Hamlet

Hamlet

Título: Hamlet
Autor: William Shakespeare
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 200

Resumo do livro Hamlet

Uma das maiores obras de literatura da humanidade. Esse é o peso de Hamlet. Uma obra que até hoje suscita reflexões, debates e ressignificações. Uma adaptação Shakespeariana de um texto de Saxo Gramático sobre um príncipe da corte da Dinamarca que é chamado para o enterro de seu pai e que recebe a informação de que também acompanhará o casamento de sua mãe, recém viúva, com seu tio (irmão de seu falecido pai).

O enredo por si já traz um sem número de possibilidades, mas Shakespeare nos traz algo incrivelmente único e psicologicamente avassalador: ele apresenta o Homem moderno. O Homem dono de si, onde a metafísica não tem lugar. Um Homem que conhece seus limites e que não se deixa governar por divindades ou deuses. Hamlet é o primeiro Homem a dizer: ‘eu sou senhor do meu destino. Eu faço as minhas escolhas baseado apenas no conhecimento que tenho da realidade.’

“Guarda estes poucos lemas na memória: Sê forte. Não dês língua a toda ideia, nem forma ao pensamento descabido; Sê afável, mas sem vulgaridade. Os amigos que tens por verdadeiros, agarra-os a tua alma em fios de aço; Mas não procures distração ou festa com qualquer camarada sem critério. Evitar entrar em brigas; mas se entrares, aguenta firma, a fim que outros te temam. Presta a todos ouvido, mas a poucos a palavra: ouve a todos a censura, mas reserva o teu próprio julgamento.”

Hamlet – História

Ao ser confrontado com a verdadeira causa da morte de seu pai, que foi envenenado pelo irmão Cláudio, seu tio. E de saber que sua mãe se casaria com o assassino de seu pai, se dobrando apenas à sua sensualidade, não sobrou nada para Hamlet além da célebre frase: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”. Quando olhamos para dentro de nossa alma e vemos a tendência ao “jeitinho”, à mentira, à enganação. Quando olhamos e vemos o desejo da traição e da maldade, transfiguradas em bondade aparente e em humildade falsa, só nos resta dizer: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.

Hamlet nos convida a olhar para dentro, para saber se somos merecedores daquilo que cobramos nos outros. Queremos um mundo mais justo e sem corrupção, mas falsificamos atestado médico e compramos recibo falso no dentista para o imposto de renda. Hamlet nos diz da forma mais escancarada, visceral e direta: cuide primeiro do que pensa, fala e faz. E só depois cobre os outros. Hamlet, então, empreende uma das mais épicas viagens de auto conhecimento da literatura. Durante longos monólogos e 5 longos atos, Hamlet encontrou aquilo que procurava: agora ele sabia quem ele era de verdade.

“Que obra de arte é o homem, como é nobre na razão, como é infinito em faculdades e, na forma e no movimento, como é expressivo e admirável, na ação é como um anjo, em inteligência, como um deus: a beleza do mundo, o paradigma dos animais. E, no entanto, para mim, o que é essa quintessência do pó? O homem não me deleita.”

Shakespeare também nos traz outro espectro da realidade. A ambiguidade humana. Polônio, o cortesão, homem da cena. Polônio nunca está naquilo que fala. Sempre fala o que as pessoas querem ouvir e nunca o que as coisas são. O cortesão que morre enquanto Hamlet acha que está matando um rato. Hamlet diz que Polônio morreu como passou toda a sua vida: se escondendo e enganando. Contudo, Polônio fala ao seu filho Laertes os conselhos mais sensatos, lógicos e coerentes que um pai poderia dar a um filho.

Outro momento especial é quando Hamlet vai ao cemitério acompanhar o enterro de sua ex-namorada Ofélia. Lá encontra o único personagem da peça que trava uma batalha em pé de igualdade com ele: o coveiro. O coveiro é o único que se coloca de igual para igual com o príncipe. Fazendo jogos de palavras e tratando os ossos como aquilo que de fato são, apenas ossos, o coveiro se porta diante de Hamlet sem medo, uma vez que sabe que a morte é a única certeza de nossas vidas.

“O verme é o único imperador da dieta: cevamos todas as outras criaturas para que nos engordem, e cevamos a nós mesmos para as larvas. O rei gordo e o mendigo esquelético não são mais que variedades de cardápio – dois pratos para a mesma mesa. Esse é o fim.”

Hamlet – Conclusão

O livro é uma obra repleta de significados. Um livro que sempre te acompanha durante as fases da sua vida. E apesar de algumas traduções serem truncadas em seus significados, já que tendem a se aproximar do original, indico a tradução feita por Millôr Fernandes.

E aqui poderia elencar mais dezenas de aspectos de nossas vidas que poderiam ser tocadas pelas palavras e pensamentos de Hamlet. A cada leitura dessa peça, Hamlet me fala algo novo. Isso é uma obra clássica. Dessa vez, me tocou na ambiguidade e hipocrisia humanas. Talvez na próxima, converse comigo em outro sentido. Mas sempre haverá o que aprender com Hamlet.

“Se ninguém conhece nada daquilo que aqui deixa, que importa deixá-lo um pouco antes?”

De William Shakespeare, já publicamos: 

Indico a adaptação cinematográfica Hamlet, de 1948.

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Hamlet

Até a próxima!

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