Título: O Sonho de um Homem Ridículo
Autor: Fiódor Dostoiévski
Editora: 34
Páginas: 27
Resumo do livro O Sonho de um Homem Ridículo
Tudo tanto faz. Esse é o sentimento do homem retratado por Dostoiévski nesse pequeno conto. É simples, mas muito intenso, muito profundo. As reflexões iniciais do homem ridículo são como um soco no estômago de todo aquele que exala uma solidão profunda travestida de felicidade gratuita.
O Sonho de um Homem Ridículo – História
O homem ridículo tinha amigos, vizinhos, família. Porém, o mais importante: ele sabia que todos eram falsos, que queriam apenas rir da cara dele, rir da vida humilde e vazia que ele levava. O mundo para ele tanto faz, porque quem o rodeava, tanto faz.
“Talvez porque na minha alma viesse crescendo uma melancolia terrível por causa de uma circunstância que já estava infinitamente acima de todo o meu ser: mais precisamente – ocorrera-me a convicção de que no mundo, em qualquer canto, tudo tanto faz.”
Certa noite chuvosa, ao retornar para casa, o homem ridículo encontrou com uma pobre e solitária menina que, encharcada até os ossos, pedia-lhe ajuda, suplicava por auxílio. Em seu mundo cinza, o homem se zangou, esbravejou e despachou a pobre menina sem nenhum remorso. Para ele, a menina estava no caminho certo para conhecer o mundo e as pessoas como elas eram: indiferentes.
E como tudo lhe era indiferente, a vida se transformou em um fardo e o suicídio se tornou uma opção que flertava com ele todas as noites, diante da torpe luz da vela que insistia em olhar para ele junto com o revólver que mantinha sobre a mesa.
“Dou-me um tiro e não há mais mundo, pelo menos para mim. Sem falar ainda de que, talvez, não vá haver realmente nada mais para ninguém depois de mim, e todo o mundo, assim que se extinguir a minha consciência, vai se extinguir no mesmo instante, como um fantasma, como um atributo apenas da minha consciência, e, porque vão sumir, talvez, todo esse mundo e toda essa gente – só eu é que existo.”
E então ele adormeceu, coisa que não fazia há muito tempo, e viajou através do universo até chegar a uma outra Terra. Neste planeta, tudo era perfeito, tudo estava em perfeita harmonia, a humanidade, os animais, a natureza. Não havia ódio, rancor, inveja ou indiferença. Ele ficou estupefato com a possibilidade de existir um mundo como aquele, tão diferente quanto ao que ele conhecia. Contudo, ao acordar, o homem ridículo lembrou que antes de deixar aquele mundo perfeito ele causou a desordem, inseriu a mentira, a inveja, a luxúria, e transformou aquele mundo perfeito numa cópia exata de seu mundo real.
O Sonho de um Homem Ridículo – Conclusão
“Mas por acaso não dá no mesmo, seja isso um sonho ou não, já que esse sonho me anunciou a Verdade? Pois, se você uma vez conhece a verdade e a enxerga, então sabe que ela é a verdade e que não há outra e nem pode haver, esteja você dormindo ou vivendo. Ora, que seja um sonho, que seja, mas essa vida que vocês tanto exaltam, eu queria extingui-la com o suicídio, e o meu sonho, o meu sonho – ah, ele me anunciou uma vida nova, grandiosa, regenerada e forte!”
Mas algo havia mudado e a indiferença do homem ridículo deu lugar à uma esperança sem medida, a ponto dele se levantar e sair em busca da pobre menina da noite anterior para ajudá-la. Talvez por perceber sua verdadeira humanidade, o homem descobriu que mesmo destruindo tudo e todos a sua volta ele sabia que o movimento contrário dependia apenas dele.
As reflexões sobre indiferença e sobre o que é a verdade são fantásticas. Quantas vezes não nos colocamos na indiferença do homem ridículo?
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