Título: O Idiota
Autor: Fiódor Dostoiévski
Editora: Martin Claret
Páginas: 678
Resumo do livro O Idiota
A profundidade e a qualidade dos escritos de Fiódor Dostoiévski é inegável e já foi espalhada por todos os cantos do mundo. Dostoiévski nos proporciona a oportunidade de ir além do que está escrito. Para além da história do príncipe Lev Nikolayevich Michkin, podemos ver a história de um homem comum, assombrado pelos seus próprios fantasmas, sofrendo de seus próprios problemas. Mais do que isso, um ser comum, que tem uma visão muito própria de todos que o rodeiam, que não obedece aos cânones do realismo, mas o contrário disso, é um ser fantástico.
Tudo começa com três estranhos em um trem a caminho de Petersburgo. Um funcionário do governo chamado Liébediev, que aparece de forma proeminente em todo o romance; o espertalhão Rogójin, que guarda uma obsessão doentia por uma linda jovem chamada Nastássia Filipnovna; e um príncipe chamado Michkin, que está voltando de um sanatório suíço onde permaneceu nos últimos anos se tratando de um problema de epilepsia.
“Gente honesta já por si mesma é terrivelmente rara. Além disso, não há mais ninguém que se possa respeitar. Não adianta querer uma pessoa topar com gente que faz questão de ser respeitada.”
O Idiota – História
A base de O Idiota é Michkin, que não é um homem brilhante e atravessa a sociedade de forma simples. Mas é uma pessoa boa, honesta, simpática e agradável. Por essa ingenuidade todos o veem como um idiota. Após receber uma grande herança, Michkin é chantageado por um suposto filho de seu benfeitor. Mesmo após perder dinheiro, quando Michkin descobre a verdade, ao invés de se rebelar contra esse impostor, ele acaba por fazer amizade com o mesmo.
Dostoiévski cria um mundo dividido em dois lados. De um lado, o iluminado, está Michkin, que conversa de forma simples e honesta com o outro lado, o sombrio, da grande sociedade composta de pessoas elegantes. É o mundo dos ricos, poderosos e conservadores, com a fúria dos jovens anarquistas e niilistas e sua inexorável hostilidade. No meio de tudo isso, o príncipe está só. E sozinho, aceita a afronta e o insulto, estando sempre pronto a aceitar toda a culpa, chamando para si toda a responsabilidade.
“Tais cavalheiros oniscientes são encontrados muitas vezes uma certa camada da sociedade. Sabem tudo. Tanto a sua incansável curiosidade como as suas aptidões inclinam-se irresistivelmente em uma direção, sem dúvida por falta de ideias e de interesses mais importantes na vida, como diria um pensador moderno.”
As páginas de O Idiota também se prestam a expor as ideias e críticas de seu autor. A crítica não está apenas nas palavras proferidas por conservadores e niilistas, mas também por pessoas comuns dentro da história que veem muito mais do que deveriam. Dostoiévski critica a sociedade Russa, por exemplo, quando fala:
“Estamos sempre ouvindo queixas quanto à ausência de gente prática na Rússia. Apregoam que não nos faltam políticos aos punhados, generais às grossas e que a qualquer momento farta quantidade de homens de negócio de todas as categorias pode ser encontrada. Mas gente prática, lá isso não há.”
Também critica a Igreja católica romana:
“O catolicismo é até pior do que o ateísmo, na minha opinião. O ateísmo apenas nega, ao passo que o catolicismo falseia o Cristo, calunia, difama e se opõe ao Cristo. Prega o anticristo! Declaro e assevero que prega o anticristo! O catolicismo romano não consegue sustentar a sua posição sem uma política universal de supremacia.”
Dostoiévski critica até mesmo o socialismo Russo:
“Ora bem, continuo a sustentar que nós não temos um único socialista russo; não há nenhum, nem nunca ouve, pois todos os nossos socialistas também são proprietários de terra ou estudantes canônicos. Todos os nossos conhecidos e declarados socialistas, tanto aqui como no estrangeiro, não são mais do que liberais da fidalguia agrária ou dos tempos dos donos de servos.”
“Desde o primeiro minuto tudo começou com falsidade. E o que nasce com a mentira, com a mentira morre; isto é uma lei da natureza. Não concordo e até me indigno quando alguém o chama de idiota. O senhor é inteligente demais para merecer essa classificação. Mas o senhor é tão estranho que não se assemelha a nós outros.”
O Idiota – Conclusão
Para Michkin a realidade é algo totalmente diferente. Seus valores não estão na riqueza ou no Estado. Ele se contrapõe aos valores espirituais, como, por exemplo, à fé cristã, como também aos valores niilistas. Sua relação com o inconsciente se dá de uma forma clara. Seus lampejos e intuições são capazes de perceber todo sofrimento, todo entendimento que a realidade lhe proporciona. Em Michkin temos um pouco de Cristo e também um pouco de Don Quixote.
Como acontece com todos os grande escritores da humanidade, os livros de Dostoiévski são daqueles que te fazem companhia por toda a vida.
De Fiodor Dostoiévski já publicamos:
Indico a série Russa baseada no livro: Idiot.
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O Idiota
Até a próxima!
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