O Último Dia de um Condenado
O Último Dia de um Condenado

O Último Dia de um Condenado

O ultimo dia de um condenado

Título: O Último Dia de um Condenado 
Autor: Victor Hugo
Editora: Verbo
Páginas: 149

Resumo do livro O Último Dia de um Condenado 

Victor Hugo foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos de grande atuação política em seu país. Esse livro contém duas histórias. Uma é a primeira obra madura de ficção do autor, publicada em 1829, e que reflete a aguda consciência social que permearia sua obra posterior. O Último Dia de um Condenado teria profunda influência sobre autores posteriores como Albert Camus, Charles Dickens e Fiódor Dostoiévski. A outra história do livro, Claude Gueux, de 1834, é uma história documental sobre a execução de um assassino francês, e foi considerada mais tarde pelo próprio autor como precursora de sua maior obra sobre a injustiça social (Os Miseráveis).

“E depois, vistas bem as coisas, que é que eu deixo da vida que verdadeiramente deva ser lamentado? Na verdade, o dia sombrio e o pão negro da cela, a magra porção de caldo tirada da selha dos galerianos, ser rudemente tratado, eu que tive polida educação, ser brutalizado por carcereiros e guardas de forçados, não ver um ser humano que me creia digno de uma palavra e perceber naqueles a quem me dirijo um estremecimento pelo que fiz e pelo que de mim farão: São pouco mais ou menos estes os únicos haveres que o carrasco tem para me tirar.”

O Último Dia de um Condenado – História

O Último Dia de um Condenado conta a história de um personagem sem nome, o que traz uma distância do leitor, mas ao mesmo tempo abrange os pensamentos e tormentos do ser humano como personagem de um mundo desumano. Estamos diante de um cidadão que cometeu um crime, que foi julgado e condenado à morte. O livro descreve os seus tormentos e sentimentos durante a jornada, a partir da condenação até a execução da sentença. As críticas à situação social, não só nacional, mas também mundial, encontram-se em enorme abundância, já que a pena de morte levanta certos problemas éticos.

A princípio distante da ideia de morrer, o personagem vai aos poucos tomando consciência de sua condição de condenado. Tudo começou a oprimi-lo, os carcereiros, os outros detentos, sua cela e até mesmo o retrato de si que é refletido pelo espelho de sua alma. Morrer: o que é morrer? O que o ser humano deixa nesse mundo, se ele já nasce com um único destino certo que é o encontro com a morte? O desdém pela última dança foi quebrado apenas no encontro com sua pequena filha, que pelo tempo e pela sua atual situação não mais reconhecia o pai. Nesse momento, o personagem se entregou ao seu destino.

“A porta do túmulo não se abre pelo lado de dentro.”

Mas até mesmo se entregando, a alma do Homem ainda busca um último suspiro de vida, e o personagem tentou uma última saída, uma última petição, um último pedido. Mas uma execução, assim como poucas outras coisas no mundo, nunca se atrasa.

Claude Gueux – História

Depois de O Último Dia de um Condenado, a história de Claude Gueux toma outro significado. Claude Gueux era um homem trabalhador, taciturno, dedicado. Vivendo uma vida que beirava a miséria, não encontrou outra saída senão o roubo. Roubou para se alimentar, foi preso e condenado.

“Neste momento supremo em que me recolho nas minhas recordações, aí encontro o meu crime com horror; mas queria arrepender-me ainda mais. Tinha mais remorsos antes da minha condenação; além disso, até parece que não há lugar para outros pensamentos que não sejam os da morte. Contudo, bem queria arrepender-me muito.”

Na prisão, manteve a retidão de seu caráter. Se tornou um símbolo de resiliência e persistência para todos os outros detentos. Trabalhava na oficina da detenção com afinco, mantinha a rotina e o respeito da cadeia apenas com as suas ações. Mas o diretor da oficina era um homem sem piedade, um homem que estava feliz quando causava a desgraça do outro. E ao separar Claude Gueux de seu melhor amigo na oficina apenas por sadismo, virou em Claude Gueux uma chave, que após virada nunca mais retornou a sua origem: a chave da vingança.

Claude Gueux organizou sua vingança. Arquitetou um plano com a ajuda dos outros detentos e no momento certo e determinado, executou o diretor da oficina. Sem qualquer piedade ou remorso, foi levado novamente à presença de um juri. Mas algo nele havia mudado e suas perguntas aos jurados certamente ecoaram por muitos e muitos anos depois.

“Uma vida infame. Um monstro, com efeito. Claude Gueux tinha começado por viver em concubinagem com uma mulher de má vida, depois tinha roubado, depois tinha matado. Tudo isso era verdade.
Na altura de mandar reunir os jurados, o presidente perguntou ao réu se tinha alguma coisa a dizer sobre a posição das questões.
– Pouca coisa – disse Claude. – Contudo, vejam. Eu sou um ladrão e um assassino; roubei e matei. Mas porque é que roubei? Porque é que matei? Ponham estas duas questões ao lado das outras, senhores jurados.”

Conclusão

Duas histórias sobre condenados. Duas histórias com perspectivas diferentes e que se complementam. Na primeira história, um homem condenado que se arrependeu, no último instante, de ter desdenhado de sua vida. Na segunda, um condenado que na verdade era uma vítima das ações políticas de um governo corrupto.

As objeções de um condenado levantam sérios questionamentos ainda hoje. As críticas feitas pelo autor e as reflexões imanadas dessas críticas, no mínimo nos levam a questionar não apenas o caminho que a sociedade atual trilha, mas o vislumbre sem precedentes de uma sociedade desigual.

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O Último Dia de um Condenado 

Até a próxima!