O Avarento
O Avarento

O Avarento

O Avarento

Título: O Avarento
Autor: Molière
Editora: Verbo
Páginas: 190

Resumo do livro O Avarento

Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière,  foi um dramaturgo, ator e diretor francês, considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de destaque na dramaturgia francesa, até então muito dependente da mitologia grega. Molière usou as suas obras para criticar os costumes da época. Dentre as suas principais obras está “O Avarento“, encenada pela primeira vez em 1668. Além dessa peça, esse livro conta com o texto “O Senhor de Pourceaugnac“, apresentada em 1669.

O Avarento – História

A peça é baseada na história Aulularia, do dramaturgo romano Plauto. O personagem principal é Harpagão, um velho viúvo, que antes de qualquer coisa amava o seu dinheiro. Harpagão tinha mania de perseguição e acreditava fielmente que todos ao seu redor só tinham um objetivo: roubá-lo. Ele possuía dois filhos: Cleanto e Elisa. Com a intenção de adquirir mais dinheiro através do dote, Harpagão decidiu casar com a jovem Mariana.

Contudo, não sabia ele que seu filho, Cleanto, estava enamorado de Mariana. Nem sabia Harpagão que sua filha, Elisa, estava comprometida com Valério, irmão de Mariana. Harpagão já tinha acertado o casamento de Elisa com o rico senhor Anselmo. A trama gira em torno dessa confusão amorosa, onde o dinheiro falava mais alto que os corações apaixonados.

“Valério – Pois, se apenas peas ações se reconhece cada homem, rogo-vos que espereis para julgar o meu coração por elas e não procureis crimes em injusta suspeita. Não me condoneis aos golpes da vossa dúvida e dai-me tempo para vos convencer, com as provas que vos darei, da constância dos meus sentimentos.”

A trama avança com situações inesperadas. Harpagão cada vez mais, se preocupava somente com seu dinheiro. De tanta avareza, Harpagão teve um baú de dinheiro roubado. A partir de então, Harpagão mandou que a polícia prendesse todos os cidadãos da cidade acusando-os de terem roubado o seu baú. Sofrendo por causa do seu dinheiro, Harpagão não percebeu que uma trama estava em ação. Cleanto e Elisa, seus filhos, estavam armando diversas situações para cancelar os casamentos arranjados pelo pai.

No fim, Mariana e Valério descobriram que Anselmo era, na verdade, o pai que os jovens acreditavam que havia desaparecido. Anselmo, para compensar tantos anos de afastamento dos filhos, decidiu pagar o dote de Mariana para que ela casasse com Cleanto; decidiu também abrir mão do dote de Elisa, para permitir o casamento com Valério. E ainda agradou Harpagão dizendo que pagaria o valor roubado. 

“Flecha – O senhor Harpagão é, de todos os humanos, o ser humano menos humano; de todos os mortais, o mais duro e emperdenido mortal. Não há nenhum favor que mereça o seu reconhecimento a ponto de o fazer abrir as mãos.”

A genialidade de Molière está na forma de costurar essa trama. De forma satírica, o autor coloca na boca dos personagens as críticas que são expostas. A maior delas, sem dúvida, é a crítica ao consumismo e às classes nobres francesas, ávidas por títulos e por dinheiro e vazias de importância e significado.

O Senhor de de Pourceaugnac – História

A peça O Senhor de Pourceaugnac é uma comédia-ballet em três atos. O ballet abre e fecha a peça, interrompido por diálogos ao longo do texto. Aqui, ao senhor de Pourceaugnac foi prometido a mão de Julia, pelo seu pai Oronte. Assim como na peça anterior, Julia estava enamorada de Eraste, seu verdadeiro amor. Com o objetivo de cancelar esse matrimônio, Eraste combinou algumas artimanhas com Esbrigani e Nerine, personagens que são afeitos ao engodo e à pilhéria.

O primeiro plano era fazer Pourceaugnac passar por louco. Para isso, chamaram dois médicos e um boticário. Através de um jogo de palavras confusas e engraçadas, os dois médicos, mais preocupados em achar uma doença do que em examinar o paciente, acreditaram que Pourceaugnac possuía muitos males. Pourceaugnac precisou correr dos médicos para não receber agulhadas desnecessárias.

“Esbrigani – As coisas encaminham-se para o fim desejado. E o nosso homem é de curtas luzes e de inteligência romba. Fi-lo apanhar tal susto, com a severidade da Justiça dessa cidade e dos preparativos que se faziam para sua morte, que resolveu fugir. E, para escapar à vigilância dos guardas que, convenci-o eu, estão colocados às portas da cidade para o prender, resolveu disfarçar-se envergando trajos de mulher.”

Depois, Esbrigani contratou três mulheres para se passarem por esposas de Pourceaugnac. Elas apareceram na frente de Oronte e Julia, e causou uma grande confusão com o pai da noiva. Fugindo novamente, Pourceaugnac não viu outro alternativa do que realmente cancelar o casamento com Julia e fugir da cidade. Mas com os guardas em seu encalço, já que praticou o crime de querer casar mesmo sendo casado, a ideia de Esbrigani foi convencer Pourceaugnac a se vestir de mulher para conseguir fugir.

A comédia então chega em seu ápice. Pourceaugnac testava trejeitos e falas femininas, mas mesmo assim acabou sendo preso pelos guardas, que desconfiaram da donzela com quem tentavam flertar. Nessa peça, fica evidente uma característica de Molière: ele era mestre em escrever diálogos inteligentes e divertidos, cheios de trocadilhos, ironias e duplos sentidos. Seus personagens usavam o humor para expressar suas opiniões e alfinetar uns aos outros, resultando em cenas cômicas e memoráveis.

Conclusão

As comédias de Molière são marcadas por personagens caricatos e exagerados, muitas vezes representando tipos sociais específicos. Por exemplo, o homem rico e tolo da peça O Avarento. Além disso, o autor utiliza o riso para expor e criticar os costumes e comportamentos da sociedade francesa do século XVII. Suas peças frequentemente lidam com temas como a hipocrisia, a vaidade, a ganância e a falsidade, satirizando os diferentes estratos sociais, desde a nobreza até a classe média e os camponeses.

É impressionante a genialidade de Molière para transformar o cotidiano em algo totalmente incrível e engraçado. O autor inverte a lógica social, criticando a sociedade de forma aberta e escrachada fazendo essa mesma sociedade rir de si mesma. Muitas novelas, séries e filmes de hoje utilizam as mesmas estruturas da comédia que Molière criou na França do século XVII. Só por isso, todos deveriam ler Molière ao menos uma vez.

Acompanhe o blog também no Instagram, Facebook, Youtube e Spotify

Se você chegou até aqui e gostou da resenha, adquira a obra através do link abaixo e apoie o Resumo de Livro.

Compre na Amazon

Para mais resenhas como essa, acesse: Resumo de Livro

Até a próxima!