Eugenia Grandet
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Eugenia Grandet

Eugenia

Título: Eugenia Grandet
Autor: Honoré de Balzac
Editora: Verbo
Páginas: 190

Resumo do livro Eugenia Grandet

Honoré de Balzac é um dos autores mais importantes da França, especialmente por suas observações psicológicas agudas. Ele é considerado o fundador do gênero Realismo na literatura moderna. Em seus textos, Balzac procura retratar todos os níveis da sociedade francesa da época, em especial a florescente burguesia, que voltou à cena após a queda de Napoleão Bonaparte, em 1815. A extensa obra de Balzac influenciou outros grandes autores, como Zola, Dickens, Dostoiévski, Flaubert e Machado de Assis. Eugenia Grandet foi publicado originalmente em 1833.

Eugenia Grandet – História

O livro conta a história da família Grandet, que vivia em Saumur, na região do Rio Loire, no interior da França, durante a época da Restauração, entre 1814 e 1830. Somos apresentados à Eugenia Grandet, uma jovem, filha do rico e avarento vinhateiro, Felix Grandet. Felix fizera fortuna após o casamento, graças à herança de sua esposa. Como acabara de entrar na idade adulta, a jovem Eugenia era disputada pelas famílias mais distintas da região, especialmente os Crouchot e os De Grassins. Todos queriam desposar Eugenia para se apossar da riqueza da família Grandet.

Mas a avareza do Sr. Grandet era tamanha que esse assunto não passava por sua cabeça. Sua preocupação era controlar os ganhos de suas vinhas, controlar a quantidade de alimento que a família comia, a quantidade de iluminação que poderia ser utilizada por dia, e assim por diante. Porém, uma visita inesperada mudou o rumo dessa história. Na noite do aniversário de Eugenia chegou à casa dos Grandet, Carlos, sobrinho dos donos da casa. A simples aparição de Carlos foi o suficiente para mudar para sempre o coração da doce Eugenia.

“A condescendência e a ternura de uma jovem possuem uma influência verdadeiramente magnética. Por isso Carlos, ao sentir-se alvo das atenções da prima e da tia, não pôde escapara à influência dos sentimentos que lhe eram dirigidos e que, por assim dizer, o inundavam. Lançou para Eugenia um daqueles olhares resplandecentes de bondade e carinho, um olhar que parecia sorrir.”

Felix Grandet soube, através de uma carta que Carlos trazia consigo, que seu irmão, Guilherme Grandet, estava falido em Paris. Guilherme viria a tirar sua própria vida dias depois, e deixava Carlos aos cuidados de Felix, para poupar-lhe a vergonha de ver o pai falido. Por seu lado, Eugenia a cada dia que passava mais se apaixonava por Carlos. Sempre confidenciando seus sentimentos à mãe, Eugenia sofria as maiores provações por esse amor. Até que chegou o dia em que ela iria se declarar ao primo Carlos.

Envolto em um turbilhão de sentimentos, após saber do suicídio e falência do pai, Carlos também revelou que seu coração batia mais acelerado por Eugenia. Era o que a jovem precisava para dar vazão à sua paixão. O Sr. Grandet era contra o casamento de sua filha com o indolente e mimado primo. Com um plano bem elaborado, Sr. Grandet conseguiu convencer sua filha e o primo de que o melhor a se fazer era Carlos partir em viagem para a Índia, para que pudesse recuperar o dinheiro e a honra do nome de seu pai. E tão logo pudesse retornar, desposaria Eugenia com sua benção.

“Em qualquer situação as mulheres têm mais razões para sofrer do que o homem, e sofrem mais do que ele.”

Viagem pronta, Carlos partiu para a Índia. Mas não foi só. Estava carregando em sua bagagem todo ouro que Eugenia havia economizado. Eugenia havia dado o ouro a Carlos para ajudá-lo em seus empreendimentos comerciais e como um compromisso para que Carlos retornasse rápido para poderem se casar. Quando o Sr. Grandet soube da doação de Eugenia se enfureceu. Seu ódio pela atitude da filha foi tão grande que mandou que Eugenia fosse tratada a pão e água e que ficasse reclusa em seu quarto. Mal sabia Felix Grandet que isso seria a ruína de sua família.

A punição de Eugenia acertou em cheio o coração de sua mãe. Ela adoeceu rápido. Vendo sua esposa direcionar-se para a morte, Felix fez as pazes com Eugenia e, relutantemente, concordou que Carlos, quando retornasse, casasse com Eugenia. Não foi o suficiente para salvar a vida de sua esposa. Anos depois, Felix Grandet também faleceu, deixando uma quantia enorme em herança para Eugenia, que se tornara a solteira mais rica e mais desejada de Saumur.

“Tal é a história dessa mulher, alheia ao mundo no meio do mundo; e que, feita para ser uma excelente esposa e mãe, não tem marido, nem filhos, nem família.”

Em 1827, Carlos retornou à França. Tornara-se riquíssimo e extremamente corrupto. Já não amava Eugenia, e casaria com a filha de um nobre inglês puramente por interesses políticos e financeiros. Carlos devolveu a quantia que Eugenia havia lhe emprestado, mas matou de vez o coração de sua prima, com o desprezo e o abandono. Eugênia casou-se com Crouchot de Bonfons sob a condição de permanecer virgem após o casamento. Porém, Crouchot morreu prematuramente, e, no final do livro, Eugênia tornou-se uma viúva rica de 33 anos, tendo herdado a fortuna do marido. 

Eugenia Grandet – Conclusão

A história de Eugenia Grandet é uma história triste. Presa por laços de amor fraternal ao pai e à mãe, vivendo em uma sociedade patriarcal e conservadora, Eugenia não tinha muitas esperanças em seu futuro. Sabia que seria obrigada a casar com alguém escolhido por seus pais, sabia ainda que o interesse do pai em seu casamento era puramente financeiro. A chegada de Carlos trouxe uma esperança para Eugenia. O amor que ela sentiu por seu primo era genuíno e puro. Porém, Eugenia não contava com o poder do tempo e do dinheiro, e viu o seu amor sucumbir perante esses dois elementos. O autor consegue nos transportar para o interior da França da década de 1820, e nos dá um vislumbre sobre a sociedade e suas relações. Nesse espaço, não existe uma visão romanceada do mundo. O autor não nega a existência de sinceridade nos sentimentos humanos, nem cai em um pessimismo indiscriminado. Não é sem razão que Eugenia Grandet é um clássico da literatura mundial.

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