Título: Pulp
Autor: Charles Bukowski
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 176
Resumo do livro Pulp
Filho de um soldado americano e de uma jovem alemã, Charles Bukowski nasceu em 1920. Morando desde muito jovem em Los Angeles, conviveu com a pobreza, escrevendo e embriagando-se. Foi internado diversas vezes por conta de hemorragias devido ao alto consumo de álcool e cigarro. Teve seu primeiro livro publicado aos 24 anos, mas precisou trabalhar em outros ofícios para se sustentar, como os 14 anos de trabalho nos Correios. É considerado o último escritor “maldito” da literatura norte-americana, devido ao teor de suas histórias.
Seus livros são extremamente auto-biográficos, onde abundam temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalo e pessoas miseráveis. Bukowski tem um senso de humor ácido, irônico e cáustico. Pulp é o último livro de Bukowski publicado. O autor morreu em 1993, aos 74 anos de idade. Se a vida de Bukowski teve um pouco do que esse livro traz, a vida dele foi, no mínimo, bem louca.
“Eu precisava tirar férias. Precisava de cinco mulheres. Precisava tirar a cera dos ouvidos. Precisava trocar o óleo do carro. Tinha esquecido de apresentar a porra da declaração de rendimentos. Um dos meus óculos de leitura estava com o pino quebrado. O apartamento, cheio de formiga. Precisava limpar os dentes. Os sapatos estavam gastos no salto. Eu tinha insônia. O seguro do me carro vencera. Eu me cortava toda vez que me barbeava. Há seis anos não dava uma boa risada. Tinha tendência a me preocupar quando não havia nada com que se preocupar. E quando havia alguma preocupação real eu tomava um porre.”
Pulp – História
Nick Belane, detetive particular de Hollywood (nas palavras dele, o melhor), vivia uma vida insossa, divorciado 3 vezes, sem filhos, com uma ação de despejo nas costas, sem dinheiro, pois perdeu tudo nas apostas de corrida de cavalos. Acreditava piamente que sua vida era uma merda, mas também sabia que tinha coisa pior. Em um dia quente de verão ele viu sua vida mudar. Uma mulher muito bonita, com curvas acentuadas entrou em seu escritório em busca de ajuda. Seu nome: Dona Morte.
Dona Morte pediu para Belane encontrar e dar cabo de um tal de Celine, mas pelas contas de Belane, Celine já teria mais de 100 anos. Sendo loucura ou não, ele realmente encontrou o tal Celine, que acabou morrendo atropelado. E com o caso solucionado, Dona Morte pediu para Nick Belane encontrar o Pardal Vermelho. E esse Pardal Vermelho vai voltar até o final da história.
Entre uma dose de uísque com água e uma aposta, Nick Belane foi procurado por Jack Bass, que pediu para ele seguir sua esposa, Cindy, pois ele achava que estava sendo traído. Após ver a esposa de Jack, o pensamento de Belane era um só: “vou botar no rabo dela”.
“Esperamos e esperamos. Todos nós. Não saberia o analista que a espera é uma das coisas que faziam as pessoas ficarem loucas? Esperavam para viver, esperavam para morrer. Esperavam para comprar papel higiênico. Esperavam na fila para pegar dinheiro. E, se não tinham dinheiro, precisavam esperar em filas mais longas. A gente tinha que esperar para dormir e esperar para acordar. Tinha de esperar para se casar e para se divorciar. Esperar pela chuva e esperar pelo sol. Esperar para comer e esperar para comer de novo. A gente tinha de esperar na sala de espera do analista com um monte de doidos, e começava a pensar se não estava ficando doido também.”
E quando a loucura em sua vida parecia estar no alto, Belane recebeu a visita de Edgar Grovers, dono de uma funerária que pediu para Belane se livrar de sua mulher, Jeannie. Quando Jeannie entrou no escritório, Belane teve a sua primeira reação: ficou excitado com o corpo daquela mulher. Nick Belane ficou dividido em “botar no rabo” de Cindy e se livrar de Jeannie.
Mas Jeannie não era uma mulher qualquer, ela era uma alienígena que estava em uma missão de colonizar a Terra com uma civilização espacial. E depois de tudo resolvido, à la Nick Belane, ou seja, passeando por todos os bares de Hollywood e resolvendo seus problemas regado a muito uísque e cigarro, ainda faltava o Pardal Vermelho. Mas o Pardal Vermelho era uma metáfora para a morte, e Nick Belane realmente o encontrou depois de se envolver com agiotas.
“Mas eu vicejava no perigo. Me deixava os ouvidos tinindo e o buraco do cu em biquinho. Só se vive uma vez, certo? Bem, com exceção de Lázaro. Pobre babaca, teve de viver duas vezes. Mas eu era Nick Belane. Só se anda uma vez na roda-gigante. A vida era para quem se arriscava.”
Pulp – Conclusão
O livro mostra uma vida real, sem frescura. Nick Belane era um viciado em apostas, alcoólatra, fumante inveterado. Não se alimentava direito, não dormia direito, não transava, não tinha amigos. Apesar de parecer distante, traços da vida de Belane nos rodeiam o tempo todo. A vida é dura, cheia de percalços, cheia de pensamentos ruins e bons que lutam em nossa mente em busca de espaço. Seria leviandade acharmos que somos bons o tempo todo, ou que aquele que parece feliz é assim o tempo todo. A beleza da vida é a imprevisibilidade. E esse livro é muito bom.
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Pulp
Até a próxima!