Senhora
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Título: Senhora
Autor: José de Alencar
Editora: Escala
Páginas: 205

Resumo do livro Senhora

Nascido em 1829, José de Alencar além de romancista, foi jornalista, político e advogado. Apesar de morrer jovem (44 anos), deixou uma vasta obra, composta de livros importantes para a literatura brasileira, como O Guarani, Iracema e A Viuvinha. O livro Senhora, é considerado como a obra mais bem elaborada de José de Alencar, fazendo parte do chamado ‘perfis de mulher’, estilo no qual a mulher é quase sempre a protagonista. Esse livro trata de assuntos atemporais, como casamento arranjado, traição, vingança e o amor.

Senhora – História

O cenário para esse livro é o Rio de Janeiro Imperial, de meados do século XIX, com sua alta sociedade regada a grandes festas. Quando jovem, Aurélia Camargo era ingênua e apaixonada (como todo jovem), mas era também pobre, o que lhe restringia a vida. Apaixonada por Fernando Seixas, Aurélia nutria uma verdadeira idolatria pelo seu amado, que a correspondia até onde suas pretensões econômicas deixavam. Com o casamento por se arranjar, mas com o dote pequeno, Aurélia descobriu, semanas antes da cerimônia, que Fernando havia declinado do compromisso por ter aceitado se casar com Adelaide por um dote substancialmente maior. E Aurélia caiu em tristeza.

“Não se recusam cem contos de réis. Pensava ele, sem uma razão sólida, uma razão prática. O Seixas não a tem; pois não considero como tal essas palavras ocas de tráfico e mercado, que não passam de um disparate. Queria que me dissessem os senhores moralistas o que é essa vida senão uma quitanda? Desde que nasce um pobre-diabo até que o leve a breca não faz outra cousa senão comprar e vender? Para nascer é preciso dinheiro, e para morrer ainda mais dinheiro. Os ricos alugam os seus capitais; os pobres alugam-se a si, enquanto não se vendem de uma vez, salvo o direito do estelionato.”

Acontece que o destino resolveu agraciar Aurélia com uma gorda herança de seu avô, que ela não conhecia. Como era órfã de pai e mãe, Aurélia se tornou milionária da noite para o dia. E, como nova milionária, a vida festeira da alta sociedade carioca se tornou a rotina de Aurélia. Badalada nas festas, requisitada nas danças, Aurélia logo se tornou sinônimo de alegria. A sua principal brincadeira era estipular um valor para cada homem que intentava se casar com ela de olho em seu dote.

Mas Aurélia guardava dentro de si um rancor do tamanho de sua fortuna, um desejo de vingança tão profundo quanto o oceano. Pelas leis da época, Aurélia só poderia tomar decisões sobre sua vida após os 21 anos. Como tinha apenas 18, precisava que seu tutor legal, seu tio, aprovasse não apenas o compromisso, como também escolhesse o esposo. Contudo, Aurélia estava determinada a seguir com seu plano e obrigou seu tio a enviar uma carta a Seixas dizendo que uma distinta senhora gostaria de contrair matrimônio com o dote de 100 contos de réis, uma verdadeira fortuna. Apesar de ficar curioso com a identidade da moça, Seixas deixou que o dinheiro falasse mais alto e não apenas aceitou o compromisso como também pediu 20 contos de réis adiantado.

“Vendido, sim: não tem outro nome. Sou rica, muito rica; sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem contos de réis, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.”

Qual não foi a surpresa de Seixas ao descobrir , no dia do casamento, que sua esposa rica seria a pequena senhora Aurélia Camargo. Surpresa maior foi descobrir que, ao retornar para casa para contrair as núpcias, havia um plano arquitetado por Aurélia. Os dois recém casados iriam aparecer em público, nas festas, nos teatros e nas óperas, com vastos sorrisos e demonstrações de amor. Porém, no íntimo de sua casa seriam como estranhos, chegando a dormir em camas separadas. Aurélia deixou claro que não havia casado com Seixas, havia comprado um marido que lhe serviria para mostrar à sociedade.

Senhora – Conclusão

Na posição de escravo de sua esposa, Seixas deixou-se abater. Incrédulo nos primeiros dias, Seixas logo passou a fazer o jogo para qual havia sido comprado. As relações matrimoniais, quando sozinhos, eram baseadas em vil ironia e escárnio, com Aurélia a todo momento lembrando a Seixas o papel ao qual ele deveria se prestar a encenar. Seixas tornou-se taciturno e buscou com bastante energia conseguir os meios financeiros para comprar sua liberdade. Até que o antigo amor voltou a florescer.

Ao se encontrarem com amigos no teatro, Aurélia se deparou com a intimidade entre Seixas e Adelaide, sua antiga pretendente. E então o ciúme, animal violento e oportunista, mordeu Aurélia. Mesmo tendo enterrado seu antigo amor por Seixas, Aurélia descobriu que o amor é imortal, e que todo o escárnio e indiferença eram, na verdade, outras formas desse antigo amor.

“Aquela que te humilhou, aqui a tens abatida, no mesmo lugar onde ultrajou-te, nas iras de sua paixão. Aqui a tens implorando seu perdão e feliz porque te adora, como o senhor de sua alma.”

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Até a próxima!

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