Título: O Mundo de Sofia
Autor: Jostein Gaarder
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 566
Resumo do livro O Mundo de Sofia
Será que somos apenas personagens encenando nossas vidas no palco da existência? Será que o nosso diretor é um arquiteto sádico ou um mágico louco? Será só isso? Somos apenas joguetes do destino?
O Mundo de Sofia é uma quebra de paradigma. Quando se fala em História da Filosofia ou quando são apresentados os pensamentos de Platão, Aristóteles, Descartes, Nietzsche, Hegel e Marx, o leitor pode sentir um calafrio ou mesmo uma aversão ao texto. Nunca é fácil captar as nuances filosóficas desses e de outros filósofos. Mas Jostein Gaarder inverte essa lógica e apresenta a história da filosofia de forma romanceada. Acompanhamos a vida de Sofia ao mesmo tempo em que aprendemos sobre Filosofia.
“Os adultos davam o mundo por visto. Eles estavam irremediavelmente entregues ao cotidiano, girando em torno de si próprios como frangos assados no espeto.”
O Mundo de Sofia – História
Sofia Amundsen era uma garota norueguesa de 14 anos que começou a receber cartas anônimas sobre algumas perguntas sem pé e nem cabeça. Essas cartas logo se transformaram em calhamaços contendo toda a história da Filosofia antiga, desde os pré-socráticos e sofistas passando por Sócrates, Platão e Aristóteles até chegar ao Helenismo e à Jesus Cristo. Essa parte do livro apresenta o resumo, de forma bem didática, dos principais pensamentos desses que são os pais da filosofia moderna. Sofia aprendeu sobre tudo isso com o filósofo e professor Alberto Knox.
Sofia e Alberto passaram a se encontrar pessoalmente e as conversas eram sobre a história da Filosofia. Primeiro, na Idade Média através de São Tomás de Aquino e Santo Agostinho e seus pensamentos de cristianizar Sócrates e Platão. Depois foi a vez da Filosofia Renascentista com os racionalistas Espinosa e Descartes. Mais à frente, uma aula sobre o empirismo britânico com Locke, Hume e Berkeley. Alberto passou então aos filósofos do Iluminismo, como Rousseau, Voltaire e Montesquieu e a tentativa deles para estabelecer fundamentos para a moral, a religião e a ética de acordo com a razão. A partir daqui, Sofia passou a estudar a parte mais densa da filosofia, e do livro também. Ela descobriu Kant, Hegel e Kierkegaard.
“Os questionadores são sempre os mais perigosos. Responder e retrucar não causa o mesmo dano. Uma única pergunta pode conter o poder explosivo de mil respostas.”
Sobre Kant, Alberto falou da importância na diferença entre “a coisa em si” e “a coisa para mim”, pois só podemos saber de fato como as coisas se mostram para nós, e não como elas realmente são. Expoente do Romantismo, Hegel apresentou uma forma de pensar muito rica, além de apresentar um método para compreender o curso da história. Alberto então falou para Sofia que o importante no pensamento de Kierkegaard era encontrar as verdades que fossem importantes para a vida de cada indivíduo. Além de dizer que a verdade é subjetiva.
Chegando na modernidade, Alberto explicou o materialismo histórico de Marx, bem como toda a sua filosofia. Explicou a teoria da seleção natural de Darwin e os resultados de seus estudos. Também mostrou os estudos do inconsciente de Freud; e o fantástico existencialismo de Sartre, para quem existir é criar a sua própria existência. O estudo da filosofia terminou onde tudo começou: no universo. Cada visão filosófica do mundo era conversada de maneira fácil de acompanhar. O livro abre a possibilidade para que o leitor tenha contato com as maiores correntes de pensamento filosóficas.
“Podia muito bem lidar com a ideia de que Deus havia criado o universo, mas e quanto ao próprio Deus? Ele havia criado a Si mesmo, do nada? Apesar de Deus conseguir criar um homem atrás de outro, Ele jamais conseguiria criar a Si mesmo antes de ter se tornado ‘um ser’ capaz de criar outro.”
Até aqui falamos sobre a história da Filosofia, mas e quanto a história da Sofia? Às vésperas de completar 15 anos ela começou a receber cartas anônimas sobre Filosofia. Tudo o que aprendia no curso de Filosofia ela conseguia levar para o seu cotidiano, e isso mudou a forma como Sofia passou a ver o mundo e o seu lugar nele. Cada encontro com Alberto era cheio de singularidades, seja através de uma roupa que Alberto usava, seja através dos objetos que ele tinha em sua casa, e principalmente as histórias que contava.
Sofia começou a receber cartões postais de um certo Albert Knag, destinados à Hilde Knag, sua filha, que assim como Sofia, estava prestes a completar 15 anos. Eram cartões do Líbano, país que Albert servia como major em uma unidade das forças de manutenção da paz da ONU. O leitor cria então um laço de simpatia por Sofia Amundsen e passa a tentar desvendar o mistério dos cartões postais junto com ela.
“De que vale, afinal, o eterno criar, se toda criação se desfaz no ar?”
O Mundo de Sofia – Conclusão
Duas crianças que faziam aniversário no mesmo dia. Sofia sonhava com lugares que faziam parte da realidade de Hilde. E o que faria os caminhos de Hilde e Sofia se cruzarem: o destino ou um livro? A reviravolta na história é surpreendente. Nada é o que parece neste livro, só o curso de Filosofia, que aliás é muito bom.
Indico o filme The Tree of Life, de 2011.
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Até a próxima!