Título: Misto Quente
Autor:
Editora: L&PM
Páginas: 320
Resumo do livro Misto Quente
Filho de um soldado americano e de uma jovem alemã, Charles Bukowski nasceu em 1920. Morando desde muito jovem em Los Angeles, conviveu com a pobreza, escrevendo e embriagando-se. Foi internado diversas vezes por conta de hemorragias devido ao alto consumo de álcool e cigarro. Teve seu primeiro livro publicado aos 24 anos, mas precisou trabalhar em outros ofícios para se sustentar. É considerado o último escritor “maldito” da literatura norte-americana, devido ao teor de suas histórias. Seus livros são extremamente auto-biográficos, onde abundam temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalo e pessoas miseráveis. Bukowski tem um senso de humor ácido, irônico e cáustico.
Misto Quente – História
Misto Quente é o quarto livro do autor, publicado em 1982. Essa obra é considerada a melhor para começar a ler
Assim como em outras obras, o foco principal de
“Nunca me sentira tão bem. Era melhor do que masturbação. Fui de barril em barril. Era mágico. Por que ninguém havia me falado a respeito disso? Com a bebida, a vida era maravilhosa, um homem era perfeito, nada mais poderia feri-lo.”
Acompanhamos a vida de Henry Chinaski entre os anos de 1920 e 1941. Sua infância não foi nada fácil. Filho de um pai abusivo, que o espancava ao menor sinal de erro, e de uma mãe permissiva, que também era vítima da violência do pai, Henry era avesso a todo tipo de violência. Na escola, tentava se destacar nos esportes, mas era contrário à violência intrínseca que os acompanhava.
Porém, na adolescência ocorreu uma grande mudança em Henry. A puberdade trouxe liberdade. ele continuava vítima da violência doméstica, mas na escola ele logo descobriu os prazeres do cigarro e do álcool. A vida de Henry se resumia em beber, fumar e se masturbar. Ele desenvolveu terríveis acnes, que o levaram ao hospital para um tratamento demorado e extremamente doloroso. Henry aguentava tudo isso com doses cada vez maiores de álcool e com brigas homéricas com outros garotos da escola.
“Turguêniev era um sujeito muito sério, mas ele podia me levar ao riso porque encontrar uma verdade pela primeira vez pode ser uma experiência muito divertida. Quando a verdade de outra pessoa fecha com a sua, e parece que aquilo foi escrito só para você, é maravilhoso.
Henry começa a refletir sobre sua existência. Fisicamente grotesco, pelas marcas profundas das acnes e do tratamento que estava fazendo, Henry vai se tornando um anti-herói misantrópico, com desprezo e antipatia geral pela espécie humana. O jovem adulto Henry finalmente se liberta da violência de seu pai. Ele passa a morar sozinho e tenta conseguir dinheiro fazendo pequenos trabalhos. Contudo, o consumo excessivo de álcool e as brigas cada vez mais intensas, o jogam na sarjeta inúmeras vezes. Quando está no fundo do poço, contemplando a miséria de sua vida, Henry sempre encontra forças para seguir no fundo de uma garrafa de vinho.
A vida de Henry é perpassada por diversos assuntos, como asuperficialidade dos valores sociais. Henry percebe uma desconexão entre os supostos valores da sociedade e sua experiência pessoal. Em vez de uma nação dedicada à liberdade e à igualdade, ele encontra um país baseado no abuso de poder e obcecado com a aparência e as exibições de riqueza. Ele também se questiona sobre o mito do sonho americano. À medida que o jovem Henry testemunha o fracasso económico da sua família em dificuldades, ele fica cada vez mais desiludido com a ideia de que o sucesso se baseia no mérito pessoal e no trabalho árduo.
Misto Quente – Conclusão
No final, com os Estados Unidos entrando na guerra, Henry decide que não irá defender o país. Ele chega a conclusão de que o país onde vive não representa uma nação digna de seus esforços e quem sabe até de sua vida. A misantropia de Henry atinge o ápice. Alheio ao que o rodeia, Henry apresenta uma definição de vida própria, de domínio total sobre a existência. A vida de Henry Chinaski era uma loucura total, mas ele ainda tinha o controle completo sobre ela.
O personagem Henry Chinaski foi comparado ao monstro de Frankenstein, de Mary Shelley, e a Gregor Samsa, de Franz Kafka, por causa de sua alienação e distanciamento social resultante de sua aparência monstruosa, recorrendo à violência ou ao isolamento como uma forma de proteção e defesa. Os palavrões, a escatologia, os porres homéricos são mentiras que nos fazem acreditar, mentiras que tornam nossas próprias misérias mais suportáveis.
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Até a próxima!