O Planeta dos Macacos
O Planeta dos Macacos

O Planeta dos Macacos

Título: O Planeta dos Macacos

Autor: Pierre Boulle

Editora: Aleph

Páginas: 256

Resumo do livro O Planeta dos Macacos

Publicado em 1963, O Planeta dos Macacos é uma das obras mais célebres do escritor francês Pierre Boulle, também autor de A Ponte do Rio Kwai. Escrita em meio à Guerra Fria — período de intensas reflexões sobre o progresso científico, o domínio da tecnologia e o futuro da humanidade —, a obra combina ficção científica e crítica social, expondo com ironia o quanto a civilização humana pode ser frágil diante de sua própria arrogância.

O Planeta dos Macacos – História

A narrativa é construída a partir de uma estrutura engenhosa: um casal, Jinn e Phillys, viajando pelo espaço, encontra uma mensagem dentro de uma garrafa flutuando no vácuo cósmico. Trata-se do relato do astronauta Ulysse Mérou, que acredita ser o último homem do universo e escreve seu diário na esperança de que alguém o encontre.

A viagem de Ulysse Mérou e seus companheiros até Betelgeuse não é apenas espacial, mas também temporal. Embora a tripulação experimente o percurso em poucos meses, a teoria da relatividade faz com que o tempo transcorra de forma diferente fora da Terra — de modo que, ao retornar, séculos ou até milênios podem ter se passado. Ulysse e dois cientistas haviam sido enviados à estrela Betelgeuse em busca de formas de vida inteligentes, numa tentativa de expandir os limites da exploração humana. Ao aterrissar em um planeta aparentemente desenvolvido, eles se deparam com uma civilização surpreendente — mas habitada por humanos primitivos, incapazes de falar, raciocinar ou criar ferramentas, reduzidos a uma existência puramente instintiva.

“Mas encontrar um gorila no planeta Soror não era a principal extravagância do episódio. Ela residia para mim no fato de aquele macaco estar corretamente vestido, como um homem dos nossos, e principalmente pela desenvoltura com que usava nossas roupas.”

A primeira grande reviravolta ocorre quando o grupo é caçado por macacos armados, em uma inversão completa da ordem natural que conhecemos. Ulysse é capturado e levado para um laboratório onde os papéis se invertem: gorilas atuam como soldados, chimpanzés como cientistas e orangotangos como autoridades políticas e religiosas. É nesse ambiente que Ulysse conhece Zira, uma chimpanzé pesquisadora, e seu noivo Cornelius, que reconhecem nele sinais de inteligência humana e o protegem.

Após ser capturado e levado para estudos em um laboratório, Ulysse passa dias sendo observado por chimpanzés e orangotangos, que se impressionam com sua inteligência. Em um dos experimentos, ele é forçado a manter relações com uma mulher humana selvagem, o que o enche de repulsa e angústia. Algum tempo depois, Ulysse descobre que a mulher está grávida. A partir daí, o horror da situação se intensifica: os orangotangos, representantes da casta dominante, pretendem dissecar mãe e filho em nome da ciência.

“O que caracteriza uma civilização? Será o gênio excepcional? Não; é a vida rotineira… Hum! Sejamos justos com o espírito. Concedamos que é acima de tudo a arte, e, em primeiro lugar, a literatura.”

Contando com a ajuda do casal de chimpanzés Zira e Cornelius, Ulysse consegue arquitetar uma fuga. Decidido a salvar a mulher e o recém-nascido, ele se vê tomado por um impulso profundamente humano: o desejo de proteger e perpetuar a própria espécie. Com o auxílio dos amigos, alcança a nave que permanecia em órbita e parte em uma nova viagem de volta à Terra. A jornada, novamente, desafia o tempo — a alta velocidade faz com que os tripulantes experimentem apenas algumas semanas, enquanto milênios se passam no universo exterior.

Ao retornar, Ulysse é tomado pela emoção ao reconhecer a Torre Eiffel, símbolo de um mundo que acredita reencontrar. Mas a ilusão dura pouco. Ao pousar, percebe que a Terra está estranhamente deserta e degradada. Quando um veículo militar se aproxima, o astronauta vê surgir dele um gorila fardado, revelando que, no tempo decorrido de sua viagem, os macacos também dominaram o planeta humano.

O Planeta dos Macacos – Conclusão

O livro termina retomando a moldura narrativa inicial: o casal Jinn e Phillys — que lera o relato de Ulysse em uma garrafa vagando pelo espaço — comenta, entre risos, sobre a absurda fantasia do astronauta. Somente nas últimas linhas o leitor descobre que eles próprios são chimpanzés, surpreendendo os leitores com um desfecho inacreditável.

Mais do que uma ficção científica, O Planeta dos Macacos é uma sátira da civilização e da ciência moderna. Em sua superfície, denuncia a crueldade dos experimentos feitos com animais; em um nível mais profundo, questiona a própria ideia de superioridade humana, mostrando que a inteligência e o poder não garantem ética nem empatia. Pierre Boulle nos lembra que a história da evolução é também uma história de dominação — e que basta uma inversão de papéis para revelar o quanto a nossa civilização pode ser apenas uma máscara frágil sobre a barbárie.

Indico o filme original de 1968, The Planet of the Apes.

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Até a próxima!