O Caçador de Androides
O Caçador de Androides

O Caçador de Androides

Caçador de androides

TítuloO Caçador de Androides
Autor: Philip K. Dick
Editora: Aleph
Páginas: 256

Resumo do livro O Caçador de Androides

Se alguém te disser que esse livro é a história de um detetive em um futuro sombrio, não acredite. Ele é muito mais do que isso. Escrito entre 1966 e 1968, o mundo em ebulição serviu de inspiração para Dick, basta lembrar da Guerra Fria, da Guerra do Vietnam, do movimento hippie, da contra-cultura, das drogas, dos escândalos, etc.

O autor erige um futuro onde o governo encoraja a população a emigrar para as colônias fora do planeta Terra, com o objetivo de preservar a raça humana dos efeitos nocivos da poeira radioativa, consequência de uma guerra nuclear. O ambiente das cidades que sobraram é tóxico e a população vive encarcerada em apartamentos vazios e decadentes, sendo envenenada diariamente pela radiação.

Nesse mundo agonizante, os animais foram praticamente extintos e possuir um deles era definitivamente um símbolo de status. Para aqueles que não podiam comprar um animal de verdade, havia a opção dos animais sintéticos. Essa história se passa no ano de 1992, na versão original, e em 2021 em edições recentes.

“O legado da Guerra Mundial Terminus perdera algo de sua potência; os que não puderam sobreviver à poeira estavam mortos há muito tempo e ela, mais fraca agora e enfrentando sobreviventes mais fortes, apenas desequilibravam mentes e propriedades genéticas.”

O Caçador de Androides – História

Acompanhamos a vida de Rick Deckard, um caçador de recompensas que trabalha para a polícia de San Francisco. Seu trabalho é aposentar os androides que retornavam ilegalmente à Terra.  Os androides eram seres orgânicos criados para auxiliar os humanos na colonização das colônias fora da Terra, fazendo os piores trabalhos: braçais e insalubres. Dessa forma, alguns se rebelaram contra essa situação e retornaram à Terra para tentar viver outra vida enquanto durasse a sua, programada para acabar com 4 anos de uso.

Deckard recebeu a notícia que 6 androides Nexus-6 estavam à solta na cidade e a sua missão era aposentar todos eles. Os tipos Nexus-6 eram os mais modernos androides até então construídos, dotados de força e inteligência. E a única maneira de descobrir um androide era aplicar-lhe um teste Voigt-Kampff, que consistia basicamente em medir a empatia do elemento testado a diversas situações expostas. Os androides foram criados para não sentirem nenhum tipo de empatia.

“Os tipos androides Nexus-6, refletiu Rick, superavam todas as classes de humanos especiais em termos de inteligência. Em outras palavras, os androides equipados com a nova unidade cerebral Nexus-6 haviam, a partir de um ponto de vista grosseiro, pragmático, prático, evoluído além de um grande –  embora inferior – segmento da humanidade.”

Além de todos esses aspectos sociais peculiares, havia ainda o Mercerismo, uma religião baseada na vida e nos mandamentos de Wilbur Mercer. A prática desse culto era uma caixa de empatia que todos tinham em casa e que proporcionava ao usuário todas as sensações que ele quisesse através de uma conexão que se aproximava das alucinações de um LSD. O objetivo de Deckard em aposentar os androides era receber a recompensa e comprar um animal de verdade, já que a sua ovelha elétrica havia pifado.

O Caçador de Androides – Conclusão

O fim da história, a forma como Deckard captura e aposenta os 6 androides, talvez fosse importante e até interessante se esse fosse um livro de ação ou aventura, mas esse é um livro sobre a existência humana. O leitor se torna Deckard em 2023. Não há androides sem empatia, mas há seres humanos sem empatia; não há animais como símbolo de status social, mas há carros, mansões e lanchas; não há o Mercerismo, mas há religiões; não há caixa de empatia, mas há ansiolíticos e cocaína; não há colônias perfeitas fora da Terra, mas há rede social; e pessoas decadentes, mas essas já existem há muito tempo.

Indico o incrível filme Blade Runner, de 1982 e a continuação: Blade Runner 2049, de 2017.

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O Caçador de Androides

Até a próxima!