Germinal
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Título: Germinal
Autor: Emile Zola
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 537

Resumo do livro Germinal

Emile Zola foi um consagrado escritor francês, considerado criador e representante mais expressivo da escola literária naturalista além de uma importante figura libertária da França. Germinal, escrito em 1885, é considerada a obra máxima do autor. Para escrever esse romance, Zola passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar. Sentiu na carne o trabalho sacrificante, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e da umidade dentro da mina, o trabalho árduo que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.

Germinal – História

O livro gira em torno da vida de Etienne, um jovem francês que andava sem destino pelas estradas do interior da França após perder seu emprego e flertar com a miséria e a fome. Ao se aproximar de Montsou, uma das mais famosas minas de carvão daquela região, Etienne decidiu procurar emprego. A primeira impressão de Etienne foi um misto de temor e fascínio. Já tinha ouvido histórias sobre as minas de carvão, mas foi somente ao ver aqueles homens e mulheres esquálidos descendo por um buraco que mais parecia a boca de um monstro, tragando as almas daqueles que desciam, que Etienne sentiu um arrepio que mudaria para sempre sua vida.

“A Sra. Hennebeau, no entanto, espantava-se ouvindo falar da miséria dos mineiros de Montsou. Então eles não era felizes? Gente que tinha casa, carvão e cuidados médicos, tudo à custa da companhia! Na sua indiferença por aquele rebanho, ela só sabia sobre ele a lição aprendida, com que maravilhava os parisienses de visita; e, tendo acabado por acreditar no que recitava, indignava-se com a ingratidão daquela gente.”

Etienne conseguiu um emprego na mina Montsou como empurrador dos vagonetes cheios de carvão que eram extraídos e desenvolveu uma amizade pela família Maheu, uma família de mineiros típica, com 9 membros entre pai, mãe, filhos, filhas e avô. E é na casa dos Maheu que Etienne encontrou o seu primeiro teto para dormir depois de tanto tempo contemplando o frio e o firmamento. O trabalho era exaustivo, repetitivo e desumano em um ambiente tóxico e insalubre.

Com o passar do tempo, nasceu em Etienne um sentimento de revolta. Revolta com as condições desumanas de trabalho, revolta com a miséria e a fome que assolavam os pobres mineiros e suas famílias, revolta com a promiscuidade com que as pessoas se tratavam na vila. Etienne, então, imbuído de ideias e ideais socialistas que circulavam pela classe operária europeia do fim do século 19, iniciou um processo de instigar um movimento de greve entre os mineiros, exigindo melhores condições de trabalho e a valorização do que extraíam na mina.

“Estavam nus, não tinham mais nada a vender a não ser a pele, tão carcomida, tão estragada, que ninguém daria um centavo por ela. Por isso nem se davam o trabalho de procurar, sabiam que não havia mais nada, que era o fim de tudo, que não deviam esperar nem uma vela, nem um pedaço de carvão, nem uma batata. Aguardavam apenas a morte; a única pena que sentiam era pelas crianças.”

Os mineiros, liderados por Etienne, iniciaram uma greve como nunca havia sido vista. Cruzaram os braços e obrigaram, pela força, todos os mineiros de todas as minas da região a fazerem o mesmo. E aqui é importante trazer a perspectiva dos donos das minas. As minas eram comandadas por famílias que as haviam recebido como herança de seus antepassados. Eram famílias que criaram fortunas e propriedades através do trabalho árduo dos mineiros. Essas famílias viam o mesmo mundo dos mineiros, mas com outros olhos, os olhos dos patrões que sempre acreditam que fazem concessões demais aos empregados, que são extremamente ingratos com tudo aquilo que lhes é dado.

A revolta grevista dos mineiros foi abafada pelo som dos tiros das forças de segurança que foram chamadas pelos donos das minas. Muitos morreram, homens, mulheres e crianças que tiveram sua vida ceifada na luta pelo direito à vida. Etienne foi um dos sobreviventes, sucumbiu à fome e retornou ao trabalho na mina, mas ele nunca mais foi o mesmo, pois o ideal de liberdade já estava semeado em sua mente, e essa ideia fixa jamais deixaria Etienne se entregar.

“Etienne, no entanto, estava muito animado. Uma predisposição para a revolta o impelia à luta do trabalho contra o capital, uma primeira ilusão, que era produto da ignorância. Não havia nisso um esforço maravilhoso, uma campanha onde a justiça ia enfim triunfar? O fim das fronteiras, os trabalhadores do mundo inteiro levantando-se, unindo-se para assegurar ao operário o pão que ganha. E que organização simples e grandiosa!”

Germinal – Conclusão

O livro é espetacular. Não há palavras suficientes que possam definir essa obra, tamanha a sua profundidade e a sua proximidade com a crueldade da realidade retratada. Foi difícil ler sobre tanta pobreza e tanta miséria, mais difícil ainda imaginar o que é não ter o que comer dentro de casa com crianças pequenas para alimentar. O sentimento de opressão extrapolado ao máximo possível aliado ao descaso inacreditável do opressor. Além disso, podemos ver como o socialismo operário estava sendo gestado nas pequenas minas, fábricas e oficinas por toda a Europa.

Enfim, um livro que tem muito para nos ensinar, principalmente sobre sermos solidários e não virar as costas para o sofrimento daqueles a quem cabe todo o julgamento do mundo.

Indico o filme Germinal, de 1993.

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Germinal

Até a próxima!