Grande Sertão: Veredas
Grande Sertão: Veredas

Grande Sertão: Veredas

Grande sertão veredas

Título: Grande Sertão: Veredas
Autor: João Guimarães Rosa
Editora: Globo
Páginas: 180

Resumo do livro Grande Sertão: Veredas

João Guimarães Rosa foi um poeta, diplomata, novelista, romancista, contista e médico brasileiro, considerado por muitos o maior escritor brasileiro do século XX e um dos maiores de todos os tempos. Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor, permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas. Grande Sertão: Veredas foi publicado em 1956.

Grande Sertão: Veredas – História

O autor nos transporta para o coração do sertão brasileiro, onde a aridez do clima contrasta com a força de seu povo, onde a solidão das veredas é o contrário da guerra dos jagunços. A história concentra-se na vida de Riobaldo. Vemos, ouvimos e sentimos sua vida através do que ele fala. Riobaldo tece a história da sua vida, interpretando os segredos das veredas do sertão. Revelando o mundo do sertão, Riobaldo se revela, se reconhece

Nessa perigosa travessia, Riobaldo confronta as forças do bem e do mal, retoma num fluxo de memória o fio de sua vida e narra as grandes lutas dos bandos de jagunços, descreve os feitos e características de diversos personagens e revela os códigos de honra e de procedimentos do sertão. Após a morte de sua mãe, Riobaldo foi morar com seu padrinho. Lá recebeu educação formal e teve o primeiro contato com os jagunços do bando de Joca Ramiro.

“Fugi, de repente, eu vi que não podia mais, me governou um desgosto. Não sei se era porque eu reprovava aquilo: de se ir, com tanta maioria e largueza, matando e prendendo gente, na constante brutalidade.”

Depois de descobrir que seu padrinho poderia ser seu pai, Riobaldo decidiu novamente fugir, Dessa vez conheceu Zé Bebelo. Ele sonhava em pacificar o sertão, acabar com os jagunços e em ser eleito deputado. Como a relação entre Zé Bebelo e Riobaldo era ambígua, o personagem-narrador percebeu que seu lugar era realmente junto aos jagunços sob a liderança de Joca Ramiro. Entre idas e vindas, Riobaldo reencontrou com um antigo conhecido de sua infância: Diadorim.

A relação entre Riobaldo e Diadorim é marcante no decorrer do livro. Riobaldo reconhece que existe entre ele e Diadorim uma relação diferente da que se podia haver entre os jagunços. Uma relação diferenciada, que se coloca nos limites entre a amizade e o relacionamento afetivo de um casal. Diadorim é, simultaneamente, a representação do masculino e do feminino, do celeste e do demoníaco, da certeza e da dúvida, do bem e do mal.

“Toda ação principia mesmo é por uma palavra pensada.”

Então as batalhas entre os bandos de jagunços tomam conta da história. O bando de Joca Ramiro e outros líderes é perseguido pelo grupo de Zé Bebelo. Após batalhas e cercos, Riobaldo conseguiu colocar Zé Bebelo sob a mira de sua arma e, na iminência do disparo, o jagunço inventou a todos que Joca Ramiro queria o adversário vivo para oferecer-lhe julgamento justo. No julgamento, a honra e palavra do jagunço sertanejo é mais importante do que documento ou fiança. Apalavrados, Zé Bebelo foi enviado para o exílio em Goiás, até que Joca Ramiro mudasse de ideia ou morresse,

Tempos depois, por desavenças no julgamento de Zé Bebelo, dois líderes de jagunços resolveram trair Joca Ramiro e o assassinaram. Então, a volta de Zé Bebelo estava aberta. Ironicamente, o maior adversário dos jagunços passou a liderar o maior bando da região em busca de vingança. E uma segunda grande batalha entre jagunços ocorreu. Para tirar os feridos e evitar uma carnificina, os bandos opostos decidiram por uma trégua. Riobaldo, acreditando que deveria fazer de tudo para vingar Joca Ramiro, resolveu ir até uma encruzilhada para fazer um pacto com o demônio.

“O diabo não há. É o que eu digo, se for… existe é homem humano.”

Como não fica claro se esse pacto realmente foi feito, o leitor apenas vislumbra que o comportamento de Riobaldo mudou após essa tentativa de pacto. A mudança nas atitudes de Riobaldo é tamanha que, ao retornar pro acampamento na manhã posterior à madrugada do suposto pacto, o jagunço desafia um cada vez mais fraco Zé Bebelo, tira dele a posição de líder do grupo e ressurge rebatizado de Urutu-Branco. Diadorim finalmente conseguiu vingar seu pai Joca Ramiro, mas foi mortalmente ferido, diante de um Riobaldo atônito.

Após o trágico fim de Diadorim, Riobaldo desistiu da vida de jagunço e adotou um comportamento de devoção espiritual. Casou-se com sua noiva, Otacília, e tornou-se proprietário, ao receber duas fazendas de herança, assumindo, assim, a condição almejada de homem definitivo.

Grande Sertão: Veredas – Conclusão

O livro adquire um aspecto de leitura difícil. A linguagem utilizada por Guimarães Rosa assume um caráter extremamente regionalista. Assim como em diversos clássicos da literatura nacional, os personagens principais nem sempre são de carne e osso. Aqui, a linguagem é um personagem importante. Ela pode dificultar a leitura, mas ao mesmo tempo trás uma impostante proximidade do leitor com a história. Pode-se dizer que em Grande Sertão: Veredas fica evidente a ideia do homem a mercê de seu destino, e principalmente, da natureza. O homem está suscetível ao mundo que o cerca, e não ao contrário. 

Acompanhe o blog também no Instagram, Facebook, Youtube e Spotify

Se você chegou até aqui e gostou da resenha, adquira a obra através do link abaixo e apoie o Resumo de Livro.

Compre na Amazon

Para mais resenhas como essa, acesse: Resumo de Livro

Até a próxima!