Título: O Autor: William Golding
Editora: Alfaguara
Páginas: 216
Resumo do livro O
William Golding foi um escritor, novelista, dramaturgo e poeta inglês. Entre os prêmios que ganhou, sem dúvida o mais importante foi o Prêmio Nobel de Literatura em 1983. O
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– HistóriaDurante a guerra, um avião caiu em uma ilha desabitada no Oceano Pacífico. Os únicos sobreviventes foram alguns meninos na pré-adolescência. Conhecemos Ralph e Porquinho, que logo tratam de procurar por mais sobreviventes. Ainda receosos com a recente queda do avião e com o ambiente da ilha, Ralph e Porquinho encontram uma grande concha. Ao assoprar na concha, Ralph conseguiu chamar a atenção de um grande número de meninos que também haviam sobrevivido. Essa turma de meninos era liderada por Jack.
“Todo mundo morreu – disse Porquinho – e a gente veio parar numa ilha. Ninguém sabe que a gente está aqui. O seu pai não sabe, ninguém sabe. Seus lábio tremiam, e os óculos ficaram embaçados.”
Para tentar colocar ordem no meio daquele caos de crianças sem comando em uma ilha inóspita, Ralph e Jack decidiram fazer uma votação para a escolha de um líder. Como estava da posse da concha, Ralph foi escolhido como líder de forma democrática. Jack ficou responsável por liderar um grupo de meninos que fariam o papel de caçadores. Ralph estabeleceu três regras: diversão, sobrevivência e manter um sinal de fumaça no topo de uma pequena montanha. Esse sinal de fumaça deveria existir constantemente, para sinalizar a presença dos meninos na ilha para os navios de resgate.
Outra questão estabelecida se dava em torno da concha. Ela se tornou um artefato importante naquela sociedade. Nas reuniões, somente poderia falar quem estivesse com a concha em mãos. Mas logo a coesão do grupo se deteriorou. Com a ociosidade, alguns meninos apenas se divertiam, tomando banho no mar e comendo frutas. A obra dos dormitórios não era concluída e Jack passava cada vez mais tempo na mata tentando caçar porcos selvagens. Logo, a tensão entre Ralph e Jack culminou em uma ruptura de poder.
“Concordo com Ralph. A gente precisa de regras, e precisa obedecer as regras. Afinal, não somos selvagens. Somos ingleses; e os ingleses são os melhores do mundo em tudo. Por isso a gente precisa fazer as coisas do jeito certo.”
O estopim para a ruptura entre Ralph e Jack foi a falta de fumaça no topo da montanha quando um navio de resgate passou no horizonte. A fumaça era responsabilidade de Jack, e Ralph naturalmente foi cobrá-lo. Logo o grupo se dividiu. A maior parte acompanhou Jack nas caçadas, enquanto a minoria continuou com Ralph e Porquinho na praia para terminar os dormitórios e manter a fumaça ativa. Para piorar a situação, algumas crianças começaram a inventar histórias de um monstro escondido na mata, assustando os mais novos e aumentando o caos. O monstro foi chamado de “a besta”.
O grupo então se separou. Jack criou o seu próprio acampamento, com a maioria dos meninos, e passava grande parte do tempo na caça aos porcos selvagens. Quando conseguiam matar um porco faziam um verdadeiro ritual tribal. Pintavam o rosto, entoavam gritos tribais e dançavam ao redor da fogueira. Em uma dessas festas, Ralph e Porquinho resolveram aparecer. Jack aproveitou a oportunidade para tirar Ralph da liderança do grupo.
” ‘Um navio passou’. Jack, precisando enfrentar de uma só vez um amontoado de implicações terríveis, decidiu evitá-las. Pousou uma das mãos no porco morto e puxou a faca. Ralph baixou o braço, com o punho cerrado, e sua voz tremia. ‘Passou um navio. Lá fora. Vocês disseram que iam manter a fogueira acesa, mas deixaram apagar.’ “
Em uma das festas em oferenda para “a besta”, Simon, um dos garotos mais tímidos e que desmaiava com frequência, teve uma visão. Ele olhou para a cabeça de porco espetada na ponta de uma vara, rodeada de moscas, e a chamou de “Senhor das Moscas”. A cabeça então falou com Simon que ela não era real, uma vez que era algo que ele poderia caçar e matar. Além disso, a cabeça disse à Simon que as verdadeiras “bestas” daquela ilha eram as próprias crianças e que ele estava em perigo. Simon saiu para procurar uma resposta e encontrou o corpo em decomposição de um paraquedista que ficou preso nas árvores e que estava sendo confundido com “a besta”. Quando retornou para a festa de oferenda, os garotos dançavam ao redor da fogueira e estavam em frenesi, quando Simon apareceu, foi confundido com a “besta” e morto pelos outros garotos com pauladas.
Ralph e Porquinho decidiram, então, se afastar do grupo de Jack. Mas o único meio de fazer fogo na ilha era o óculos de Porquinho. E uma caçada então teve início. No meio de uma verdadeira insanidade, Porquinho foi morto a pedrada, para que seu óculos pudesse ser utilizado pelo grupo de Jack. Ralph conseguiu se esconder na floresta, mas logo percebeu que para encontrá-lo, Jack mandou que colocassem fogo naquela parte da ilha. Fugindo de Jack e do fogo, Ralph apareceu na praia, cansado, sujo e fraco. Ajoelhou-se e prostrou-se diante um oficial da marinha que, vendo a fumaça na ilha, rumou seu navio para ver o que ocorria por ali. Terminava ali a saga de Ralph. Ele chorava copiosamente, não tanto pelo resgate, mas pela perda do amigo Porquinho e pela perda de sua inocência.
“E no meio deles, com o corpo imundo, o cabelo emaranhado e o nariz precisando ser assoado, Ralph chorava o fim da inocência, as trevas do coração humano, e a queda no abismo do amigo sincero e ajuizado chamado Porquinho.”
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– ConclusãoUm livro incrível. Cheio de significados e de reflexões. Contrasta a natureza do homem em sua dualidade “bom x mau”. O homem é bom por natureza e a sociedade o corrompe, ou o homem é naturalmente mau e a sociedade é que o transforma? No fim, a escolha individual pelo que é certo, em detrimento do malfeitor que tememos, é que nos traz humanidade.
Indico a adaptação Lord of the Flies, de 1963.
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Até a próxima!