Rita Lee – Uma Autobiografia
Rita Lee – Uma Autobiografia

Rita Lee – Uma Autobiografia

Rita lee

Título: Rita Lee – Uma Autobiografia
Autora: Rita Lee
Editora: Globo Livros
Páginas: 294

Resumo do livro Rita Lee – Uma Autobiografia

Rita Lee. O nome de uma das maiores artistas da música brasileira de todos os tempos. Suas canções e personalidade estão certamente em qualquer lista que se faça sobre música. Diante da difícil tarefa de contar, e expor, suas memórias, Rita Lee abre seu passado nesse livro.

Rita Lee – Uma Autobiografia – História

Filha de descendentes italianos, por parte de mãe, e americanos, por parte de pai, Rita era a caçula de uma numerosa família. Moravam em um casarão em Vila Mariana, São Paulo: Charles, seu pai. Chesa, sua mãe. Suas irmãs adotivas, Luiza (Balú) e Carolina (Carú). Suas irmãs de sangue, Virgínia e Mary. Rita era a caçula de todos. Desde sua mais tenra idade, Rita já se posicionava de forma não ortodoxa. Como o lema da família era: “estudar e trabalhar, música é hobby”, Rita logo descobriu que o seu negócio era fazer música. Desde sempre avessa às principais convenções sociais, Rita entrou no curso de Comunicação Social da USP, em 1968, e claro que abandonou logo depois.

“Chesa passou a tesoura nas minhas madeixas, meu único motivo de orgulho. O corte ‘cuia dacuí’ me rendeu de Virgínia o cruel apelido de ‘menino baiano’. Daí que virei tomboy de verdade e fui buscar minha turma com os moleques da rua. Dia seguinte, Rito, o menino baiano, entrou na igreja de branco por fora e de exú-tranca-rua por dentro. Entrei na fila, recebi e guardei o corpo de Cristo na língua como aprendera com dona Lila, me ajoelhei e mordi a hóstia esperando o sangue de Jesus escorrer pela boca.”

Sua história com a música começou desde cedo. Na infância teve aulas de piano clássico, mas descobriu que ser musicista clássica não era para ela. Já devidamente apresentada à maconha, ainda na escola, formou com alguns amigos uma banda. Algumas pequenas apresentações e logo depois o primeiro disco, com a banda Os Seis. Desse grupo, por afinidade musical e depois de algumas brigas, Rita se aproximou dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. Formou com eles uma banda chamada Os Bruxos.

Batizados novamente pelo amigo Ronnie Von, Os Mutantes alcançaram a fama. Foram convidados para tocar junto com Gilberto Gil, no Festival de Música Brasileira, a música “Domingo no Parque”. Com Os Mutantes, Rita gravou dois discos, além de outros dois discos solo. Cantavam juntos, bebiam juntos, fumavam juntos, se drogavam juntos. Dessa união, surgiu o primeiro casamento de Rita, com o companheiro Arnaldo Baptista. No livro, Rita deixa entrever que casou porque a mãe não aguentava mais o que ouvia e lia na mídia. A mãe de Rita acreditava que se ela casasse as notícias seriam melhores. Família conservadora no melhor estilo: casar para não virar piranha.

“No café da manhã, gim. No almoço, caipirinha. No jantar, uísque e, de sobremesa, vodca. Etílicos made in paraguay das marcas mais baratas. Rita não era nada chique quando enchia a cara, Rita queria mergulhar no coma.”

Pouco tempo depois, Arnaldo dispensou Rita dOs Mutantes. O motivo: Rita não era tão Rock and Roll para o som progressivo e psicodélico que Os Mutantes faziam. Nas memórias de Rita o que pesou foi o ciúme do sucesso que ela fazia. Fora dOs Mutantes, Rita vagou pela musicalidade da época. Fazendo apresentações, solo ou com amigos, foi afiando sua capacidade de transgredir. Rita novamente alcançou o sucesso com a banda Tuti-Fruti.

Depois de duas separações, do Tuti-Fruti e de Arnaldo Baptista, Rita estava no Rio de Janeiro quando conheceu o guitarrista da banda de Ney Matogrosso, Roberto de Carvalho. Paixão à primeira vista, amor para a vida inteira. Com Roberto, Rita atravessou seus melhores momentos musicais e piores momentos pessoais. Sua carreira decolou de vez com músicas que fazem sucesso até hoje. A parceria de Rita com Roberto foi uma das mais prolíficas da música brasileira. Rita também foi mãe de três meninos. Porém, perdeu seu pai, sua mãe, e duas irmãs.

“Quando fiquei limpa, Rob foi me buscar e voltei para casa. Chamei os meninos e expliquei que aquela trip esquisita era só minha “Mamãe gosta de experimentar coisas novas, sabe aquela música do Jimi Hendrix, ‘Are you experienced’? Então, é isso. Não vou mentir para vocês, mamãe é feliz e adora vocês, e quando mamãe entra numas e experimentação fica tudo esquisito mesmo. Lembrem-se que às vezes ela é cachorro, às vezes perua, às vezes burra mesmo”. Ficou tudo bem enquanto durou, e durou pouco.”

Além disso, o vício em drogas e em álcool também aumentou na mesma proporção ao seu sucesso. Rodeada por hits de sucesso, baseados de maconha, carreiras de cocaína, pílulas de LSD e copos de uísque, Rita precisou de dezenas de internações em clínicas de reabilitação. Entre uma turnê de sucesso e outra, sempre havia a “turnê das clínicas”. Passou inúmeras vezes pelo processo de overdose, quase morte, arrependimento, recuperação, overdose. Como se fossem ciclos infinitos, Rita só decidiu parar por dois motivos: o nascimento de sua primeira neta, e o diagnóstico de uma saúde bem debilitada.

Rita Lee – Uma Autobiografia – Conclusão

A história contata pelo protagonista sempre lembra a história dos vencedores. No livro, Rita toma os devidos cuidados para expor somente os viciados que já se foram. Aqueles que ainda vivem por aqui foram poupados. Segundo a própria Rita, as melhores músicas que fez foram quando estava muito chapada. Para compensar, ela diz que as piores músicas que fez também. Ela assume a condição de dependente químico. Ela sabia que era uma viciada em potencial.

Para além da vida pessoal de Rita Lee, outro ponto alto do livro é a descrição detalhada de todos os discos lançados. Rita faz um apanhado das principais histórias por trás de cada música que cantoou ou compôs. Também é digno de nota as inúmeras parcerias, musicais ou não, que permearam a carreira artística de Rita Lee. Uma mulher à frente de seu tempo, não importando o tempo em que ela estivesse inserida.

“Sei que ainda há quem me veja malucona, doidona, porra-louca, maconheira, droguística, alcoólotra e lisérgica, entre outras virtudes. Confesso que vivi essas e outras tantas, mas não faço a ex-vedete-neo-religiosa, apenas encontrei um barato ainda maior: a mutante virou meditante.”

Sua genialidade musical e a revolução que fez na música, nos usos e costumes da sociedade brasileira não podem ser eclipsados pelo consumo abusivo de álcool e drogas. Ou pode?

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