Título: Sobre a Brevidade da Vida
Autor: Sêneca
Editora: L&PMPocket
Páginas: 80
Resumo do livro Sobre a Brevidade da Vida
Lúcio Aneu Sêneca foi um filósofo estoico e um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano. Viveu entre os anos 4 a. C. e 65 d. C. e chegou a principal conselheiro do imperador Nero. Suas obras filosóficas e literárias foram consideradas, no Renascimento, como modelo de pensamento estoico. Sêneca ocupava-se da forma correta de viver a vida. Via o estoicismo como a maior virtude, o que lhe permitiu praticar a imperturbabilidade da alma. Sêneca via, no cumprimento do dever, um serviço à humanidade.
Além disso, para entender um pouco essa obra é necessário compreender o estoicismo. O estoicismo ensina que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento da relação ativa entre determinismo cósmico e liberdade humana e a crença de que é virtuoso manter uma vontade que está de acordo com a natureza. Devido a isso, os estoicos apresentaram sua filosofia como um modo de vida e pensavam que a melhor indicação da filosofia de um indivíduo não era o que uma pessoa diz, mas como essa pessoa se comporta.
“Vemos que chegaste ao fim da vida, contas já cem ou mais anos. Vamos! Faz o cômputo de tua existência! Calcula quanto deste tempo credor, amante, superior ou cliente, te subtraiu e quanto ainda as querelas conjugais, as reprimendas aos escravos, as atarefadas perambulações pela cidade; acrescenta as doenças que nós próprios nos causamos e também todo o tempo perdido; verás que tens menos anos de vida do que contas.”
Sobre a Brevidade da Vida – História
Depois dessa breve introdução, é fácil notar que o texto de Sêneca versa sobre adotar uma postura de sabedoria diante da existência. Sábio é o Homem que estrutura o pensamento para o bem viver e vive de acordo com o seu pensamento. Sêneca escreve esse ensaio moral para seu amigo Paulino, mas, como uma prática da antiguidade, escreve para todos, inclusive para nós.
Um dos postulados de Sêneca é o fato do Homem gastar seu tempo com inutilidades, perseguindo objetivos sem valor ou sem sentido. A natureza é justa com o Homem, dá a ele o tempo certo para que construa pensamentos, desejos e paixões. O Homem vive o tempo que a natureza o permite viver, sem contudo mostrar esse tempo. Cabe ao Homem fazer valer cada segundo de sua existência.
“Quantos não terão esbanjado tua vida, sem que percebesses o que estavas perdendo; o quanto de tua vida não subtraíram sofrimentos desnecessários, tolos contentamentos, ávidas paixões, inúteis conversações, e quão pouco não te restou do que era teu!”
Para Sêneca o Homem que receia o futuro, negligencia o presente e esquece o passado, quando se defronta com o termo de sua existência, percebe, tardiamente, que esteve ocupado por muito tempo em nada fazer. Nada mais contemporâneo do que desvelar que vida nós só temos uma, e que não importa o que possamos fazer, quanto remédios e paliativos queiramos tomar, uma vez principiada, a vida seguirá seu curso e nada a reverterá nem a interromperá, ela não se elevará e não te avisará de sua velocidade.
O tempo transcorrerá silenciosamente, não se prolongará por ordem de um rei, nem pelo apoio do povo. Correrá tal como foi impulsionada no primeiro dia, nunca desviará seu curso, nem o retardará. Por sua vez virá a morte, à qual te levará pela mão, de forma inefável.
“Ninguém se voltará de bom grado ao passado, exceto aquele cujas ações estão todas submetidas à censura de sua consciência, que nunca se engana. Aquele que ambiciosamente muitas coisas cobiçou, orgulhosamente desprezou, insolentemente venceu, traiçoeiramente roubou e prodigamente dissipou seus bens, necessariamente terá que temer suas próprias recordações.”
Como a brevidade da vida é devassadamente posta à mesa, Sêneca tece o que talvez pode se considerar um dos melhores caminhos para chegar ao fim com sabedoria. Ao dispor sobre os ocupados, com o trabalho, com as inutilidades, com a riqueza, com as fofocas, com a vida alheia, Sêneca diz que o ócio é necessário. Depois de uma vida de preocupações e de afazeres, o ócio na velhice é de sobremaneira desejável. Mas, explica bem Sêneca, não o ócio no sentido de vazio, mas o ócio para que, ao invés de usar braços e pernas, ossos e músculos, o Homem passe a usar o cérebro, passe a pensar.
“Dentre todos os homens, somente são ociosos os que estão disponíveis para a sabedoria; eles são os únicos a viver, pois, não apenas administram bem sua vida, mas acrescentam-lhe toda a eternidade.”
Sobre a Brevidade da Vida – Conclusão
Um livro surpreendentemente atual. O tipo de livro que é absorvido aos poucos, que faz o leitor enxergar a sua realidade de outra forma. Faz pensar no final na vida? Sim. Mas não apenas pensar no final, e sim ver o quanto falta para esse final e o que podemos fazer até lá. Nos faz pensar como vamos chegar nesse final e o mais importante, quem vai chegar nesse final. Quem nós seremos quando chegarmos ao final? Já parou para pensar nisso?
“Não há nada que a longa passagem dos anos não destrua ou desordene. Mas ela não pode tocar nos conhecimentos que a sabedoria consagrou, nenhuma idade os destruirá ou diminuirá, a seguinte e as sucessivas sempre hão de aumentá-los ainda mais: pois a inveja tem olhos apenas para o que está próximo de si, e admiramos com menos malícia o que está distante.”
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Sobre a Brevidade da Vida
Até a próxima!
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