Os Sofrimentos do Jovem Werther
Os Sofrimentos do Jovem Werther

Os Sofrimentos do Jovem Werther

Werther

Título: Os Sofrimentos do Jovem Werther
Autor: Johann von Goethe
Editora: Martin Claret
Páginas: 119

Resumo do livro Os Sofrimentos do Jovem Werther

Para conhecer um pouco sobre a vida e obra do autor, indico o post 5 livros para gostar de Johann Wolfgang von Goethe. O autor foi um dos expoentes do movimento literário Sturm und Drang (Tempestade e Ímpeto), que enfatizava as emoções intensas e a expressão individual. Os escritores queriam se libertar das regras rígidas de composição. Queriam ir contra a razão e dar vazão a todos os sentimentos e intensidades que existem na alma humana. Goethe estava em busca da liberdade das sensibilidades. Os Sofrimentos do Jovem Werther se insere no âmago desse momento, sendo a sua expressão mais famosa.

“O que é o homem, para que se atreva a lamentar-se a respeito de si mesmo? Meu amigo, prometo corrigir-me. Nunca mais, como era meu costume, ficarei a remoer os pequenos aborrecimentos que a sorte nos reserva. Quero gozar o presente e considerar o passado como passado. Você está certo, os homens sofreriam menos se não se concentrassem tanto nas lembranças dos seus males, em vez de esforçar-se para tornar o presente suportável.”

Os Sofrimentos do Jovem Werther – História

O livro é um romance epistolar. As cartas enviadas por Werther para o seu amigo e confidente Wilhelm se situam entre maio de 1771 e dezembro de 1772. Acompanhamos uma parte da vida do jovem Werther por suas próprias palavras. Werther não era um homem maduro, marcado pelas experiências da vida. Ao contrário, ficamos na dúvida se ele é um adolescente ou um jovem adulto. Confortável financeiramente, Werther decidiu passar uma temporada em um pequeno vilarejo no interior da Alemanha. É de lá que ele escreveu as cartas para Wilhelm.

Werther, apesar da pouca idade, era um jovem culto e inteligente. Leitor de Homero, demonstrava, nas primeiras cartas, ser um erudito em meio a ignorantes. O seu lado filósofo é bem proeminente, especialmente no início do livro.  As descrições da natureza que o cerca expõem seus sentimentos. Cores, sabores e texturas cada vez mais vivos e mais presentes em sua nova experiência. Werther enxergava que as pessoas agiam como sonâmbulas, sem saber de onde vinham e para onde iriam, e ele tinha certeza de que não queria ser assim. A sua sensibilidade extrema o fez ter sérias dificuldades com a realidade que o cercava e com as concessões que fazem parte da vida.

É um anjo!… Ora, já sei que todos dizem isto de sua amada, não é verdade? Todavia, é-me impossível dizer a você o quanto ela é perfeita, e também o porquê de ser tão perfeita. Só isto basta: ela tomou conta de todo o meu ser.”

A história é dividida em dois momentos. No livro 1, Werther relata os acontecimentos do vilarejo, pessoas que ele conheceu, seu desejo de pintar, o resultado de suas leituras, principalmente Homero. Werther não perguntava nada ao seu amigo Wilhelm, mostrando que ele tinha mais vontade de falar de si do que ouvir sobre o outro. A vaidade de Werther fica transparente. O mundo girava em torno de Werther. O mundo era Werther, pensava o personagem. Contudo, Werther logo descobriu que as engrenagens da realidade funcionam de forma autônoma, e que ele era apenas mais um elo dessa engrenagem. Ele começou a sofrer, por não entender como funcionavam as relações humanas.

Porém, o maior dos sofrimentos do jovem Werther veio de uma paixão não correspondida. Werther se apaixonou pela jovem Charlotte, a quem ele chamava somente de Lotte. Contudo, Lotte estava comprometida com o noivo Albert. .A paixão de Werther era tão avassaladora que ele por diversas vezes se pegou cheirando e acariciando o laço de fita que Lotte deu-lhe no dia em que se conheceram. Transitando entre a densa melancolia e a paixão nociva, Werther começou o processo de distanciamento de si e do mundo. A tristeza e a melancolia começaram a dominá-lo.

“Para mim ela é sagrada. Todo desejo emudece em sua presença. Não sei o que sinto quando estou junto dela; é como se toda a minha alma revolvesse todos os meus nervos. Há uma melodia que ela toca no cravo, com o poder mágico de um anjo, e com tanta simplicidade, tanta alma! É a sua predileta. Quando ela toca a primeira nota, sinto-me curado de todo o meu sofrimento, da confusão das minhas ideias e fantasias.”

No livro 2, as descrições do mundo ao redor de Werther são mais sombrias e melancólicas. O que expressa o estado de espírito do personagem, que se via mais apaixonado por Lotte, ao mesmo tempo que, cada vez mais, sabia que aquele romance era impossível. Werther era um idealista. O fato de estar distante da realidade, permitia que ele idealizasse pessoas e sentimentos. Idealizou a perfeição em Lotte e chegou a idealizar que seria muito mais competente que Albert, no serviço que este desempenhava e no tratamento com Lotte. Isso o afundava cada vez mais no sentimento de impotência diante dos rumos que a vida toma.

O sofrimento de Werther é dramático. Ele não conseguiu lidar com o fato de Lotte não corresponder o seu amor e teve um final trágico. Não enxergando nenhuma saída para os problemas da sua vida, encontrou na morte  alívio que tanto queria. Fugiu do mundo para fugir de seu sofrimento.

Os Sofrimentos do Jovem Werther – Conclusão

Na segunda parte do livro, entra em cena uma segunda voz narrativa. a “voz do editor”, que narra algumas ações nas quais Werther teve participação,  além finalizar a história. A “voz do editor” é comumente atribuída ao próprio autor, Goethe. A própria história de Werther é baseada na vida do autor, que também se apaixonou de forma arrebatadora por uma nobre, que não correspondia seu amor. Porém, na vida real, Goethe não chegou ao mesmo fim de Werther.

“Ela não vê, não sente que prepara um veneno que vai nos destruir a ambos. E eu bebo com volúpia a taça que ela me oferece a morte? Por que olha, tantas vezes, de um jeito tão bondoso? Nem sempre, mas enfim, às vezes. Por que essa complacência com que aceita as expressões involuntárias dos meus sentimentos, e a compaixão pelo meu sofrimento que transparece em seu rosto?”

Como o romance é escrito em primeira pessoa, desconhecemos os sentimentos mais profundos de Lotte. Somente o que ela demonstra na frente de Werther, e sempre sob a ótica deste. Assim, a relação de Lotte para com Werther é marcada pela ambiguidade. Por vezes ela demonstra algum afeto, que pode passar por simples educação. Qualquer semelhança com Dom Casmurro, não acho que seja mera coincidência.

Werther é um dos personagens mais sensíveis da literatura mundial.

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Até a próxima!