Rei Lear
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Rei Lear

Título: Rei Lear
Autor: William Shakespeare
Editora: Martin Claret
Páginas: 190

Resumo do livro Rei Lear

Rei Lear” é uma das tragédias mais famosas escritas por William Shakespeare, presumivelmente composta entre 1603 e 1606. A peça é baseada em uma lenda britânica pré-existente sobre um rei chamado Leir de Britânia, mas Shakespeare adiciona sua própria profundidade e complexidade aos personagens e enredo.

Rei Lear – História

A trama começa quando o Rei Lear, um monarca idoso, decidiu dividir seu reino entre suas três filhas, Goneril, Regana e Cordélia, com base em quão bem elas expressassem seu amor por ele. As duas filhas mais velhas, Goneril e Regana, fizeram declarações exageradas de amor para garantir sua parte da herança, enquanto Cordélia, a filha mais nova e a favorita de Lear, recusou-se a exagerar seu amor apenas para ganho pessoal. Para Cordélia, a partir do momento em que casasse, metade de seu amor deveria ser voltado para seu esposo, ficando seu pai com a outra metade.

Profundamente desapontado com as palavras de Cordélia, Lear resolveu deserdar sua filha mais nova e a despojou de sua parte da herança, dividindo o reino entre Goneril e Regana. Cordélia mostrou sua coragem e honestidade, fazendo com que o herdeiro da França a desposasse. Goneril e Regana ficariam encarregadas de dar abrigo ao velho Rei de forma alternada, enquanto Cordélia mudou-se para a França.

“Goneril – Mesmo no tempo melhor e mais saudável de sua vida sempre foi imprudente: devemos esperar de sua velhice não apenas os defeitos há muito tempo adquiridos e entranhados, mas també a impertinência e os caprichos que chegam com os anos de senilidade e doença.”

Em paralelo à trama principal, acompanhamos a trama do Duque Gloucester e seus dois filhos. Gloucester era um fiel servo de Lear, e fazia parte de sua guarda pessoal. Ele possuía dois filhos, o consanguineo Edgar e o bastardo Edmundo. De natureza vil e ambiciosa, Edmundo tramou uma traição que levaria ele próprio a assumir o posto de Duque de Gloucester.

Edmundo disse ao pai que Edgar pretendia traí-lo, assassinando o próprio Edmundo durante o processo. Sem outra saída, Gloucester ordenou que Edgar fosse caçado e preso por traição. Sabendo do plano de seu pai, Edgar decidiu fugir, se passando por um mendigo para poder sobreviver. Quando a máscara de Edmundo caiu, e todo o seu plano foi exposto, Gloucester se amaldiçoou, fugindo de toda a sua vergonha. O caminho estava aberto para Edmundo se tornar o novo Duque de Gloucester, após habilmente convencer Goneril e Regana de suas vantagens.

“Edmundo – Eis a sublime estupidez do mundo; quando nossa fortuna está abalada – muitas vezes pelos excessos de nossos próprios atos – culpamos o sol, a lua e as estrelas pelos nossos desastres; como se fôssemos canalhas por necessidade, idiotas por influência celeste, escroques, ladrões e traidores por comando do zodíaco; bêbados, mentirosos e adúlteros por forçada obediência a determinações dos planetas; como se toda a perversidade que há em nós fosse pura instigação divina.”

A peça explora temas como traição, ingratidão, loucura e redenção. Lear logo descobriu que suas duas filhas mais velhas eram cruéis e o expulsaram de suas casas, deixando-o sem abrigo e à mercê das intempéries. Somente com a companhia do bobo da corte, Lear definhou sua sanidade. Vemos de perto um homem perder a sua vontade de viver, praguejando imprudências contras os deuses e contra suas filhas traidoras. Negando a própria vida e saúde, Lear maldiz sua existência.

Como uma constante nas tragédias de Shakespeare, os melhores e mais sábios conselhos são proferidos pelos mais improváveis personagens. Nessa peça, esse papel cabe ao bobo da corte que acompanhava Lear, que diz-lhe palavras óbvias para um pai traído pelas próprias filhas, mas totalmente pertinentes e esquecidas por Lear, à beira da loucura.

“Bobo – Presta atenção, titio:
Mostra menos os teus bens;
No que sabes não te expandas;
Empresta menos do que tens;
Cavalga mais do que andas;
Ouve na justa medida;
Só arrisca o que não importa;
Larga amantes e bebida;
Tranca bem a tua porta:
E terás em cada vintena;
Mais que o dobro da dezena.”

No desenvolvimento da trama, Cordélia, ao saber da má fortuna de seu pai, enviou seu exército para salvá-lo. Goneril e Regana também marcharam contra a irmã, para manter a honra do reino. Do embate, Lear e Cordélia são feitos prisioneiros. A trama de Edmundo alcança o ápice, quando Edgar o derrotou em um duelo e expôs à Goneril e à Regana a verdadeira face de seu irmão bastardo. Não podendo suportar a vilaneza contida em seus atos, e percebendo que todo o reino se desfazia diante de suas ambições, Goneril e Regana sucumbiram à sua luxúria. Lear não conseguiu salvar Cordélia. E no final, não conseguiu salvar a si mesmo.

“Bobo – Tu não devias ter ficado velho antes de ter ficado sábio.”

Rei Lear – Conclusão

“Lear – Nada poderia reduzir um ser humano a tamanha baixeza senão a ingratidão das filhas. É costume que os pais assim rejeitados tenham tão pouca piedade de sua própria carne?”

Ao longo da peça, os personagens enfrentam consequências devastadoras devido à sua própria ambição, ganância e deslealdade. Lear eventualmente percebeu o erro de seus julgamentos precipitados e reconheceu o verdadeiro amor e lealdade de Cordélia, porém, tarde demais. No clímax da peça, o desfecho é trágico, com mortes, desespero e arrependimento. “Rei Lear” é reverenciado por sua profundidade psicológica, complexidade moral e riqueza de personagens. Explora questões universais sobre poder, família, lealdade e a natureza humana.

A profundidade de Shakespeare é difícil de ser colocada em palavras, ela deve ser sentida.

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