Título: Quando Nietzsche Chorou
Autor: Irvin D. Yalom
Editora: Ediouro
Páginas: 402
Resumo do livro Quando Nietzsche Chorou
Quando Nietzsche Chorou é um livro que mescla de maneira brilhante a história e a ficção para oferecer uma narrativa rica e intelectualmente estimulante. O autor juntou pedaços das biografias de Sigmund Freud, Friedrich Nietzsche e do psicanalista austríaco Josef Breuer para criar uma história fictícia. A história se passa em Viena no final do século XIX e gira em torno de um encontro fictício entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche e o médico Josef Breuer, um dos pioneiros da psicanálise.
Quando Nietzsche Chorou – História
Josef Breuer parecia estar no auge de sua carreira após curar uma paciente com seu novo método de tratamento, a terapia através da conversa. No entanto, isso também se revelou um grande tormento, pois ele desenvolveu obsessivas fantasias sexuais com sua paciente, que causaram a ele insônia e pesadelos. De férias em Veneza, Breuer encontrou uma jovem russa, Lou Salomé, que lhe pediu um favor: que ele tratasse seu amigo, Friedrich Nietzsche, que estava em um estado grave de depressão e crises de enxaqueca.
“É simplesmente um desejo infantil, e nada mais! É um desejo de não morrer, um desejo do eterno mamilo intumescido que rotulamos de ‘Deus’. A teoria da evolução demonstra cientificamente a redundância de Deus. Certamente, o senhor tem que entender que nós criamos Deus e que todos nós conjuntamente agora o matamos.”
Nietzsche ficou relutante em aceitar ajuda, mas eventualmente concordou, com a condição de que o tratamento fosse feito sob a forma de uma série de diálogos filosóficos, ao invés de uma abordagem médica convencional. Ao longo do tratamento, os papéis entre médico e paciente começaram a se inverter. Breuer, que também estava passando por uma crise pessoal e profissional, encontrou em Nietzsche um desafiante e um mentor intelectual. Nietzsche, por sua vez, começou a confrontar suas próprias ansiedades e fragilidades emocionais.
A partir dos primeiros encontros, os diálogos entre Nietzsche e Breuer são intensos e desafiadores. Nietzsche questionava constantemente as motivações e crenças de Breuer, forçando-o a confrontar suas próprias ansiedades e insatisfações. Breuer, por sua vez, começou a abrir-se sobre suas próprias crises existenciais, incluindo suas dúvidas sobre sua carreira, seu casamento e sua vida pessoal.
“Qual é o sinal da libertação? Não mais se envergonhar diante de si próprio!”
Breuer aplicou em Nietzsche o método catártico que ele desenvolveu com Freud, encorajando-o a falar livremente sobre seus pensamentos e sentimentos reprimidos. Este método revelou-se poderoso para ambos. Por seu lado, Nietzsche compartilhou suas ideias sobre a vontade de poder, a noção de que a vida é uma busca incessante por autoafirmação e superação pessoal. Isso inspirou Breuer a reconsiderar sua própria vida e as escolhas que fez.
Breuer teve uma epifania sobre sua própria existência, percebendo que ele deveria viver de acordo com seus próprios valores e desejos, e não apenas cumprir expectativas sociais ou profissionais. Nietzsche também experimentou uma libertação emocional. Embora ele continuasse a lutar com suas dores físicas, ele encontrou uma clareza renovada em sua filosofia e em seu propósito de vida. No final, ambos os homens não estavam curados no sentido convencional, mas ambos estavam transformados. Eles se despediram com uma profunda gratidão mútua, reconhecendo o impacto significativo que tiveram na vida um do outro.
“Seus problemas clamam por atenção apenas para obscurecer aquilo que não deseja enxergar.”
O desfecho do romance não é sobre a cura de Nietzsche ou de Breuer, mas sim sobre a transformação pessoal que cada um deles experimentou através de suas interações. O encontro fictício, embora nunca tenha ocorrido na realidade, serve como um veículo poderoso para explorar ideias profundas sobre a condição humana, a busca por sentido e a luta contra o desespero.
Quando Nietzsche Chorou – Conclusão
A grande reflexão da obra gira em torno de pontos cruciais da filosofia de Nietzsche: a solidão, abandonar os pensamentos fúteis, crescimento intelectual, pensamento racional. Uma grande questão é levantada: a vida que se vive é uma escolha sua, ou vivemos uma vida escolhida pelos outros, pela sociedade, pela família? É possível se distanciar de si mesmo para se ver sobre um outro prisma? É possível construir um navio em alto mar, ou seja, mudar a vida que se tem mesmo depois de já ter feito suas escolhas?
Um livro de grandes reflexões!
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