O Evangelho Segundo Jesus Cristo
O Evangelho Segundo Jesus Cristo

O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Evangelho jesus cristo

Título: O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 341

Resumo do livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo

É possível fazer uma livre interpretação dos textos sagrados da Bíblia? Saramago nos mostra que sim. Esse livro foi publicado em 1991 e, como não poderia deixar de ser, pelo seu teor, recebeu inúmeras críticas. A principal delas é justamente contra a livre interpretação dos textos sagrados, que desvirtuaria de forma abusiva os Evangelhos Canônicos.

As críticas fizeram com que o livro fosse considerado ofensivo por diversos setores da comunidade católica; que sofresse perseguição religiosa no seu próprio país; que o governo português, pressionado pela Igreja Católica e por meio do então Subsecretário de Estado da Cultura, vetasse esse livro de uma lista de romances portugueses candidatos ao Prêmio Aristeion em 1992, por atentar contra a moral cristã.

“Disse Jesus, Estou à espera, De quê, perguntou Deus, como se estivesse distraído, De que me digas quanto de morte e de sofrimento vai custar a tua vitória sobre os outro deuses, com quanto de sofrimento e de morte se pagarão as lutas que, em teu nome e no meu, os homens que em nós vão crer travarão uns contra os outros.”

O Evangelho Segundo Jesus Cristo – História

O livro conta a história da concepção, nascimento, crescimento e morte de Jesus Cristo através de uma lente diferente daquela usada na Bíblia. Saramago utilizou a lente humana para contar a história do homem Jesus, concebido através de uma relação sexual entre um homem e uma mulher; que nasceu em uma caverna próximo à Belém por conta de um recenseamento imposto pelo governo romano, e que cresceu aprendendo o ofício de carpintaria com seu pai, como faziam milhares de jovens nas cidades próximas, e também nas longínquas.

Jesus cresceu entre 11 irmãos e aprendeu com a pobreza e a escassez de alimentos a partilhar o pouco que tinha, a amar ao próximo para que o amor em família pudesse superar todas as dificuldades reveladas pela realidade de um povo que sofria sob o domínio despótico dos romanos. É interessante notar que o autor repassa os principais acontecimentos do jovem Jesus de maneira fiel, a única diferença é a humanização de sua vida.

“Por que é que um cordeiro que tinha sido salvo da morte veio a morrer ovelha, questão tão estúpida quanto se vê, mas que se compreenderá melhor se for assim traduzida, Nenhuma salvação é suficiente, qualquer condenação é definitiva.”

Uma das mais controversas passagens do livro é sem dúvida o encontro de Jesus, então na casa dos 20 anos, com Maria, uma prostituta da cidade de Magdala, a que se convencionou chamar Maria Magdalena. Com os pés machucados da longa jornada, Jesus havia se decidido retornar para junto de sua família. Ele então procurou por cura em uma casa. Dentro da casa, Maria Magdalena o recebeu e começou a limpar e a curar o ferimento de Jesus.

É então que o jovem Jesus conheceu o amor e o sexo. Se apaixonou com todas as suas forças por aquela mulher a quem todos procuravam apenas para o alívio, mas que finalmente encontrou esse mesmo alívio nos braços e nos movimentos daquele jovem Jesus. Uma parceria foi formada e, a partir desse momento, Maria Magdalena passou a acompanhar Jesus por todos os lugares, até a hora de sua morte.

“O filho do homem enterrará o homem, mas ele próprio ficará insepulto. Que estas palavras, à primeira vista enigmáticas, não vos levem a pensamentos superiores, o que aí fica pertence a escala do óbvio, quis apenas dizer que o último homem, por último ser, não terá quem lhe dê sepultura.”

O Evangelho Segundo Jesus Cristo – Conclusão

Um livro esplêndido. Cheio de significados, cheio de simbolismos. As metáforas e as críticas às religiões são como revelações de uma ideia que ainda estava velada por um véu hipócrita e fétido. Jesus foi um homem, com suas fraquezas e seus arrependimentos, com suas paixões e seus pensamentos. A quem foi imposto um destino. Que cumpriu esse destino como deveria. E a quem a morte, sempre ela, trouxe a santificação.

Se um religioso não se questionar acerca de sua fé, ele é apenas um cordeiro que segue aquilo que lhe é imposto. Duvidar, questionar, pensar por si próprio, é o primeiro passo para abrir o caminho da verdade.

Que essa leitura sirva para você questionar algumas ‘verdades absolutas’.

“Não criei nenhum mundo, não posso avaliar, disse Jesus, Pois é, não podes avaliar, mas ajudar, podes, Ajudar a quê, A alargar a minha influência, a ser deus de muito mais gente, Não percebo, Se cumprires bem o seu papel, isto é, o papel que te reservei no meu plano, estou certíssimo de que em pouco mais de meia dúzia de séculos, embora tendo de lutar, eu e tu, com muitas contrariedades, passarei de deus dos hebreus a deus dos que chamaremos católicos, à grega, e qual foi o papel que me destinaste no teu plano, O de mártir, meu filho, o de vítima, que é o que de melhor há para fazer para espalhar uma crença e afervorar uma fé.”

De José Saramago já publicamos:

Indico o clássico filme Jesus de Nazaré.

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O Evangelho Segundo Jesus Cristo

Até a próxima!