Medeia

Medeia

Título: Medeia
Autor: Sêneca
Editora: Zahar
Páginas: 107

Resumo do livro Medeia

Lúcio Aneu Sêneca foi simultaneamente um dramaturgo de sucesso, uma das pessoas mais ricas de Roma, estadista famoso e conselheiro do imperador. Sêneca teve que negociar, persuadir e planejar seu caminho pela vida. Ao invés de filosofar da segurança da cátedra de uma universidade, ele teve que lidar constantemente com pessoas não cooperativas e poderosas, e enfrentar o desastre, o exílio, a saúde frágil e a condenação à morte. Sua filosofia ocupava-se na forma correta de viver a vida, ou seja, da ética, da física e da lógica. Via o sereno estoicismo como a maior virtude, o que lhe permitiu praticar a imperturbabilidade da alma. Entre as suas obras estão diálogos, tragédias e tratados importantes. Entre as tragédias está Medeia, baseada no trabalho homônimo de Eurípedes.

“Procura nas próprias vísceras o caminho para a vingança, se estás viva, minha alma, e se é que ainda tens um pouco do teu antigo vigor.”

O que fazer quando toda a sua vida vira de cabeça para baixo? Quando o marido troca a esposa por outros interesses? Onde ficam os filhos no momento da vingança? Até onde vai a vingança de uma mulher traída?

Medeia – História

Medeia era moradora de Cólquida quando foi desposada por Jasão e se tornou uma cidadã de Corinto. Como uma tradição da época, a esposa seguia para a cidade do marido e perdia o direito à herança de seu pai. Mas ao sofrer com ameaças de castigo e morte de Acasto, senhor do reino de Tessália, Jasão recorreu ao Rei Creonte, de Corinto, para tentar se proteger, vale lembrar que Jasão não buscou proteção para si próprio, mas também para Medeia e os filhos. Creonte se comprometeu a ajudar Jasão desde que ele casasse com sua filha, Creúsa, e que Medeia fujisse de volta para a sua terra, a Cólquida. E Jasão aceitou.

“Foi isto que Jasão ousou fazer, depois de me ter privado do meu pai, da minha pátria e do meu reino: deixar-me sozinha numa terra estrangeira, homem cruel?”

Porém, Medeia não aceitou esse casamento, mesmo que para sua proteção e a de seus filhos. Juntamente com sua ama, ela premeditou o assassinato de Creonte e Creúsa através da um feitiço que fez com que a água jogada para apagar o fogo, ao invés de extingui-lo, o potencializou. O palácio em chamas tornou-se a tumba do Rei e de sua filha. Mas Medeia ainda não estava satisfeita, e em um longo solilóquio, invocou as deusas infernais e encomendou a sua alma, a de Jasão e de seus filhos. São muitas as metáforas utilizadas e o feitiço feito por Medeia continha requintes de crueldade explícita.

Para se vingar de uma vez de Jasão, levou os filhos para o telhado de uma casa em chamas e os matou cruelmente antes de morrer. O solilóquio onde Medeia decidiu matar os filhos, mas ainda com algum remorso, é uma das passagens mais angustiantes do livro. Apesar de seus motivos, válidos ou não, seus filhos foram os grandes injustiçados. A obra mostra como os maus sentimentos, como a vingança, cegam aqueles que se deixam invadir. Jasão ficou vivo, mas a que custo?

“Filhos, que outrora fostes meus, sede castigados pelos crimes de vosso pai. O horror abalou-me o coração, as minhas pernas estão paralisadas de frio e o meu peito estremece. A ira abandonou o seu posto, e a esposa que há em mim foi expulsa por completo, a mãe retornou o seu lugar. Será que consigo derramar o sangue dos meus filhos, da minha própria descendência? Ah, loucura insana.”

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Medeia

Até a próxima!