Otelo

Otelo

Título: Otelo
Autor: William Shakespeare
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 168

Resumo do livro Otelo

William Shakespeare em suas principais tragédias nos fala da solidão do homem no mundo. Mesmo diante do amor dos filhos (Rei Lear), do amor do pai (Hamlet) e do amor da esposa (Macbeth), o homem está só no mundo. Nesta tragédia em cinco atos, Shakespeare continua nessa mesma linha e proclama: tu estás só, mesmo diante de amigos leais e honestos.

Otelo – História

Esse livro conta a história de Otelo, um general mouro, ou seja, um homem que nasceu no Norte da África, e que acumulou diversas vitórias no campo de batalha. Ele residia em Veneza, na Itália. Otelo se casou com a filha do senador Brabâncio, Desdêmona, na mesma semana em que foi enviado para a ilha de Chipre para conter o avanço dos turcos. Otelo deveria se deslocar para o Chipre e se tornar o governador da ilha.

Otelo e Desdêmona partiram para a ilha e de lá nunca retornaram. Tudo por conta do pior vilão Shakespeariano, Iago.

“IAGO – Nossos corpos são jardins, dos quais nossas vontades são os jardineiros. Portanto, se plantamos urtiga ou semeamos alface, se plantamos hissopo ou capinamos ervas daninhas, se suprimos esse jardim com um único gênero de ervas ou o distraímos com muitos, seja para esterilizá-lo com ócio ou adubá-lo com trabalho diligente … ora, o poder e a autoridade reguladora disso encontra-se em nossas vontades.”

Iago é o alferes de Otelo que almejava o cargo de tenente, que era ocupado por Cássio. E Iago desejou tanto o cargo e o status de tenente que não mediu esforços para derrubar Cássio. A trama que se desenrolou nos atos finais mostra a mente tirânica de Iago em sua completude. Ele colocou em ação um plano para criar ciúmes em Otelo, através da história falsa de que Desdêmona e Cássio teriam um caso amoroso. Na mente de Iago, Otelo ao descobrir a traição de Cássio o destituiria do cargo e deixaria o caminho livre.

Vários outros aspectos entram em jogo na trama. Otelo é muito mais velho do que Desdêmona e ainda não havia consumado o casamento, sendo ela ainda virgem. A possibilidade de não ser o primeiro e a chance de ter sido trocado por alguém mais vigoroso sexualmente destruíram Otelo. O livro mostra também que Otelo possuía uma personalidade singular, o tempo inteiro utilizava de retórica para falar, enaltecendo suas grandes vitórias militares, muito provavelmente para desviar o foco de sua nacionalidade africana. Por outro lado, se mostrava rigoroso quanto à castidade de sua esposa.

“IAGO – Ora, vamos! Ora, vamos! Vocês mulheres são uma pintura fora da intimidade do lar, guizos na sala de visitas, gato selvagem na cozinha, santas em suas injúrias, diabólicas quando se ofendem; dominam o jogo das lidas domésticas e sabem ser assanhadas na cama.”

Desdêmona era uma jovem fraca, beirando a imbecilidade. Vale notar que as personagens femininas são particularmente fracas nas peças de Shakespeare, exceção para Julieta. Desdêmona não conseguia provar sua fidelidade, e mesmo diante da iminência da morte só pensava em rezar e aguardar o que o marido lhe reservava. Otelo ficou cego pelo ciúme. Não conseguia enxergar nada além de um par de chifres ornando sua fronte. A vilania de Iago só foi descoberta, incrivelmente, pela sua esposa Emília, que sendo dama de companhia de Desdêmona ligou as peças do quebra-cabeça e entregou Iago para as autoridades. Mas já é tarde demais e, tal qual em outras tragédias, as mortes aconteceram aos pares e o vermelho tingiu as ruas da ilha de Chipre com o sangue de honestos, vilões, virgens e amantes.

“IAGO – Um homem deve ser o que parece ser. Quanto àqueles que não são o que parecem ser … ah, se pelo menos não parecessem ser o que não são!”

Otelo – Conclusão

Apesar de ter pensamentos ruins e arquitetar um plano diabólico e perverso, Iago tratou todo mundo bem. Era um homem de cena. Bajulou Otelo até o final, fez cortesia para Desdêmona e aconselhou Cássio. Shakespeare mostra que devemos ter cuidado com todos, com aqueles que mostram fidelidade, com aqueles que demonstram nos querer bem. Pois o autor não cansa de nos alertar: o Homem está só no mundo e, a menos que busque decepção, precisa manter-se firme em suas próprias convicções sem se deixar abalar.

O texto de Shakespeare tem uma característica que me fascina desde o primeiro que li: é uma escrita atemporal. Tenha ele sido lido na França do século XVIII ou no Brasil do século XXI, ele guarda reflexões e ensinamentos. 

Indico a filme The Tragedy of Othello: The Moor of Venice, produção de 1952 de Orson Welles.

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Até a próxima!

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