Entre Quatro Paredes
Entre Quatro Paredes

Entre Quatro Paredes

Entre quatro paredes

Título: Entre Quatro Paredes
Autor: Jean-Paul Sartre
Editora: Abril Cultural
Páginas: 100

Resumo do livro Entre Quatro Paredes

Jean-Paul Sartre foi um filósofo, escritor e crítico francês, conhecido pelo seu pensamento baseado no existencialismo. Era um artista militante e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra. Durante o período da Segunda Guerra Mundial Sartre chegou a ser preso pelos alemães e depois de sua fuga se alistou nas fileiras da Resistência Francesa.

Uma das principais linhas de seu pensamento diz que no caso humano a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois se define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma “essência” que suceda à existência.

“Garcin – Nós outros, nós batíamos as pálpebras. Chama-se isso piscar. Um pequeno relâmpago negro, uma cortina que cai e se ergue: deu-se a interrupção. Os olhos se umedecem, o mundo se aniquila. Você não pode imaginar como era refrescante. Quatro mil repousos por hora. Quatro mil pequenas evasões. Quatro mil, digo eu … Como é? Então vou viver sem pálpebras? Não se faça de bobo. Sem pálpebras, sem sono, é a mesma coisa. Nunca mais hei de dormir… Como poderei me tolerar?”

Entre Quatro Paredes – História

Entre Quatro Paredes é uma peça em um ato apenas que conta a chegada de três pessoas a um lugar após a morte. Seria o céu, o inferno ou o purgatório? O primeiro a chegar é Garcin: um escritor que queria ser um herói, mas que quando foi convocado para a guerra fugiu, e por isso foi fuzilado. Ele fica intrigado com o criado que o leva até aquela sala e logo descobre que não ficará sozinho. Chega então Inês, uma mulher homossexual, funcionária dos correios. Ela tem uma personalidade agressiva e procura reforçar o sofrimento dos outros. Por último chega Estelle, uma burguesa fútil que assassinou o bebê que teve com seu amante e fugiu da própria culpa responsabilizando o destino.

“Estelle – Sinto uma coisa esquisita. Com você não é assim também? Quando não me vejo, por mais que eu me apalpe, fico na dúvida se existo mesmo de verdade. Eu me via como os outros me viam, por isso ficava acordada.”

Cada personagem precisa tentar resolver as pendências com o passado ao mesmo tempo que descobre sua nova condição naquele estranho lugar, parecido com o quarto luxuoso de um hotel. Cada personagem tem um vislumbre do que aconteceu depois de sua morte, assim Garcin vê sua esposa e relembra que apesar dela estar em prantos, ele sempre a traiu. Estelle percebe que em seu quarto outras pessoas agora vivem, mas a lembrança do bebê que matou se transforma em uma mancha em seu coração.

Então, eles próprios começam a entrar em conflito. A beleza de Estelle chama a atenção de Inês que logo a corteja. Estelle se sente atraída por Garcin e Garcin se mantém estático pensando em como passará a eternidade dentro daquele ambiente com aquelas pessoas. Logo os três estão discutindo: Garcin tenta uma relação com Estelle para enraivecer Inês, mas o ambiente não favorece e as lembranças do passado continuam a torturar os personagens.

“Garcin – Não serei o carrasco de ninguém. Não lhes desejo mal, e nem tenho que viver com as senhoras. Nada. É muito simples. Vejam só, cada qual no seu canto: esse é que é o jogo. A senhora aqui, a senhora ali, eu lá. E silêncio. Nem um pio. Não é difícil, não é mesmo? Cada um de nós tem muito que se incomodar consigo mesmo. Acho que seria capaz de passar dez mil anos sem falar.”

Entre Quatro Paredes – Conclusão

Os pesonagens brigam muito entre si e não chegam a nenhuma conclusão do porquê de estarem presos naquele quarto. Apesar de terem a alma manchada pelos pecados cometidos e estarem presos em um local onde precisam purgar suas falhas, os três personagens chegam a conclusão de que a culpa pelo ambiente e pela condição de cada um é culpa do outro. Em uma famosa frase de Garcin, os personagens chegam à conclusão de que “o inferno são os outros!”.

Indico uma adaptação da peça para o cinema: Huis Clos, de 1954.

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Entre Quatro Paredes

Até a próxima!

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