Loucura aponta que são os mesmos cristãos que acendem velas e recitam orações aos santos pela manhã que cometem os piores pecados à tarde e se acabam na luxúria à noite.

A Loucura também possui palavras ferozes contra os religiosos. Para ela, vestindo o hábito dos santos, padres, bispos e monges praticam exatamente o contrário do que pregam. Vendem a absolvição divina como um comerciante vende um tecido. Para aqueles que podem pagar mais, as indulgências são maiores. E toda a crítica da Loucura contra a religião converge para uma crítica contundente ao Papa. O servo direto e maior de Deus na terra não passa de um fantoche mal acabado, que governa por interesse e utiliza suas prerrogativas em benefício próprio.

“É a Loucura que forma as cidades; graças a ela é que subsistem os governos, a religião, os conselhos, os tribunais; é ainda lícito assegurar que a existência humana não é, afinal, mais do que uma espécie de divertimento da Loucura.”

Elogio da Loucura – Conclusão

Elogio da Loucura utiliza muita referência à mitologia e à filosofia grega, com várias referências aristotélicas, escolásticas e helenistas. Vale a pena lembrar que a Renascença, época em que o livro foi escrito, trouxe o humanismo de volta e os debates, com o que viria a ser a religião Luterana, estavam em alta. Não é sem razão que o livro se tornou um dos cânones durante o período da Reforma Protestante.

Entender Elogio da Loucura é conceber um esclarecimento sobre a ruptura da religião com a educação, a política e a ciência durante o Renascimento. É ter contato com uma perspectiva atemporal do aspecto moralista e hipócrita da idade média. Sem dúvida um livro clássico que merece ser lido por todos.

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Elogio da Loucura

Até a próxima!