Título: O Retrato de Dorian Gray
Autor: Oscar Wilde
Editora: Abril
Páginas: 268
Resumo do livro O Retrato de Dorian Gray
O Retrato de Dorian Gray foi publicado pela primeira vez em 1891 e Oscar Wilde fez uma crítica tão contundente à sociedade londrina do final do século XIX, cheia de pompa e tão vazia de inteligência, que o livro ofendeu a sensibilidade moral dos críticos literários britânicos. Alguns desses críticos disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam a moralidade pública.
Impossível não ler O Retrato de Dorian Gray e ter sempre uma pergunta pairando no ar: O que você faria para ficar eternamente belo e jovem?
O Retrato de Dorian Gray – História
Dorian Gray é um jovem humilde, que acabara de ingressar na alta sociedade inglesa através de uma herança. Por sua beleza fora do normal e uma personalidade doce, gentil e amável, ele torna-se a inspiração do pintor Basílio Hallward, que resolve pintar um quadro do belo rapaz. No ateliê do pintor entra em cena Lorde Henry Wotton, amigo de Basílio, que logo fica curioso sobre este jovem que o pintor tanto aclama e derrama elogios e decide por aguardar a presença do mesmo.
O primeiro encontro de Dorian e Henry é repleto de reflexões acerca da vida e da juventude, e levam o jovem a nutrir um sentimento de verdadeira admiração por Lorde Henry. Nasce desse encontro uma amizade onde a atração era mútua. Dorian se sentia atraído pelo conhecimento e pela verdade que Henry carregava nas palavras. E este era atraído pela beleza, juventude e pureza de Dorian Gray.
“Pois se há no mundo uma coisa pior do que falarem de nós: é não falarem de nós.”
Basílio Hallward finalmente termina o quadro do jovem Dorian, e constata que acabara de pintar uma obra-prima. Um retrato tão realista, e por isso mesmo tão jovem e tão belo, que Dorian afirma que trocaria sua alma para se manter naquele estado de juventude retratado. Como sempre, Lorde Henry faz um discurso sobre a juventude que tira Dorian de seu eixo, explicando que ele não se preocuparia com a juventude até que estivesse velho.
“A maravilhosa juventude; algum dia, quando estiver envelhecido, enrugado, feio, quando a meditação lhe estiver murchado a fronte com suas rugas e a paixão marcado seus lábios com horríveis estigmas, senti-lo-á, senti-lo-á terrivelmente.”
Qual não é a surpresa de Dorian Gray ao saber que seu pedido de alguma forma fora atendido e que seu corpo para sempre se manteria naquele estado de juventude e beleza, e que as agruras do tempo, e os erros de sua vida, apenas seriam sentidas pelo seu retrato. Ele passa então a aproveitar todo o esplendor da mocidade com inúmeras festas, amores e excessos. Tendo como aliado o tempo, Dorian Gray se dá ao luxo de se especializar nas mais diversas áreas: jóias, música, tapeçaria, tecidos, festas, bebidas, alimentos e mulheres. Oscar Wilde faz uma descrição minuciosa de todos esses gostos extravagantes.
Outro ponto alto de O Retrato de Dorian Gray são as reflexões filosóficas que Lorde Henry expressa ao longo dos luxuosos jantares da alta sociedade londrina. Ora apresentando escancaradamente a podridão daquelas pessoas de forma irônica, ora conversando com Dorian sobre casamentos, amores, juventude, excessos e privações. Sutilmente o autor discorre sobre diversos pontos da vida, de forma simples porém profunda.
“Enamorava-se cada vez mais de sua própria beleza e cada vez mais se interessava pela degradação da própria alma.”
Porém dois acontecimentos mudam a forma como Dorian enxerga a si próprio e o rumo que sua vida tomou. O primeiro deles é um romance efêmero com Sibyl Vane, uma atriz de segunda classe, por quem Dorian nutre uma paixão avassaladora. Depois de marcar o noivado e ter um acesso de desprezo, Dorian rompe o compromisso fazendo com que a tristeza de Sibyl se transforme em suicídio. O outro acontecimento se passa décadas depois quando o velho pintor Basílio Hallward interroga Dorian para saber se tudo o que falam a respeito do rapaz é verdade e se sua alma está realmente manchada pela impureza mundana. Em outro acesso de raiva, Dorian Gray assassina o pintor.
O Retrato de Dorian Gray – Conclusão
A partir desse ponto, Dorian muda por completo. Ao contemplar o seu retrato descobre tudo o que se tornou: um monstro. Pele retorcida, olhar perdido, raiva nos lábios e sangue nas mãos. Mas o tempo, antes seu aliado torna-se seu inimigo. Dorian jamais iria esquecer das coisas que fez, e essa seria sua maldição para sempre. Ele descobriu que a sua alma sempre estaria marcada pelo pecado mesmo que seu corpo se mantivesse imaculado. A juventude eterna, por fim, se tornou uma maldição e a ruína de Dorian Gray.
“A putrefação de um cadáver em um túmulo úmido não seria tão medonha.”
Um livro importantíssimo sobre autoconhecimento. O Retrato de Dorian Gray mostra o que acontece quando você deixa de ser quem verdadeiramente é para ser aquilo que os outros querem que você seja.
Indico o filme Dorian Gray de 2011.
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O Retrato de Dorian Gray
Até a próxima!