Título: Noites Egípcias e Outros Contos
Autor: Alexander Puchkin
Editora: Kalinka
Páginas: 140
Resumo do livro Noites Egípcias e Outros Contos
Alexander Puchkin é considerado o maior poeta russo da época romântica, e também o real fundador da moderna novela russa. Puchkin foi pioneiro no uso do discurso vernacular em seus poemas e peças teatrais, criando um estilo de narrativa que misturava drama, romance e sátira associada com a literatura russa, influenciando os escritores russos seguintes.
Essa coletânea reúne 6 contos escritos por Puchkin, desde um de seus primeiros trabalhos, “A Casinha solitária na Ilha de Vassili“, até um de seus últimos contos: “Noites egípcias“. Em todos eles o leitor pode encontar traços da belíssima forma literária do autor, que utiliza com grande maestria a linguagem coloquial, a sátira, o humor e a crítica, tanto social quanto política. Fazem parte desse livro também os contos: “Do editor“, “A nevasca“, “A senhorita camponesa“, e “História do povoado de Goriúkhino“. Um aspecto importante de alguns contos aqui reunidos é a utilização de um narrador fictício. Puchkin coloca na boca de outrem uma história, como se esse outro fosse de fato detentor dos fatos acontecidos.
“A primavera ainda não chegara para enfeitar os prados com um novo verde quando esta florzinha, que prometera um desenvolvimento espetacular, escondeu-se para sempre no seio da natureza que tudo aceita.”
No conto “A Nevasca“, conhecemos Maria, uma jovem moça educada nos moldes dos romances franceses, à espera de seu príncipe encantado. Enamorando-se de um alferes, Maria planeja uma fuga digna dos melhores livros. Mas o amor pelos seus pais e o grande escândalo que isso poderia causar a fizeram se esconder. Sofrendo pelo amor desperdiçado, Maria encontrou a tristeza em forma de doença.
Contudo, a chegada do jovem oficial Burmin, com sua beleza e simplicidade, mudou tudo. Maria se apaixonou perdidamente por ele a ponto de nutrir os mais carnais e quentes pensamentos. Burmin por sua vez correspondia a esses desejos sem, contudo, abrir seu coração e efetivamente se declarar à Maria. Finalmente, quando resolveu falar, Burmin contou que era casado. Certa vez, foi parar dentro de uma igreja durante uma nevasca, sem enxergar nada, devido à escuridão, percebeu que um casamento estava ocorrendo e o noivo estava atrasado. Tomando Burmin pelo noivo, o padre consumou o sacramento, mas a noiva ao beijar Burmin desmaiou ao saber que não era seu noivo.
Para não correr o risco de perder mais um amor, Maria não se deu por vencida e proclamou: “Então era você. Não me reconhece?”, e se passou pela infeliz noiva desmaiada.
“Casamento de imposição é de curta duração, pobreza não é defeito, não vivemos com o dinheiro, mas com a pessoa, e assim por diante. Provérbios morais costumam ser espantosamente úteis quando não sabemos o que fazer.”
Em “A senhorita camponesa“, podemos ver que Puchkin bebeu da fonte Shakespeariana. Um clássico conto onde os filhos de famílias que se odeiam nutrem um amor proibido, assim como em “Romeu e Julieta“, mas com um final diferente. No conto, o pai de Aleksei tinha ódio mortal do pai de Liza, pois esse último, apesar de russo, era próximo à cultura britânica. Então, Liza se vestiu como camponesa para poder encontrar Aleksei no bosque, sem que este soubesse quem ela era de fato.
Com uma repentina aproximação entre as famílias, Liza se passou por outra pessoa, confundindo Aleksei e até mesmo seus pais. Mas por uma obra do destino, Aleksei chegou de surpresa e pegou a inocente Liza lendo embaixo da janela. Ao contrário da obra de Shakespeare, Liza e Aleksei viveram felizes para sempre.
“Ainda que minha legenda não fosse de todo indigna de atenção, sobretudo como primeira obra de um jovem lirista, não obstante senti que não era um poeta nato e me contentei com esta primeira experiência. Mas meu esforço criativo me prendera de tal forma ao exercício da literatura que já não podia mais separar-me do caderno e do tinteiro.”
Esses dois contos são os melhores, na minha opinião. Puchkin é um autor realmente diferente, mesclando erudição com um retrato vivo e pitoresco da sociedade em que estava inserido. Entre as suas obras mais conhecidas encontram-se: O prisioneiro do Cáucaso, A filha do capitão, Eugene Onegin, A história da revolta de Purgatief e O Cavaleiro de Bronze. Livros que eu não vejo a hora de ler.
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Noites Egípcias e Outros Contos
Até a próxima!