Pigmalião
Pigmalião

Pigmalião

Pigmaliao

Título: Pigmalião 
Autor: Bernard Shaw
Editora: Verbo
Páginas: 187

Resumo do livro Pigmalião 

Bernard Shaw foi um dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista irlandês. Ele e o cantor Bob Dylan são os únicos a terem obtido um Prêmio Nobel de Literatura (1925) e um Oscar (1938). Shaw por suas contribuições para a literatura e por seu trabalho no filme Pygmalion (adaptação da peça de mesmo nome). O inconformismo é a mola da produção dramática de Shaw. Muitas das suas peças perderiam atualidade pelo ambiente em que se desenrolam, intimamente ligados ao espírito e aos acontecimentos de uma época: o seu extraordinário talento de homem de teatro, a sua arte do diálogo, a ironia e o humor que repassam nas suas produções, porém, ainda hoje as mantêm vivas.

Pigmalião – História

A peça conta a história de Eliza Doolittle, uma mulher pobre e abandonada pela família que vive pelas ruas de Londres vendendo flores. Em um dia de muita chuva, Eliza tenta vender flores para alguns nobres que se abrigam do temporal. Com seu linguajar simples e repleto de erros, Eliza chamou a atenção de Henry Higgins, linguista e estudioso de fonética, e de seu amigo, Coronel Pickering.

Como os dois tinahm interesses em fonética, Eliza se apresentou como um exemplar raro do linguajar do povo. Então, Higgins e Pickering fizeram uma aposta. Higgins afirmou que em três meses conseguiria transformar Eliza, de uma simples vendedora de flores em uma mulher capaz de frequentar os melhores salões da nobreza londrina. Esse feito seria possível ensinando Eliza a falar e a se portar de forma correta.

“Higgins – Está vendo essa criatura, com seu inglês das valetas, um inglês que há de conservar na ralé até o fim da vida. Pois bem, fique sabendo que em três meses eu sou capaz de fazer essa jovem passar por duquesa numa recepção de embaixada.”

Eliza é contrastada com a riqueza de Higgins. Toma seu primeiro banho, estranhando os apetrejos do banheiro de Higgins. Passa a se vestir de forma elegante, com vestidos comprados por Pickering. No alto de sua soberba, Higgins é interpelado por sua governanta que se comporte diante de sua aluna, pedido do qual ele não vê razão, uma vez que acredita que é o mais educado e simples cavaleiro.

Nesse ínterim, Alfred Doolittle, pai de Eliza, aparece com o único propósito de tirar dinheiro de Higgins, não tendo interesse paternal no bem-estar de sua filha. Ele pede e recebe cinco libras em compensação pela perda de Eliza, embora Higgins, muito divertido com a abordagem de Doolittle à moralidade, seja tentado a pagar dez.

“Higgins – Tenho verificado que quando eu me deixo tornar amigo de uma mulher me torno egoísta e despótico. As mulheres estragam tudo. Quando permitimos que uma delas entre na nossa vida, logo verificamos que ela tem na mira uma coisa e nós outra.”

Na primeira aparição de Eliza, após as aulas de Higgins, é visível a mudança. Eliza se comporta como uma dama, falando sobre o clima e sobre sua família. Apesar de falar com elegância, o conteúdo de sua conversa ainda é vazio e fútil. Entre os convidados presentes está a família Eynsford-Hills, que estavam com Higgins e Pickering no dia em que eles abordaram Eliza. Também estava presente Freddy Eynsford-Hills, que logo se afeiçoou à Eliza, sendo prontamente correspondido pela jovem. 

Após mais algumas lições, Eliza finalmente está pronta. Após outra recepção, Eliza compreende que realmente mudou com as lições de Higgins, porém, também entende que ela não passou de uma marionete, perdendo sua verdadeira essência e se tornando algo que Higgins e Pickering apostaram que ela seria. Um ponto de ruptura surge entre Eliza e Higgins.

“Eliza – Agora já sei como hei de lidar consigo. Mas que tola eu fui em não ter pensado nisso mais cedo. Não me pode tirar aquilo que ensinou!”

No final da peça, com Eliza e Higgins travando uma intença discussão, Eliza expões seus sentimentos e Higgins mostra o seu lado mais egocêntrico, dizendo que Eliza era aquilo que ele ensinara que ela seria. Fazendo Eliza ver que sem ele, ela seria apenas uma mendiga a vender flores pelas ruas enlameadas de Londres.

Mas Eliza, ao longo da peça, não ganha apenas jeito para falar e se comportar, ganha também autonomia e confiança. Ela entende que é aquilo que é. Que mesmo por trás de um vestido caro e de palavras bonitas, ela ainda é a mesma jovem sonhadora. Ela toma a decisão de casar com Freddy, mesmo contra a vontade de Higgins. A peça termina com essa decisão de Eliza, mas o próprio autor já escreveu que a decisão de Eliza retorna ao mito de Pigmalião, onde a estátua finalmente ganha vida própria.

Pigmalião – Conclusão

No livro 10 das Metamorfoses de Ovídio, Pigmalião foi um escultor cipriota que esculpiu uma mulher em marfim. Ele achou a escultura tão perfeita que se apaixonou por ela. Com o tempo, o dia do festival de Afrodite chegou e Pigmalião fez oferendas no altar da deusa. Lá, com muito medo de admitir seu desejo, ele silenciosamente desejou uma noiva que fosse a semelhança viva da escultura de marfim. Quando voltou para casa ele descobriu que o marfim havia perdido sua dureza. Afrodite havia concedido o desejo de Pigmalião. A peça de Bernard Shaw faz uma releitura desse mito. Aqui, ao invés de uma estátua transformada em mulher, temos uma mulher do povo transformada em mulher da alta sociedade. 

O mito de Pigmalião, como outros, traduz um elemento do comportamento humano: a capacidade de determinar seus próprios rumos, concretizando planos e previsões particulares ou coletivas. Em Psicologia deu-se o nome de Efeito Pigmalião ao efeito de nossas expectativas e percepção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.

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Até a próxima!