Título: Os Analectos
Autor: Confúcio
Editora: L&PM
Páginas: 315
Resumo do livro Os Analectos
Confúcio viveu entre 551 e 479 a.C. Ele foi um pensador e filósofo chinês que pregava uma filosofia moral que tinha o homem como peça central. Para ter responsabilidade moral, ele acreditava, um homem deve pensar por si próprio. Essa crença fez com que Confúcio desse tanta importância ao pensamento quanto ao aprendizado, O conceito central de sua filosofia era o chun tzu, um homem cujo caráter contém a virtude da benevolência e cujos atos estão de acordo com os ritos e a retidão. Os Analectos é uma coletânea de 20 livros divididos por temas, que contêm aforismos e ensinamentos atribuídos à Confúcio.
Os Analectos – História
“Não viveu em vão aquele que morre no dia em que descobre o Caminho”
Um dos pilares da filosofia de Confúcio é o entendimento do Caminho. O termo Caminho cobre a soma total das verdades sobre o universo e sobre o homem; e não apenas do indivíduo mas também do Estado, diz-se que possui ou não o Caminho. Outro pilar de sua filosofia é a palavra virtude. Virtude trata-se de algo que alguém cultiva e que permite a tal pessoa governar bem um reino. Nesse sentido, uma das preocupações de Confúcio era seu fracasso em cultivar a própria virtude.
Por trás da busca de Confúcio da essência ideal da moral, está o pressuposto de que o único objetivo que um homem pode ter e também a única coisa válida que pode fazer é tornar-se um homem tão bom quanto possível. Isso é algo que tem que ser perseguido somente pelo próprio valor intrínseco e com completa indiferença quanto ao sucesso ou fracasso. Diferentemente de mestres religiosos, Confúcio não podia pregar nenhuma esperança de recompensa, neste mundo ou no outro.
“Não imponha aos outros aquilo que você não deseja para si próprio.”
Já que um homem não pode estar seguro de uma recompensa nem pode ter garantia de sucesso, a moralidade é algo a ser perseguido por ela mesma. Essa é a mensagem mais fundamental dos ensinametos de Confúcio, uma mensagem que diferenciou os seus ensinamentos daqueles de outras escolas de pensamento. Para Confúcio não há apenas um tipo de caráter ideal, mas sem dúvida o moralmente ideal para ele é o caráter do cavalheiro. Dessa forma, não devemos esperar que um homem possa se tornar um cavalheiro sem muito trabalho ou cultivo de si mesmo.
E entre as várias virtudes que um cavalheiro precisa ter e dominar, a mais importante delas é a Benevolência. Segundo Confúcio, o homem benevolente ajuda os outros a firmarem sua atitude do mesmo modo que ele próprio deseja firmar a sua e conduz os outros a isso do mesmo modo que ele próprio deseja chegar lá. A capacidade de tomar o que está ao alcance da mão como parâmetro pode ser considerado o método da benevolência.
“A marca do homem benevolente é que ele reluta em falar.”
Baseado em uma sociedade que dava muito importância aos mais velhos e aos ancestrais, é natural que, para Confúcio, se um homem é um bom filho e um bom irmão em casa, pode-se esperar que se comporte bem em sociedade, evitando transgredir contra seus superiores. Ser um filho bom e um jovem obediente é raiz do caráter de um homem. Assim, se um bom filho faz um bom súdito, um bom pai também fará um bom governante. O amor de um homem pelas pessoas externas à sua casa é visto como uma extensão do amor do homem pelos membros da sua família.
De todas as coisas que podem distorcer o julgamento moral de um homem e desviá-lo de seus objetivos morais, o interesse próprio é a mais forte, a mais persistente e a mais insidiosa. Confúcio diz que em vista de uma vantagem a ser obtida, uma pessoa deveria pensar naquilo que é direito. Confúcio jamais se conformaria com uma riqueza ou posição não merecidas, apesar de serem coisas desejáveis.
“O homem sábio nunca fica indeciso; o homem benevolente nunca fica aflito; o homem corajoso nunca tem medo.”
Além da benevolência, Confúcio afirma que a sabedoria e a coragem são as duas outras virtudes essenciais do cavalheiro. Um homem sábio nunca fica indeciso no seu julgamento sobre o certo e o errado. Um homem que não é sábio, entretanto, pode facilmente confundir o hipócrita pelo genuíno. Sobre a sabedoria, Confúcio divide o ser humano de acordo com ela. Aqueles que nascem com conhecimento são os mais elevados. A seguir vêm aqueles que atingem o conhecimento por meio dos estudos. A seguir vêm aqueles que se voltam para o estudo depois de terem passado por dificuldades.
No nível nais baixo estão as pessoas comuns, por não fazerem esforço algum para estudar mesmo depois de terem passado por dificuldades. Porém, Confúcio nunca reclamou para si as classes superiores desse ordenamento. Ele se proclama um amante do conhecimento, fazendo amplo uso dos seus ouvidos, seguindo o que é bom daquilo que ouviu; fazendo amplo uso dos olhos, retendo na sua mente aquilo que viu. Para Confúcio, o que importava para ele era o fato de ser possível adquirir conhecimento por meio do aprendizado.
Os Analectos – Conclusão
Os ensinamentos de Confúcio poderiam fazer parte de vários textos, mas para finalizar, podemos sempre lembrar que a coisa mais importante em nossa atitude em relação ao conhecimento é sermos honestos conosco. Os Analectos foram tão lidos na China ao longo do tempo quanto a Bíblia no ocidente e é o único registro confiável dos ensinamentos de Confúcio. Para Confúcio, assim como para toda a tradição chinesa, a política é apenas uma extensão da moral: contanto que o governante seja benevolente, o governo trabalhará pelo bem do povo.
Chama a atenção que um pensamento tão lógico e óbvio venha sendo propagado desde a antiguidade, e Confúcio é um grande exemplo disso, e ainda hoje não chegamos a um consenso acerca da paz e da harmonia na raça humana. Muito pelo contrário: estamos cada vez mais nos afastando dessas premissas e vivendo de forma egoísta. Esquecendo do óbvio e do lógico, o ser humano está viciado em certezas.
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