Título: Napoleão
Autor: Steven Englund
Editora: Jorge Zahar
Páginas: 630
Resumo do livro Napoleão
Steven Englund se propõe, nesse livro, a apresentar um dos aspectos da vida de uma das maiores personalidades da história da humanidade: Napoleão Bonaparte. O autor buscou montar um perfil político desse homem que foi brilhante e ao mesmo tempo cruel. É impossível contar a história de Napoleão e não falar sobre as conquistas e derrotas militares. A sua genialidade militar está presente no livro e se presta para completar o cenário de onde o personagem principal encena os seus atos políticos mais incríveis.
Toda revolução tem como consequência o nascimento de um tirano. Existem alguns exemplos na História para comprovar: Stálin é uma consequência da Revolução Russa, Mao Zedong é uma consequência da Revolução Chinesa, Fidel Castro é uma consequência da Revolução Cubana. E seguindo essa linha, Napoleão Bonaparte é uma consequência da Revolução Francesa.
“Vemos que Napoleão passou a entremear seu Rousseau com doses de Maquiavel e Voltaire. Tem um ponto de vista, mas não alimenta nenhum sentimento em relação a ele, e, em todas as circunstâncias, equilibra-o com sua capacidade de observação e análise.”
Somos apresentados ao infante Napoleão Bonaparte, nascido na ilha da Córsega, ao chefe da artilharia do Governo Francês, ao contemporâneo de Robespierre, ao General, ao Primeiro Cônsul, ao Republicano, ao Imperador, e finalmente, ao exilado. Todos esses atores existiram em uma só pessoa.
O pai de Napoleão, Carlo Bonaparte foi um dos ativistas contra a invasão francesa na Córsega, até então pertencente ao Reino Italiano. Esse posicionamento contra os franceses, em defesa de sua terra natal marcou profundamente o jovem Bonaparte. Napoleão, ainda jovem, se mudou para a França para estudar em uma escola militar, se destacou pela sua inteligência e logo no primeiro ano recebeu a divisa de tenente de artilharia e um regimento para comandar. Desde sempre Napoleão se ocupou de conceitos caros, na França pré-Revolução, como patriotismo, nação, nobreza e poder.
Após a Revolução de 1789, a maioria dos oficiais do exército francês, partidários da monarquia recém deposta, se exilou, abrindo caminho para o que o jovem Napoleão alcançasse alguma importância dentro dos círculos políticos e militares. Bonaparte queria levar a Revolução para a Córsega, mas logo descobriu que o ser humano nada tem de idealista, sendo motivado sempre pelo que lhe convém. Com o recrudescimento dos anos posteriores à Revolução Francesa, e as guerras externas contra Áustria e Inglaterra, eclodiram por toda a França motins e pequenas batalhas civis, que confrontavam monarquistas, republicanos, anarquistas e demais grupos políticos. É nesse cenário que Napoleão recebeu uma excelente oportunidade de se fazer notar nos mais altos círculos militar e político.
“O elemento chave do sucesso militar de Bonaparte foi o psicológico. ‘A condução da guerra’, escreve Clausewitz, ‘assemelha-se ao funcionamento de uma máquina complexa com enorme atrito’. Esse atrito produz tensão em todos os atores no palco de batalha, mas em nenhum mais que nos chefes. Um comandante deve exibir vários tipos de coragem, mas a maior não é a bravura física, é a coragem moral.”
Napoleão, de forma magistral, conseguiu reprimir uma revolta na importante cidade de Toulon. A fama que Bonaparte alcançou foi tamanha que ele recebeu uma grande promoção na hierarquia militar e se tornou o general comandante do Exército da Itália, uma força militar que tinha como objetivo fazer frente aos austríacos no norte da Itália. Napoleão não apenas defendeu o seu front de forma brilhante, como atacou o norte da Itália libertando a região da Lombardia do domínio austríaco. Empreendeu importantes avanços para além dos alpes, forçando um armistício entre a França e a Áustria.
O nome Bonaparte foi se tornando conhecido não apenas na França, mas em toda a Europa. Em seguida, Napoleão comandou uma das mais audaciosas campanhas francesas: a invasão do Egito e a expulsão dos turco-otomanos da região. Datam dessa época estudos científicos que mudaram a forma de se entender a cultura antiga egípcia. Com o fracasso da França em manter as forças de Napoleão abastecidas, o general comandante retornou à Paris. Porém, Bonaparte retornou muito mais poderoso do que antes.
Logo, Napoleão conseguiu arquitetar, junto a outros políticos, a instauração do Consulado. Na teoria, essa forma de governo deveria contar com 3 cônsules como os dirigentes máximos da França. Na prática, Bonaparte comandava e os outros 2 cônsules obedeciam. Numa escalada política incrível e um poder de manobrar aliados e opositores, Napoleão aos poucos conseguiu aproveitar a situação de polaridade política e social para conseguir alguns de seus objetivos, entre eles, se tornou Cônsul vitalício.
“Se há algo de que a posteridade se lembra prontamente acerca desse homem, é que naquele dia, de pé (não de joelhos) perante o altar-mor da catedral de Notre-Dame, em Paris, ele mesmo se coroou imperador dos franceses. O Papa Pio VII só olhou.”
O próximo passo de Napoleão foi instaurar o Império Francês e ele passou a ser o Imperador Napoleão. Datam dessa época o apogeu territorial francês. De Portugal à Rússia, Napoleão derrotou um a um seus opositores. Mesmo sucumbindo ao inverno Russo, quando perdeu a maioria de seus homens, Napoleão ainda era o Imperador e manteve o seu poder. Mas o cenário interno, político e econômico, havia mudado. Apoiados pelo Reino Unido, os opositores do governo napoleônico conseguiram não apenas a destituição do Imperador, mas enviá-lo para a Ilha de Elba, exilado.
Sem Bonaparte, o governo francês andava em desalinho, abrindo a oportunidade para o seu retorno. De forma épica, Napoleão retomou o poder político na França, com uma das mais simbólicas demonstrações de poder da história recente. Quando retornou para o território francês, Napoleão se deparou com todo o Exército autorizado a impedi-lo e prendê-lo. Ao se deparar com a figura de Bonaparte o Exército não apenas não cumpriu as ordens, como ficou ao lado de seu antigo comandante e o escoltou triunfante até Paris.
“Depois de mim, a Revolução, ou melhor, as ideias que a fizeram, retomarão seu curso. Serei como um livro de que retiramos o marcador e recomeçamos a ler na página em que havíamos parado.”
Nesse período de cem dias Napoleão encontrou uma França em recuperação, mas também encontrou seus inimigos mais ferozes e mais dispostos a acabar com ele. É dessa época a famosa batalha de Waterloo, onde Napoleão finalmente foi derrotado militarmente. Novamente preso, Napoleão foi enviado dessa vez para a Ilha de Santa Helena, no meio do Oceano Atlântico, onde após 5 anos de exílio, morreu.
O gênio militar e político de Napoleão gerou inúmeras histórias posteriores, algumas verdadeiras outras falsas. Mas é inegável que este homem nascido na Córsega está, para o bem ou para o mal, ao lado de lendárias personalidades da história da humanidade. É impossível pensar na história do Homem moderno e não esbarrar em Napoleão Bonaparte.
Indico o filme Napoléon, de Abel Gancé, de 1927.
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Napoleão
Até a próxima!