O Pavilhão dos Padres
O Pavilhão dos Padres

O Pavilhão dos Padres

Pavilhão dos Padres

Título: Pavilhão dos Padres
Autor: Guillaume Zeller
Editora: Contexto
Páginas: 240

Resumo do livro O Pavilhão dos Padres

Ao pensar na tragédia do Holocausto, logo nos vem à mente o sofrimento causado a milhões de judeus. Além disso, lembramos dos milhares de russos, poloneses, eslavos, ciganos e homossexuais. Mas para além desses grupos, aproximadamente 3500 religiosos, entre padres, sacerdotes e pastores, também sofreram com as prisões, humilhações e os assassinatos dos Campos de Concentração. Baseado nos relatos dos sobreviventes e nos autos dos processos que se seguiram à libertação dos campos, esse livro traz luz sobre um assunto quase esquecido.

O Pavilhão dos Padres – História

Já na década de 1930, após a ascensão do nazismo na Alemanha e a sua escalada de poder, com a ocupação da Renânia, dos sudetos e da Áustria, se iniciou também o aparato de censura, perseguição e eliminação de qualquer crítico do sistema, incluindo os religiosos. A princípio, esses religiosos eram enviados às prisões comuns para interrogatório e para os nascentes campos de concentração.

“No entanto, quem sabe que, dos trinta pavilhões de Dachau, dois a três são permanentemente ocupados por membros da Igreja de 1940 a 1945? Elites polonesas, opositores políticos alemães, austríacos ou tchecoslovacos, resistentes belgas, holandeses, franceses, luxemburgueses ou italianos… De todas as nações e de todas as idades, sacerdotes são aprisionados atrás dos arames farpados de Dachau, em decorrência de um acordo forçado pela diplomacia do Vaticano ao Reich.”

Com o aumento no número de religiosos presos e os problemas diplomáticos com o Vaticano causados por essas prisões, houve um acordo entre a Santa Sé e o Terceiro Reich. Uma das proposições era para que os religiosos, católicos ou não, fossem enviados para um único local, que tivessem bom tratamento e que fossem respeitados naquilo que se entendia como liberdade de culto. Na prática só a primeira cláusula foi seguida, e Dachau, um dos maiores campos de concentração da Alemanha Nazista, foi o local escolhido para receber todos os religiosos presos pelo regime.

3 dos 30 pavilhões de Dachau foram separados para eles. Antes dos conflitos começarem, em 1939, os padres gozavam de alguma liberdade, para celebrar missas e manter vestimentas e paramentos religiosos. Contudo, com o aprofundamento da Guerra e um influxo cada vez maior de religiosos de todas as partes da Europa, foram tratados como todos os seres humanos que viviam dentro da cerca dupla de Dachau: como se fossem a escória da humanidade.

“Além das vestimentas, ele entregam também seus objetos religiosos, bíblias, missais, medalhas e rosários. Totalmente despidos, são barbeados da cabeça ao púbis, inclusive as axilas, com navalhas rudimentares que arrancam os cabelos e os pelos. Outros prisioneiros são encarregados de os besuntar com cresol, um desinfetante poderoso. Nas mucosas genitais e nas zonas que acabam de ser raspadas, esse produto provoca fortes queimaduras que levam os homens a se curvar de dor. A sessão termina com um banho de chuveiro coletivo – com água fervente ou glacial.”

Logo na chegada, os religiosos eram despidos, raspados e desinfetados. Recebiam um uniforme listrado e tamancos de madeira. Eram entulhados em barracões insalubres e com péssimas condições sanitárias. Sofriam humilhações e agressões diárias, dos guardas da SS e dos Kapo, também prisioneiros, mas com regalias que a responsabilidade atribuída pelos alemães os tornavam mais cruéis do que estes. Na hora da contagem diária dos presos, que ocorria mesmo em temperaturas negativas, os religiosos com idade avançada eram amparados pelos mais novos. Uma simples diarreia levava a óbito em questão de dias.

Os religiosos sofriam calados, amparados pela sua fé. Suportavam a humilhações e xingamentos em troca da possibilidade de rezar uma missa. Na epidemia de tifo que assolou Dachau entre 1942 e 1943, numerosos padres se voluntariaram para ficar com os doentes nos barracões lacrados. Mesmo sabendo da morte certa, padres e sacerdotes foram voluntários para levar conforto espiritual e ajudar nas chagas provocadas pelo tifo.

“A intenção aqui não fazer uma reflexão sobre a influência da Graça, mas é impressionante constatar que, ao invés de revoltar a maioria dos sacerdotes, religiosos e seminaristas contra Deus, o horror de Dachau se torna, ao contrário, superável graças à sua fé Nele, mesmo se questões e até mesmo dúvidas, surjam inevitavelmente.”

O Pavilhão dos Padres – Conclusão

O livro nos mostra os horrores sofridos pelos religiosos no campo de concentração de Dachau. Sua resiliência em aceitar os desígnios de Deus e todo o poder de sua fé. Apesar de serem humanos e sofrerem como humanos, a fé em um poder superior capaz de apaziguar e acalmar seus corações realmente salvou os religiosos, seja na sobrevivência àqueles horrores, seja na certeza de uma paz eterna após a morte. Os religiosos de Dachau souberam confiar e acreditar Naquele que seria o único capaz de aliviar o sofrimento. Souberam também perdoar.

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Pavilhão dos Padres

Até a próxima!