Título: Os Dez Dias que Abalaram o Mundo
Autor: John Reed
Editora: Círculo do Livro
Páginas: 315
Resumo do livro Os Dez Dias que Abalaram o Mundo
John Reed, jornalista norte americano com simpatia pelas ideias socialistas, combateu nas barricadas de Petrogrado e de Moscou ao lado de operários, soldados e marinheiros. Sua arma: o lápis. Ao escrever esse livro, Reed não apenas conta a história de uma Revolução, mas a criação de um novo país. Seu relato é vivo em pormenores, cada data de assembléia, quem votou a favor e quem votou contra cada resolução. A cada passo que dava, seja em Petrogrado seja em Moscou, não economizou nos detalhes, das batalhas, do clima, dos homens.
Esta edição conta com prefácios do próprio Reed e de Lênin, além de uma importante explicação preliminar, que Reed inicia assim: “Para o comum dos leitores…”. É uma parte muito importante porque explica a organização dos partidos políticos e das suas subdivisões, além de explicar o processo parlamentar, as organizações populares, o significado e importância dos comitês centrais. Sem essas informações ficaria muito complexo o entendimento da história.
“Em março de 1917, avalanchas de operários e de soldados se apoderaram do Palácio da Táurida, obrigando a débil Duma Imperial a assumir o poder supremo da Rússia. As massa populares, operários, soldados e marinheiros, passaram, assim, a dirigir a marcha da Revolução. E em julho, a sublevação espontânea e desorganizada do proletariado, demonstrou mais uma vez, que as massas estavam decididas a impor sua vontade. Os bolcheviques constituíam nesse momento um pequeno partido, mas se colocaram, resolutamente, à testa do movimento de julho.”
Os Dez Dias que Abalaram o Mundo – História
A história da Revolução Russa já está bem conhecida, inclusive pelas comemorações do seu centenário no final de 2017. Mas o que esse livro apresenta é um relato in loco de quem esteve presente na maioria das reuniões, ao lado de Lênin e Trotski, ouvindo os discursos inflamados de bolcheviques e mencheviques, de soldados e marinheiros, operários e camponeses. Reed é partidário da revolução, seu discurso é carregado de um parcialidade latente, mas nem por isso deixa de ser um livro especial.
“Na Rússia, as classes dominantes tornavam-se cada vez mais conservadoras, e as massas populares, cada vez mais radicais.”
Pelo relato de Reed, a sociedade Russa era composta de 80% de camponeses e o restante divididos em operários, militares e uma minoria de nobres e burgueses. Assim, o descontentamento com o governo do czar levou a deposição da família Romanov. Um governo encabeçado por uma ala conservadora do movimento revolucionário não só manteve a Rússia na Guerra como aprofundou a crise social e econômica do país. A verdadeira vítima, o povo, se levantou e pegou em armas.
Após batalhas pelas ruas de Petrogrado (atual Leningrado) e Moscou, a ala revolucionária dos bolcheviques, sob o comando de Lênin e Trotski, apoiados pelos operários, soldados e marinheiros, finalmente conseguiu depôr o governo conservador. Aliou-se aos camponeses, e instituiu o Comitê Central Executivo Pan-Russo dos Sovietes dos Operários, Soldados, Marinheiros e Camponeses. Tinha início a história do que ficou conhecido como União Soviética, sob um governo socialista que se mostrou, no final, apenas uma troca de sistemas de governo. Trocou uma monarquia que se baseava na personificação de seu czar por uma ditadura de um partido personificada em seus “camaradas”, sendo Stálin o mais famoso deles.
“O povo, porém, passou para o lado dos bolcheviques, que reclamavam paz, terra, controle da indústria pelos operários e um governo proletário.”
Os Dez Dias que Abalaram o Mundo – Conclusão
Um livro excelente pelo relato e pela força que exala em suas páginas. Pensar em uma revolta popular bem sucedida parece um cenário muito distante da nossa realidade, fazendo desse livro uma obra de história que pode fazer você entender um pouco mais do mundo que nos cerca. Simpatizando com ideias socialistas ou não, nesses tempos de intensa polaridade política e ideológica, esse livro se torna importante, seja para ter certeza de que uma organização popular como aquela é impossível atualmente, seja para estender uma bandeira vermelha em casa e tomar uma dose de vodca.
“Nas relações entre um governo fraco e um povo em revolta, há certos momentos em que qualquer ação das autoridades só consegue exasperar as massas e cada recuo ou prova de fraqueza apenas tem como resultado aumentar seu desprezo.”
Indico o filme Le tragique destin des Romanov, que vê a Revolução Russa pelo olhar da família do Czar.
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Os Dez Dias que Abalaram o Mundo
Até a próxima!